Consórcio e financiamento: conheça as duas modalidades

Consórcio e financiamento: conheça as duas modalidades

Nas compras do dia a dia, costumamos utilizar diversos recursos na hora de efetuar qualquer tipo de pagamento: seja com dinheiro vivo, cartão de débito ou até mesmo cartão de crédito.  

Por mais que se tenha recursos financeiros para comprar o que se deseja, quando se trata de bens de alto valor, o modo de pagamento costuma ser um pouco diferente.  

A não ser que você tenha o dinheiro à vista para a compra de um automóvel ou imóvel, por exemplo, muito provavelmente você terá que considerar uma modalidade de compra um pouco diferente. 

É por isso que, ao considerar a compra de um bem de alto valor, as pessoas costumam fazer uma pesquisa mais aprofundada. Isso porque dificilmente elas terão o valor completo à disposição para seu pagamento. E, como forma de lidar com a compra, elas buscam opções em que podem parcelar a aquisição, de forma que facilite o processo como um todo. 

Quando se fala em parcelamento de um bem de alto valor, o consumidor conta com duas opções: com o consórcio e com o financiamento

Mas, qual a diferença entre essas duas modalidades? Neste artigo, vamos explicar como funciona o consórcio e o financiamento. 

O que é o financiamento? 

O financiamento é uma das modalidades mais procuradas pelas pessoas na hora de comprar um bem de alto valor. 

Isso porque ele permite ter acesso imediato ao bem antes mesmo de começar a pagar por ele.  

Funciona da seguinte forma: primeiramente, você precisa identificar que tipo de bem de alto valor deseja comprar. No caso de um veículo, por exemplo, você vai até a concessionária, escolhe o modelo que deseja para, então, tentar a compra por meio do financiamento

Então, o vendedor entra em contato diretamente com uma das instituições financeiras de sua escolha. Você pode fazer a seleção prévia da instituição, ou contar com o trabalho da própria concessionária na intermediação.  

Após a seleção do banco que irá facilitar todo o processo de compra por meio do financiamento, é preciso aceitar as condições. No caso de um veículo, geralmente é exigido um valor de entrada que corresponde a, pelo menos, 20% do total do carro. Por exemplo: se você decidir pela compra de um automóvel seminovo de R$ 60 mil, precisa pagar pelo menos R$ 12 mil de entrada. 

O valor de entrada viabiliza o seu financiamento. Antes mesmo de dar a entrada, a instituição financeira apresenta as condições para realizá-lo: ela apresenta a taxa de juros e, por meio de uma simulação, você já sabe o quanto precisa pagar mensalmente para a compra do seu veículo. 

O valor de entrada deve ser pago à concessionária ou proprietário - no caso do veículo - e formaliza o financiamento.  

Mas, por que você não paga o valor ao banco? 

Porque, na verdade, o valor que será financiado é o restante da compra do carro. No exemplo, com R$ 12 mil de entrada, o valor a ser financiado é de R$ 48 mil. Então, a instituição financeira apresenta as opções, sempre com o acréscimo de juros.  

Nesse processo, a instituição paga o valor do carro para a concessionária ou proprietário e cobra o valor restante do comprador. E, para que a transação seja vantajosa para a instituição, ela realiza a cobrança de juros compostos, que é a cobrança de juros sobre juros. 

Quanto maior o número de parcelas a pagar, maior é o percentual de juros a ser pago. Por isso mesmo, o valor a prazo de um financiamento é substancialmente maior do que o verdadeiro valor do veículo. 

Ao realizar o financiamento, é preciso pagar o valor das mensalidades. Em caso de atraso, existe um percentual de multa e, se deixar de pagar por meses, terá que recalcular a dívida, que vai gerar um índice de juros ainda maior. 

É por isso que, com o financiamento, você acaba pagando mais caro pelo bem. Assim como um carro, é possível financiar outros tipos de bens, como uma moto ou até mesmo um imóvel. Cada caso tem um tipo específico de burocracia, mas a regra se mantém: com o financiamento, a instituição financeira quita o valor do bem e faz a cobrança de forma parcelada, com acréscimo de juros, por ter facilitado a compra para o consumidor. 

Agora que você já sabe como funciona o financiamento, vamos explicar suas vantagens e desvantagens, confira. 

Vantagens do financiamento 

Uma das maiores vantagens do financiamento é permitir a compra imediata do bem: assim que tem o seu bem aprovado, você só precisa pagar o valor de entrada e, com tudo aprovado, usufruir do bem que conquistou. 

Enquanto isso, precisa realizar o pagamento das mensalidades, de acordo com as premissas da instituição financeira.  

Se você deseja ter acesso imediato ao bem, o financiamento pode ser uma modalidade que apresenta vantagem. Você não precisa ficar ansioso em ter o bem mais pra frente, e pode se organizar para o pagamento enquanto o utiliza. 

Desvantagens do financiamento 

A maior desvantagem do financiamento é o seu valor a prazo: por mais que você dê uma boa entrada para a compra do bem, precisa arcar com juros, que podem deixar o bem muito mais caro do que o seu valor original. 

Além de gerar um prejuízo de imediato, o financiamento estende a dívida por um longo período de tempo. Com isso, o bem acaba passando por um processo de desvalorização. Pense o seguinte: digamos que você tenha financiado um carro por quatro anos, com o valor de R$ 60 mil. Até concluir o pagamento (que pode chegar facilmente a mais de R$ 100 mil a prazo por meio do financiamento), seu modelo passará por um processo de desvalorização e, na hora de tentar vender, você terá um prejuízo ainda maior - afinal, ele vai valer bem menos que os R$ 60 mil. 

Por conta disso, o financiamento gera um custo enorme para o comprador em benefício da instituição financeira - que lucra com os juros compostos da modalidade. 

Sem falar que, para viabilizar o financiamento, é preciso estar minimamente capitalizado. Afinal, não é possível fazer uma compra sem dar um valor de entrada. E, mesmo que consiga pagar um valor mínimo, certamente o custo será alto: com maior quantidade de parcelas para dividir, você pagará um valor mais elevado de juros

Com o financiamento, o bem fica muito mais caro e gera um longo comprometimento até a totalidade do pagamento. Por isso, pense bem antes de considerá-lo para a compra do seu próximo automóvel, imóvel ou serviço. 

O que é o consórcio? 

Assim como o financiamento, o consórcio também permite o parcelamento da compra de um bem. Mas, as semelhanças entre as duas modalidades acabam aí. 

Isso porque o consórcio é uma forma de planejar a compra do seu próximo bem. Diferentemente das demais modalidades, você não sai com o bem na hora. Mas, tem a autonomia de selecionar o valor para viabilizar a compra (que é representado pela carta de crédito) e até mesmo a quantidade de parcelas em que deseja dividir

Cada tipo de bem tem um limite de carta de crédito e de quantidade de mensalidades. Tudo isso pode ser realizado por meio do simulador de consórcio, um mecanismo dinâmico que permite escolher os valores de carta de crédito e já identificar o valor da mensalidade. 

Com o consórcio, você não precisa se preocupar com o valor de entrada ou pagamento de juros nas mensalidades. A partir do momento em que fecha o contrato de adesão, você se torna um consorciado e pode pagar as mensalidades normalmente. 

Depois disso, você entra em um grupo de consórcio, com pessoas que possuem interesses parecidos com o seu. No caso da compra de um imóvel, por exemplo, você estará em um grupo composto por outros consorciados que também querem comprar uma casa ou apartamento com o valor da carta de crédito. 

A formação dos grupos é essencial para o funcionamento do consórcio. Quando você paga as mensalidades da sua cota, está investindo no fundo comum do grupo, que possui os recursos necessários para as contemplações que ocorrem nas assembleias. 

Por isso mesmo, o comprometimento com as parcelas é fundamental. Só está elegível aos sorteios quem está com o pagamento em dia.  

Pelo consórcio, você pode ser contemplado por meio do sorteio ou com a oferta de lance nas assembleias. O lance é um valor a mais que cada consorciado pode tentar, com o objetivo de antecipar sua contemplação. A oferta mínima é de 10% da sua carta de crédito: por exemplo, se estiver investindo em um consórcio de imóveis de R$ 200 mil, precisa dar pelo menos R$ 20 mil como lance.  

O maior valor de lance define o vencedor dentro do lance livre, que é a modalidade mais comum. Se outro consorciado for contemplado, sem problemas: você pode juntar um valor ainda maior e tentar as próximas assembleias.  

Além disso, com o lance você quita as últimas mensalidades da sua cota, de forma regressiva. Assim, você termina de pagar seu consórcio com antecedência e já pode desfrutar da carta de crédito. 

Como já explicamos, a carta de crédito representa o valor do bem que você escolheu. Ao ser contemplado, você negocia diretamente com o proprietário ou a empresa responsável e solicita à administradora a transferência do valor integral, que vai possibilitar a compra.  

Isso significa que o consórcio dá poder de compra à vista aos contemplados, o que possibilita uma excelente margem de negociação. É mais fácil obter desconto na compra de um bem à vista, portanto, aproveite este benefício e pesquise bem antes de utilizar seu valor. 

Além do mais, com o consórcio você não precisa se preocupar em usar o valor certinho da sua carta de crédito. Se o bem tiver um valor superior à sua carta de crédito, é possível negociar com o proprietário e completar com os seus próprios recursos a transação. E, caso a carta de crédito tenha um valor superior ao bem, você pode utilizar até 10% de seu valor para despesas burocráticas, como idas ao cartório, transferência de propriedade etc. 

Em resumo, o consórcio permite o planejamento da compra do seu bem, sem a necessidade de pagar juros ou dar valor de entrada. As empresas de consórcio cobram apenas uma taxa de administração, que já é fixada no momento em que você fecha o contrato. Com o simulador de consórcio, você já tem a informação do quanto terá que pagar de taxa. Trata-se de uma economia bem significativa quando comparada ao financiamento, por exemplo, que faz cobrança de juros. 

A seguir, vamos apresentar as principais vantagens e desvantagens de um consórcio. 

Vantagens do consórcio 

O consórcio dá mais flexibilidade para o consumidor em todos os sentidos: ele tem poder de escolha do valor da carta de crédito e da quantidade de parcelas, sempre de acordo com os limites de cada bem. 

Com o consórcio, você pode planejar a compra do seu bem sem ter que comprometer suas finanças. É você que determina quanto irá pagar por mês, de acordo com o seu planejamento mensal. Por isso mesmo, o ideal é ter controle de suas finanças, para ter uma melhor tomada de decisão na hora de simular o seu consórcio. 

Se você não tem pressa na aquisição do seu bem, pode pagar por sua cota tranquilamente e definir o melhor momento para ofertar o lance, se desejar. Você tem a liberdade de fazer a sua oferta quantas vezes quiser, até que seja contemplado. Dessa forma, você termina de pagar sua cota com antecedência e pode se planejar para a sua compra. 

Iniciar o pagamento do consórcio é um processo mais simples do que o financiamento. É possível assinar um contrato mesmo com o nome sujo, por exemplo. Porém, é preciso resolver sua situação financeira antes de ser contemplado. Isso porque a administradora realiza um processo de análise de crédito, e exige que a situação de cada consorciado esteja regularizada antes de conceder a carta de crédito. 

Com a carta de crédito em mãos, você tem poder de compra à vista para negociar o melhor valor na hora da compra. E, o melhor de tudo: não precisa se preocupar com a desvalorização do bem, afinal, ele já está devidamente quitado. Enquanto isso, o bem fica alienado à administradora, até a quitação total da sua cota de consórcio. 

Desvantagens do consórcio 

A principal desvantagem do consórcio é não ter o bem em mãos assim que fecha o contrato. Por isso mesmo, a modalidade é ideal para quem tem paciência e quer planejar a sua compra. 

É preciso ficar atento às regras da modalidade antes de fechar o contrato. Veja como funcionam os grupos e fique atento aos reajustes na mensalidade, que acontecem no aniversário anual de sua cota. O reajuste é em benefício da carta de crédito: trata-se de uma forma de proteger o seu poder de compra diante da inflação ou da possível desvalorização da moeda

Como fazer um consórcio 

Se você se interessou em planejar a compra do seu bem, sem ter que comprometer seus rendimentos mensais, então o consórcio é a melhor modalidade para você. 

Por mais que possa parecer complexo, ao seguir os nossos passos e entender seu funcionamento, você conseguirá extrair as principais vantagens de uma modalidade que tem crescido cada vez mais com o passar dos anos. 

Fazer um consórcio é mais simples do que você pode imaginar. Antes de tudo, é preciso escolher uma administradora de consórcio que tenha credibilidade e, principalmente, tenha autorização do Banco Central do Brasil (Bacen) para seu pleno funcionamento. 

A Embracon, por exemplo, tem mais de 30 anos de história realizando milhares de sonhos dos brasileiros por meio do consórcio. 

Com o consórcio, você pode investir em diferentes tipos de bens: 

  • Automóveis: para a compra do seu modelo zero km ou seminovo, desde que tenha, no máximo, cinco anos de utilização.  

  • Moto: para quem deseja ter a moto dos sonhos ou até mesmo um modelo para trabalhar ou lidar com o dia a dia. 

  • Imóveis: para a compra da casa própria, apartamento decorado, apartamento na planta, terreno ou até mesmo empreendimentos comerciais. 

  • Serviços: com cartas de crédito de até R$ 30 mil, você pode investir na reforma da sua casa, viagens, intercâmbio, cirurgias estéticas, festas e até mesmo o casamento dos seus sonhos. 

  • Veículos pesados: para quem quer planejar a compra de uma van, caminhão, carreta, ônibus ou até maquinários agrícolas. 

Cada categoria de consórcio possui diferentes limites de carta de crédito. Caso queira ter à disposição um valor maior que o limite, você pode investir em mais de uma cota, contanto que a soma das mensalidades não ultrapasse 30% de seus rendimentos mensais. 

Depois de escolher o tipo de bem, você pode fazer a simulação, onde escolhe o valor da carta de crédito e a quantidade de mensalidades. É possível simular quantas vezes quiser, até encontrar o valor que faça mais sentido dentro de sua realidade financeira. 

Após inserir os dados pessoais, um especialista de consórcio entrará em contato para tirar todas as dúvidas, determinar o valor da cota e entregar o contrato de adesão. 

Depois disso, a administradora tem até 90 dias para fazer a inserção em um grupo de consórcio. 

Os grupos são a essência do consórcio. É preciso pagar a mensalidade em dia para ter participar das assembleias, onde você pode ser contemplado por sorteio ou com a oferta de um lance

Todos os consorciados serão contemplados até o encerramento do grupo - que acontece quando todos os integrantes recebem devidamente sua carta de crédito. Isso pode acontecer tanto nos primeiros meses, quanto nos últimos da sua cota. Nenhuma administradora de consórcio pode prometer quando cada consorciado será contemplado - mesmo com a oferta de lance, é preciso ficar atento às demais ofertas feitas na assembleia. 

De qualquer forma, o lance é a melhor forma de antecipar sua aquisição. Como você pode fazer a sua oferta quantas vezes for necessário, observe bem os valores contemplados e junte cada vez mais dinheiro, para aumentar suas chances. 

A vantagem do lance é que você pode quitar o seu consórcio com antecedência.  

Ao ser contemplado, você precisa passar pela análise de crédito - momento em que a administradora verifica suas informações pessoais e consulta seu nome nos órgãos de proteção ao crédito (como SPC e Serasa), para dar garantia aos demais membros do grupo, que continuarão pagando suas mensalidades para serem contemplados. Fique atento às solicitações da administradora, para que consiga ter acesso à sua carta de crédito. 

Com a carta em mãos, você finalmente pode realizar a compra do bem que selecionou, com poder de compra à vista. Aproveite para fazer uma boa negociação e economizar bastante em sua aquisição. 

Consórcio: uma opção mais vantajosa que o financiamento 

Como deu para perceber, o consórcio é a modalidade ideal para quem quer planejar a sua compra a longo prazo. Por mais que você não receba o bem de imediato, como acontece com o financiamento, você paga por um valor a prazo mais justo, de forma que não prejudica seus rendimentos mensais. 

Escolha o bem que deseja comprar e faça uma simulação de consórcio. Aproveite as vantagens de uma modalidade que ajuda milhões de brasileiros a realizarem seus sonhos.