Nos últimos anos, os brasileiros têm passado por algumas dificuldades em relação às finanças. Para se ter uma ideia, uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados de 2017 e 2018, revelou que mais de 70% das famílias vivem com alguma dificuldade com suas despesas.
Se levarmos em consideração que, de 2020 para cá, passamos pela pandemia de Covid-19 e tivemos um grande aumento da inflação, diminuindo o poder de compra das pessoas, este número, na prática, deve ser ainda mais impactante.
Para muitas pessoas, o salário tende a ser insuficiente para as compras do dia a dia e até mesmo para o consumo. Por conta disso, algumas famílias acabam contraindo dívidas, seja com o uso descontrolado do cartão de crédito ou abusando dos limites de cheque especial. Essas duas formas de pagamento, embora sirvam de grande ajuda em alguns momentos de nossas vidas, possuem um juros acima de 100%. Quanto mais você demora para pagar a dívida de cartão ou cheque especial, mais ela irá se acumular, complicando toda a sua saúde financeira.
Sim, a situação está difícil para muitas pessoas. Mas, será que é possível reverter esse cenário? Não dá para esperar a economia brasileira melhorar para tomar uma atitude!
A seguir, vamos trazer algumas dicas para que você mantenha a sua conta no positivo.
Mantenha controle das suas finanças
O primeiro passo para conseguir manter a sua conta sempre no azul é ter total controle de suas finanças.
Muitas pessoas acabam pecando nesta etapa e, sem querer, gastam mais do que poderiam, por conta de algum impulso ou pela simples falta de acompanhamento do seu orçamento.
A melhor forma de controlar suas finanças é com a utilização de uma planilha financeira. Você não precisa investir um centavo para isso: com a ajuda de programas como Excel, Google Planilhas ou Números, você pode utilizar um modelo pronto de orçamento familiar e separar todos os seus gastos e rendimentos.
É importante listar os custos fixos, que são gastos com aluguel, luz, água, parcela do carro, escola dos filhos, enfim, boletos que devem ser pagos obrigatoriamente todos os meses.
Além disso, sua planilha deve conter os gastos variáveis, que não necessariamente são os mesmos de um mês para outro. Aqui entra a fatura do cartão de crédito, pacotes de assinatura, compras no supermercado e gastos com lazer, que podem variar bastante.
Na mesma planilha, insira o valor dos rendimentos mensais, considerando os salários de todas as pessoas da família que trabalham.
Dessa forma, você consegue visualizar se os seus ganhos são suficientes para lidar com os gastos que costuma ter.
Para que consiga estabelecer esse controle, é importante criar o hábito de atualizá-la sempre que realizar algum tipo de gasto. Converse com a família e se organize para, pelo menos uma vez por semana, inserir os gastos. Assim, você consegue ter um controle mais efetivo e entender como anda sua saúde financeira.
Organize-se para gastar menos do que ganha
Montou a sua planilha e viu que os rendimentos não cobrem os seus gastos? É sinal de que você e sua família precisam estabelecer um plano de ação para reverter a situação.
De início, é necessário cortar os gastos supérfluos, que são aqueles que não são necessários. Por exemplo, se você utiliza TV a cabo ou serviços de streaming, pode cortar alguns deles ou diminuir consideravelmente o valor dos pacotes contratados. Pesquise bem antes de fazer as compras de supermercado: você pode optar por atacados e ficar de olho em promoções.
Evite sair para comer com alta frequência. Uma boa opção é comprar comida para fazer em casa. Se precisar sair para trabalhar, você pode optar por fazer marmitas - vale a pena escolher um dia para fazer comida para o restante da semana.
Até mesmo o lazer pode ser ‘diminuído’: se costuma sair todos os sábados, reduza a frequência para duas vezes por mês, a fim de economizar mais.
Esses hábitos devem ser diminuídos aos poucos, para não gerar uma grande frustração. O corte abrupto de alguns desses custos pode ser traumático para algumas pessoas. Portanto, converse com toda a família e veja como reduzir alguns desses gastos de forma progressiva, sempre pensando em um bem maior. Com um planejamento de como utilizar o dinheiro, fica mais fácil focar e atingir seus objetivos. Vamos explicar a seguir como fazer isso.
Crie um planejamento a curto, médio e longo prazo
Quando se tem um planejamento de como utilizar o dinheiro, tem-se uma motivação a mais para poupar. Por isso, reúna sua família e determine alguns objetivos a serem alcançados com o passar do tempo.
Curto prazo: é importante planejar todo tipo de compra, mesmo aquelas que devem facilitar o seu dia a dia. Assim, você evita o impulso de comprar e consegue utilizar o seu dinheiro com inteligência. Para curto prazo, você pode planejar compra de itens como roupas, eletrônicos ou itens que podem comprometer um pouco mais do seu orçamento.
Médio prazo: para compras de valor mais elevado, como eletrodomésticos, smartphones, entre outros, que muitas vezes são parcelados via cartão de crédito.
Longo prazo: para compra de bens de alto valor, como automóveis e imóveis. Para isso, você pode contar com o consórcio, que não exige valor de entrada e nem cobra juros nas mensalidades. Com planejamento, você pode utilizar a carta de crédito, que possui poder de compra à vista.
Monte a sua reserva de emergência
Para maior segurança financeira, é importante planejar a sua reserva de emergência, que consiste em um valor de até seis vezes seus rendimentos mensais. Digamos que sua família tenha à disposição um valor de R$ 10 mil por mês. Para uma boa reserva, o ideal seria ter, pelo menos, R$ 60 mil guardados em uma conta de fácil resgate.