A pandemia fez crescer a demanda de crédito de curto prazo e o resultado foi que, em 2020, ano marcado pelo surgimento da pior crise de saúde pública em um século, o crédito total subiu 15,5%, depois de ter aumentado 6,5% em 2019. São dados das Estatísticas Monetárias e de Crédito compiladas pelo Banco Central (BC).
Quanto ao crédito ampliado para empresas e famílias, que exclui o crédito para o governo geral, a alta no ano passado foi de 15,8%. "O que cresceu de fato em 2020 foram os empréstimos e financiamentos do Sistema Financeiro Nacional", destacou o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.
Nos meses que se seguiram ao surgimento da pandemia, o governo criou ou facilitou o acesso a linhas de crédito para amenizar o impacto do isolamento social e da redução da atividade econômica sobre os orçamentos das famílias e das empresas.
A demanda por algumas linhas de crédito cresceu num período de retração da economia.
No ano passado, as concessões dos bancos no crédito livre subiram 1,2%, alcançando o saldo de R$ 350 bilhões.
Considerado apenas o mês de dezembro, o avanço foi bem mais expressivo, de 6,4%. O crédito para pessoas físicas teve alta de 0,6% e para pessoas jurídicas, de 13,4% no último mês de 2020.
No caso das pessoas jurídicas, Rocha destacou a expansão, no ano passado, de 31,6% do saldo de crédito para as micro, pequenas e médias empresas.
Ele atribuiu essa expansão aos vários programas lançados pelo governo para conter o impacto da pandemia.
Também as grandes empresas tomaram mais empréstimos, pois o saldo das concessões para esse grupo aumentou 16,0% no ano passado.
Outra boa notícia é que, num ano marcado por dificuldades das famílias e das empresas para fechar suas contas, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com bancos caiu de 3,0% para 2,9%.
Igualmente notável foi o aumento do estoque das operações de crédito para habitação no segmento pessoa física, de 11,7% no ano.
O custo de algumas das principais linhas de crédito vem caindo. A taxa média de juros no crédito livre passou de 26,4% em novembro para 25,5% em dezembro (um ano antes, era de 33,4%). No crédito pessoal, a taxa passou de 31,6% para 30,3% entre novembro e dezembro.
Fonte: Fenabrave