As contemplações do consórcio de serviços atingiram totais recordes em 2021, completando assim mais de uma década de consecutivas altas. Com 47.143 contemplados, trata-se do maior volume acumulado em um mesmo ano, desde a criação do segmento, em 2009.
O resultado de contemplações superou em 11,1% o registrado nos 12 meses de 2020, quando ocorreram 42.436 contemplações. Os dados da assessoria econômica da ABAC mostraram ainda que o contingente de contemplações mais que dobrou em três anos. Em 2018, foram 19.575 contemplados.
Entre os estados, as maiores altas percentuais ocorreram no Piauí e no Amapá, crescendo 73,8% e 72,4%, respectivamente. Já em termos absolutos, os destaques ficaram por conta de São Paulo, com 9.822 contemplações, Paraná, com 8.613, e Minas Gerais, com 5.672. Nesses estados, as altas foram de 8,6%, 4,5% e 24,9%, respectivamente.
Como decorrência natural do aumento das contemplações, cresceu também o volume de créditos disponibilizados. Ao longo de 2021, foram colocados à disposição dos consorciados contemplados mais de R$ 551,09 milhões em créditos. Na comparação com 2020, quando foram disponibilizados R$ 461,55 milhões, a elevação chegou a 19,4%.
O aumento das contemplações e dos créditos disponibilizados acontece num momento importante para o setor de serviços no Brasil, que voltou a crescer em 2021. Registrando crescimento de 10,9%, a reação veio depois de uma queda de 7,8% em 2020, segundo dados do IBGE.
Para o economista da ABAC, Luiz Antonio Barbagallo, uma janela de oportunidades está se abrindo para o Sistema de Consórcios. “Serviços que demandam contatos com pessoas e que foram restringidos durante a pandemia têm agora um amplo espaço para crescimento, com o avanço da vacinação”, ponderou.
Participantes do consórcio de serviços crescem 22,6%
Entre os seis principais indicadores do Sistema de Consórcios, o total de participantes ativos foi o que teve o melhor desempenho no consórcio de serviços. Esse, que tem periodicidade mensal, encerrou o ano com 195.930 consorciados. A alta em relação a um ano antes, ou seja, dezembro de 2020, foi de 22,6%. Na ocasião havia 159.751 consorciados.
Os totais de participantes ativos encerraram 2021 com crescimento em todos os estados. As maiores altas percentuais se deram no Piauí (48,8%) e no Rio Grande do Norte (47,1%). São Paulo, Paraná e Minas Gerais lideraram o ranking de participantes ativos em valores totais, com 43.078, 32.918 e 22.035, respectivamente. Esses quantitativos apresentaram elevação de 19,7%, 17,3% e 30,2%, na ordem, em relação a 2020.
Cota média chegou a R$ 11.900
O consórcio de serviços alcançou outro resultado recorde em 2021, além dos já mencionados (contemplações, créditos disponibilizados e participantes ativos). Trata-se do tíquete médio, como é chamado o valor médio da cota de consórcio comercializada em determinado período. A cota do consórcio de serviços fechou o ano em R$ 11.900. Foi o maior valor médio anual em 13 anos de história, e o sexto ano consecutivo de crescimento.
Ao longo de 2021, os valores variaram de R$ 9.467, no mês de julho, a R$ 14.477, no mês de agosto. Nessa ocasião, o segmento se aproximou do recorde mensal do indicador, que foi de R$ 14.591, em agosto de 2020.
Os indicadores de cotas vendidas e créditos comercializados do consórcio de serviços foram os únicos que fecharam no negativo em 2021, considerando todo o Sistema de Consórcios. Foram vendidas 82.040 cotas, ante as 108.163 de 2020, numa queda de 24,2%. Ainda assim, o desempenho de 2021 foi o segundo melhor da história do segmento.
As vendas caíram em todas as unidades federativas, mas tiveram maior peso percentual em Roraima (-65,7%) e no Ceará (-48,8%). Em números absolutos, os estados que mais venderam cotas foram São Paulo (17.831), Paraná (12.295) e Minas Gerais (9.975). As quedas foram de 29,5%, 12% e 15,9%, respectivamente.
Em decorrência da queda nas vendas, foram contratados R$ 976,29 milhões em créditos pelo consórcio de serviços. O montante foi 14,6% inferior ao volume de créditos comercializados em 2020, quando chegou a R$ 1,14 bilhão. Apesar de inferior ao desempenho do ano anterior, esse resultado de 2021 também foi o segundo melhor da história do consórcio de serviços.
Fonte: ABAC