Tem sido acentuada a recuperação dos investimentos depois que a economia brasileira começou a sair da depressão provocada pela pandemia de covid19. O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - que afere a evolução mensal dos investimentos na expansão da capacidade produtiva da economia e na reposição da depreciação do estoque de capital fixo - mostrou avanço de 3,5% em relação a agosto. O resultado do terceiro trimestre foi bem mais expressivo, com alta de 16,3% em relação ao período abril-junho.
É um bom sinal de que, além de aumentar o nível de utilização da capacidade instalada, a recuperação da atividade econômica já estimula investimentos em novas máquinas, para expansão e modernização do parque produtivo.
Ainda assim, alguns resultados continuam inferiores aos do ano passado. Embora a taxa de FBCF de setembro deste ano tenha sido 1,1% maior do que a de um ano antes, o resultado do terceiro trimestre é 2,8% menor do que o de igual período de 2019 e o acumulado de 12 meses até setembro é 3,6% menor do que o período anterior.
O indice do Ipea é composto por investimentos em máquinas e equipamentos, construção civil e outros ativos fixos. No caso de máquinas e equipamentos, são avaliadas a produção destinada ao mercado interno, que registrou aumento de 2% em relação a agosto, e as importações, que aumentaram 30,1% no período.
Com isso, o consumo aparente de máquinas e equipamentos - resultado da soma da produção nacional para o mercado interno com as importações - teve crescimento de 4,3% em setembro e de 9,7% no trimestre.
O indicador de construção civil teve aumento de 2% em setembro, na sua quinta valorização mensal consecutiva, sempre na comparação com o mês anterior. Entre o segundo e o terceiro trimestres, a construção registrou crescimento de 18,4%.
O gráfico dos índices dessasonalizados dos últimos 18 anos mostra que, apesar da acentuada recuperação observada nos últimos meses, o Indicador Ipea de FBCF mal alcança os níveis observados nos quatro anos anteriores. Ressalte-se que, entre 2015 e 2019, a economia teve desempenho muito fraco. Nesse período, o índice Ipea pareceu ter recuado dez anos. É a esse ponto que ele está retornando, depois de despencar na pandemia.
Fonte: Fenabrave