Para começar o ano com o pé direito, nada como estar com uma boa saúde financeira, não é mesmo?
Com as suas contas bem organizadas e um bom dinheiro em sua conta, você pode ter segurança e dar início a uma série de conquistas.
A verdade é que, antes mesmo de pensar em comprar coisas novas - das mais supérfluas à construção do seu patrimônio - você precisa estar em uma boa situação financeira. E isso não tem nada a ver com o seu salário.
Trata-se, na verdade, de uma boa relação com o seu dinheiro: gastar menos do que se ganha, ter o hábito de poupar, guardar um percentual relevante do seu salário e constituir seu patrimônio. Claro que, quanto mais se ganha, maiores são as chances de atingir seu objetivo mais rapidamente. Porém, tudo se trata de um hábito. E você pode colocá-lo em prática antes mesmo do que imagina: já no começo do ano, é possível economizar e continuar tendo uma boa saúde financeira - ou até mesmo dar os seus primeiros passos para atingir seus objetivos.
Confira nossas dicas a seguir.
Saiba quanto ganha e quanto gasta
O primeiro passo para que consiga economizar ao longo do ano é ter ciência de seus gastos. Uma pesquisa realizada pela Rede Globo mostrou que mais de 70% dos brasileiros não conseguem ter uma renda superior aos seus gastos. E a grande maioria deles usa o cartão de crédito para contornar parte dessas despesas, gerando uma dívida ainda maior. Sem dinheiro para pagar o valor total da fatura, muitas pessoas optam pelo contínuo parcelamento, o que gera um juros enorme para pagamento posterior.
Por isso mesmo, é importante ter ciência não apenas do valor que você e sua família dispõem de salário - mas, principalmente, saber como esses gastos são feitos.
Isso exige disciplina e acompanhamento. Você pode contar com uma planilha de gastos ou até mesmo ter a ajuda de um aplicativo de finanças pessoais, que geralmente integra acesso à sua conta corrente.
Um dos fatores que gera bastante confusão nas pessoas na hora de controlar as finanças é juntar todas as formas de gasto. Por exemplo, muitas pessoas contam com dois ou mais cartões de crédito, o que gera um risco enorme de confusão na hora de listar todas suas despesas.
Mesmo o uso de outras formas de pagamento, como dinheiro, cartão de débito, cheque, entre outros, precisa ser acompanhado de perto.
Independente da forma com que realiza pagamentos, o controle é essencial nesse momento.
O uso deliberado do cartão de crédito, por exemplo, nos dá a falsa sensação de que estamos diminuindo o valor que pagamos em nossas compras - o que, em tese, suavizaria o pagamento de nossas dívidas. Mas, quando chega a fatura de cada mês, o ciclo parece se repetir: vimos que o valor a ser pago é mais alto do que imaginávamos.
Sem falar que, por conta do parcelamento, podemos pagar juros em alguns boletos ou compras realizadas.
Caso opte por continuar utilizando o cartão de crédito, mantenha suas finanças sob controle e considere sempre seus gastos correntes.
Não esqueça de acompanhar de perto seu extrato mensal - seus gastos com cartão de crédito, saque em dinheiro vivo para pagar alguma conta, entre outras formas de obter renda.
Com tudo isso registrado, fica mais fácil ter um acompanhamento de suas finanças pessoais e, assim, estabelecer um plano de ação o quanto antes para que o seu dinheiro sobre mais e, assim, consiga começar o ano economizando.
Utilize uma planilha para acompanhamento
Por mais que existam diversos aplicativos que possam ajudar no controle financeiro, a planilha ainda é tida como uma das melhores ferramentas para acompanhamento de gastos.
Para que você realmente consiga extrair todos os benefícios de se ter uma planilha, precisa construir o hábito de, periodicamente, inserir e editar sua receita e suas despesas.
Você pode começar de forma simples, com a listagem de todos os seus gastos subtraídos do valor líquido que recebe de salário. Caso more com sua família, é importante que os ganhos e gastos de todos estejam nessa mesma planilha, para que todos possam ter uma visão real de como é configurada a despesa familiar.
Mas, se quiser montar uma planilha de forma individualizada, sem problemas. O importante é que você consiga acompanhar seus ganhos e gastos.
É possível fazer uma listagem separada por:
Gastos obrigatórios: nessa categoria, você inclui gastos como aluguel, luz, gás, entre outros.
Gastos variáveis: em que você insere desde o gasto com cafézinho na padaria até gastos maiores, como a fatura do cartão de crédito ou o parcelamento de um bem de alto valor.
Além dos gastos, você também precisa prever o valor destinado para seus investimentos. Para evitar o risco de gastar o dinheiro, muitas pessoas automatizam transferência para contas apartadas ou até mesmo para algumas aplicações em específico. Caso seja uma dessas pessoas, vale a pena considerar essa estratégia para guardar dinheiro ainda este ano.
É importante consultar sua planilha pelo menos duas vezes por semana. Você pode colocar um horário na sua agenda semanal dedicada a essa atividade. Mas, se preferir, pode adicionar seus gastos sempre que utilizar seu dinheiro ou cartão. Existem aplicativos que dão acesso fácil à sua planilha, e você pode controlá-la do dispositivo que preferir.
Caso a sua planilha esteja muito simples, não se preocupe. Na verdade, quanto mais simples, melhor. Aos poucos, você pode deixá-la da forma que realmente deseja.
O mais importante, porém, é que ela reflita com integridade seus ganhos e gastos. Dessa forma, você conseguirá visualizar sua saúde financeira e pensar em planos de ação para conseguir fazer seu dinheiro render mais.
Reveja seus hábitos
Uma das maiores vantagens de se ter uma planilha ou usar um aplicativo para controle de finanças é ter uma boa noção de seus hábitos com o dinheiro. Alguns apps, inclusive, criam categorias de gasto a partir da análise de suas despesas.
Por exemplo, se você gasta mais com alimentação do que despesas básicas, muito provavelmente deve ser consequência do hábito de recorrer mais ao delivery do que cozinhar em casa. Isso vai dos gastos mais supérfluos aos essenciais de nossa vida.
Mesmo gastos importantes, como moradia, têm seus limites: não podem ultrapassar 30% dos seus rendimentos mensais, tanto que, quando você faz uma simulação de consórcio para a compra de qualquer bem, por regra, a mensalidade deve obedecer a esse limite. Especialistas em finanças pessoais reforçam a importância de direcionar melhor o seu dinheiro - e isso tem tudo a ver com mudança de hábitos.
Mas, qual seria o percentual ideal para cada tipo de gasto? Existem diferentes técnicas para determinar isso. Cada uma delas determina um percentual a partir do valor líquido total que você e sua família recebem mensalmente. Confira a seguir.
50-15-35
Dessa forma, você dedica:
50% para despesas básicas e fixas, como aluguel, luz, internet etc.
15% com prioridades para a sua saúde financeira, incluindo pagamento de dívidas, para montar sua reserva de emergência ou utilizar para algum tipo de investimento;
35% para utilizar de forma livre, com entretenimento, lazer ou sair com os amigos.
60-10-10-20
60% para despesas básicas;
20% para gastos livres, que incluem restaurante, lazer, compras diversas etc;
10% para investimentos de curto prazo, que podem ser traduzidos em compras importantes, realização de algum curso para desenvolvimento pessoal ou até mesmo aplicações em renda variável pensando em curtos períodos;
10% para investimentos a longo prazo - que podem ser imóveis ou ativos em renda fixa ou variável.
55-10-10-10-10-5
55% para as despesas básicas;
10% para lazer;
10% para reserva pessoal;
10% para investir no seu desenvolvimento pessoal (cursos, educação financeira etc)
10% para a sua Previdência;
5% para filantropia ou algum tipo de doação.
Com esse direcionamento, fica mais fácil reorganizar suas finanças. Você pode até mesmo configurar sua planilha para entender se os seus gastos se aproximam de alguma dessas medidas.
O mais importante é ter um guia de como direcionar melhor seus gastos. Com isso, você terá que encarar seus hábitos com um novo olhar, pensando mais a longo prazo. Faça essa mudança de uma forma leve, que permita, principalmente, ajudar a guardar dinheiro.
Faça com que seu dinheiro sobre
Uma das coisas mais difíceis do planejamento financeiro é fazer com que o dinheiro sobre. Ao rever seus gastos, tenha esse objetivo como prioridade.
De início, a primeira coisa que se deve pensar é: ganho mais do que realmente gasto? Como já antecipamos, se ainda tiver problemas com isso, precisa cortar alguns gastos supérfluos ou até mesmo considerar uma renda extra.
Quando finalmente rever parte de seus gastos, o próximo passo é decidir como direcionar o dinheiro que sobra.
Para isso, você pode contar com diversos tipos de aplicação financeira. Mas, para não complicar, considere o que for mais fácil para você. É possível considerar a poupança, principalmente se você não se sente familiarizado com o tema educação financeira.
Existem outros métodos de fazer o seu dinheiro render mais do que a poupança - produto cada vez mais desestimulado pelos especialistas em finanças por conta de seu baixo rendimento.
Uma boa opção são as contas digitais que possuem rendimento acima de 100% do CDI. Algumas fintechs trabalham com esse modelo: faça uma boa pesquisa, para ver qual se encaixa melhor com a sua realidade.
O importante é que este dinheiro fique à parte de sua conta corrente. Do contrário, você pode acabar gastando e fugindo de seu principal objetivo.
Você pode programar transferências em sua conta corrente para essa outra conta, ou até mesmo para a sua poupança, se preferir. Pode até mesmo começar com pouco, contanto que estabeleça uma rotina para um percentual dos seus ganhos mensais.
Por mais que comece com pouco, é importante fazer esse tipo de separação desde o começo, para não correr o risco de utilizar o suado dinheirinho guardado para outras finalidades.
Estude educação financeira
A melhor forma de direcionar o seu dinheiro de forma inteligente é investindo em educação financeira. Para começar, você não precisa tirar nada do seu bolso.
De início, vale a pena seguir influenciadores conhecidos que falam sobre finanças pessoais. Siga mais de um, para que tenha uma visão mais crítica e abrangente de como colocar alguns desses ensinamentos em prática.
Você também pode ler alguns livros importantes sobre finanças pessoais - aqui tem uma lista com os principais, para que você possa começar com o pé direito.
Priorize entender melhor a importância de se ter um propósito para guardar dinheiro. Quando se sentir mais confiante, pode investir em cursos para aprender a usar seu dinheiro de forma inteligente e construir seu patrimônio de forma sustentável, para que possa dar uma boa garantia para toda a sua família.
Não esqueça da reserva de emergência
A imensa maioria dos especialistas em finanças recomendam ter uma reserva de emergência, independente de seus objetivos pessoais e profissionais.
A reserva de emergência dá segurança para você e para todos da sua família diante de situações adversas, como perda de emprego, diminuição da renda mensal ou problemas com saúde na família, que exigem um alto investimento em um curto prazo.
Para conseguir montar a sua reserva, é preciso direcionar parte do dinheiro que guarda para essa finalidade. Na verdade, a reserva deveria ser a sua prioridade, afinal, quanto antes conseguir se antecipar, melhor.
A reserva consiste em ter pelo menos seis vezes os seus rendimentos mensais em uma conta de fácil resgate - que seja diferente da sua conta corrente. Pode ser uma conta poupança ou uma conta apartada que tenha rendimentos mensais a seu favor.
Por exemplo, se você e sua família ganham em torno de R$ 10 mil mensalmente para lidar com as contas, o valor ideal de reserva de emergência seria de, pelo menos, R$ 60 mil. Isso garantiria segurança a todos diante de alguma situação difícil. Caso alguém perca o emprego, por exemplo, o dinheiro pode ser acionado para lidar com as contas nos próximos meses - enquanto a família decide os próximos passos ou até mesmo corta algumas dessas despesas.
Caso tenha que utilizar parte de sua reserva, é importante sempre repor quanto tiver oportunidade. A conta precisa ser de fácil resgate, para que a família possa utilizar em casos de extrema urgência.
Além disso, a reserva de emergência não deve ser considerada um patrimônio. Trata-se, na verdade, de uma segurança econômica para momentos difíceis.
Após ter o valor necessário da sua reserva, você pode pensar em se aventurar no mundo dos investimentos. Vamos mostrar a seguir como dar os primeiros passos.
Aprendendo a aplicar seu dinheiro
Com a sua reserva de emergência garantida, você já pode traçar um plano para investir o seu dinheiro. Para isso, é importante continuar direcionando parte de seus ganhos mensais, seja utilizando uma das estratégias que trouxemos ao longo do texto ou simplesmente criando uma transferência programada para uma conta apartada da sua conta corrente.
Depois de completar a sua reserva de emergência, que deve permanecer imutável, é possível pensar em diferentes tipos de aplicação.
Antes de direcionar o seu dinheiro para isso, é preciso determinar o seu perfil de investidor. Instituições financeiras e corretoras geralmente utilizam um questionário para determinar qual seria o seu perfil. É possível se encaixar em três categorias:
Perfil conservador
É o tipo de pessoa que preza mais pela segurança. Tem receio de perder dinheiro e opta pela estabilidade.
Quando as corretoras identificam esse tipo de perfil, sugerem a aplicação em renda fixa. Com menos de R$500, por exemplo, é possível comprar títulos do Tesouro Direto ou outras opções que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como CDB, LCI e LCA.
Isso garante ao investidor o retorno de até R$ 250 mil de seus investimentos, caso o banco venha à falência.
Perfil moderado
Este é o perfil que opta por diversificar. Além de garantir parte de seu patrimônio em renda fixa, alguns investidores moderados começam a arriscar parte de seu dinheiro na renda variável.
Analistas financeiros recomendam que os moderados tenham de 10% a 40% de seu patrimônio em ativos da bolsa de valores, principalmente para ir aprendendo a investir.
Perfil arrojado
É o tipo de investidor que tem alta tolerância aos riscos. Sabe muito bem das oscilações do mercado e também utiliza parte de seu patrimônio para obter maior proporção de papéis, como ações, opções e câmbio.
Mesmo perfis mais arrojados sabem da importância da diversificação. Só que eles utilizam seu conhecimento de mercado para separar papéis em empresas com maior previsibilidade e outras mais arrojadas, para obterem fatia maior de lucro.
Quais são os tipos de investimento?
Após a identificação do seu perfil, fica mais fácil determinar como aplicar o seu dinheiro. Os especialistas de corretoras ou instituições financeiras utilizam o seu perfil para montar a sua carteira da melhor forma possível, para atender seus objetivos.
A seguir, vamos mostrar as diferenças entre os tipos de investimento.
Investimento de renda fixa
Opção mais recomendada para quem está começando a investir, a renda fixa permite saber qual será sua rentabilidade no prazo determinado para investir.
Quando você investe em títulos do governo (como Tesouro Direto), você já consegue saber o quanto terá de lucro e quando poderá retirar o seu dinheiro. Quanto maior for o prazo do investimento, maior deve ser a taxa de remuneração nesse tipo de investimento.
O desempenho dos papéis de renda fixa dependem das variações de índices de juros, como IPCA, CDI e a própria Selic.
Os principais investimentos de renda fixa são Tesouro Direto, CDBs e a própria poupança. Por conta da previsibilidade, os ativos de renda fixa são considerados conservadores e de baixo risco.
Investimento de renda variável
Por outro lado, em investimentos em renda variável não dá pra prever muito bem qual será o desempenho dos ativos. Isso significa que você pode fazer uma ‘aposta’ em determinados ativos e pode tanto ganhar, quanto perder dinheiro.
A variação desse tipo de investimento vai de acordo com o mercado. Por exemplo, se a bolsa de valores apresenta boa performance, pode ser que você surfe em uma boa onda e ganhe dinheiro. Há momentos, inclusive, em que investidores apostam na queda de algumas empresas e também saem no lucro. Porém, esse tipo de aplicação é mais recomendada para investidores experientes, que conhecem as oscilações do mercado e sabem fazer uma análise aprofundada dos ativos.
A mais conhecida forma de investir em renda variável é por meio da bolsa de valores. Você pode selecionar os ativos que têm capital aberto e montar a sua própria carteira de investimentos. Para isso, você precisa criar uma conta em uma corretora de investimentos, entender qual é o seu perfil de investidor e acompanhar o mercado.
Outros tipos de investimento em renda variável incluem fundos de ações, negociações de preços de commodities (petróleo, café, soja, ouro etc) etc. É o tipo de investimento que atrai mais investidores moderados e arrojados.
Como diversificar os investimentos
É comum que, de início, você tenha um perfil mais conservador - especialmente porque não quer correr o risco de perder dinheiro.
Porém, com a reserva de emergência garantida - que não pode ser utilizada para montar sua carteira de investimentos - você tem mais segurança para diversificar seu patrimônio.
O ideal é ter pelo menos um percentual de renda variável em sua carteira. Pode começar com pouco, com menos de 10%. À medida que conhecer mais como funciona esse mercado (para isso, a educação financeira é crucial), é possível aumentar seu percentual em renda variável e ter uma carteira mais diversificada.
Com o tempo, você pode considerar outras oportunidades para aumentar seu patrimônio.
A compra de um imóvel, por exemplo, é uma ótima forma de gerar mais renda com aluguel ou até mesmo com a venda. Para isso, você pode contar com o consórcio de imóveis, que permite a compra de uma casa, apartamento ou até mesmo empreendimento comercial sem ter que pagar entrada ou juros. Faça uma simulação agora mesmo para aproveitar as vantagens de uma categoria que há mais de 50 anos ajuda os brasileiros a realizarem seus sonhos.