Capacidade limitada de entrega pelas montadoras aquece a demanda por veículos de segunda-mão
Aquecido, o mercado de usados em maio, considerando automóveis, comerciais leves, motocicletas, caminhões, ônibus e implementos rodoviários, registrou 1,3 milhão de unidades negociadas, volume 18,5% superior ao obtido em abril, com 1,1 milhão de transações. Em relação a maio do ano passado, quando 440,1 mil veículos mudaram de proprietário, o avanço bate nos 201%.
No acumulado de janeiro a maio, as vendas de usados superaram as 6 milhões de unidades, alta de 60,4% na comparação com volume apurado no mesmo período do ano passado, de 3,7 milhões.
Segundo análise da Fenabrave, dois fatores respondem pelos resultados expressivos de crescimento. Primeiro há de se considerar que a grande diferença em relação ao ano passado coincide a fase aguda da pandemia, que praticamente fechou o comércio no País. Depois, as montadoras enfrentam dificuldades com o recebimento de suprimentos nas linhas de produção.
“As vendas de veículos novos estão limitadas à capacidade de produção das montadoras, que ainda enfrentam problemas, o mercado de usados continua aquecido, tanto nas transações em que esses veículos são oferecidos na troca por um 0 km, quanto nas negociações entre usados”, resume Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.
Somente nos segmentos de automóveis e comerciais leves, os dados consolidados pela federação de distribuidores apresenta avanço de 18,9% em maio sobre abril, de 821,1 mil para 976,1 mil veículos negociados. Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando registrou 318,1 mil transações, a alta chega perto de 207%. Do total de automóveis e comerciais leves comercializado em maio, 10,3% representaram modelos com até 3 anos de fabricação.
No acumulado dos cinco primeiros meses, mais de 4,4 milhões de automóveis e comerciais leves trocaram de mão, o que representou um crescimento significativo de 59,2% sobre o mesmo período de 2020, quando as vendas somaram 2,8 milhões de unidades.
Também a demanda por veículos pesados de segunda-mão se mostra em alta. No mês passado, mais de 40,6 mil caminhões e ônibus foram negociados, volume 17,45% maior do que o verificado em abril, de 34,5 mil unidades. No confronto com maio do ano passado, quando anotou 16 mil negócios, a expansão foi de 153,4%. As vendas do ano até maio, acumularam 176,3 mil unidades, o representou crescimento de 64,8%.
No segmento de pesados, se destacaram os negócios com caminhões. De janeiro a maio, mudaram de dono mais de 160,8 mil unidades, quase 70% em relação às transações registradas um ano antes, de 94,8 mil caminhões negociados.
No caso do mercado de motocicletas usadas, no mês passado mais de 290,4 mil unidades ganharam novos proprietários, aumento de 18,8% em relação a abril, período que registrou 248,1 mil motos vendidas. Na comparação com o desempenho de maio de 2020, a alta alcançou 195%. No ano, as 1,3 milhão de unidades negociadas representaram expansão de 63,4%.
Fonte: Auto Indústria