Entenda tudo sobre o reajuste no consórcio

31 de ago. de 20229 minutos de leitura
Entenda tudo sobre o reajuste no consórcio

O consórcio é uma forma de investir em um bem de alto valor sem comprometer seus rendimentos. Com essa modalidade, você pode realizar todo o planejamento para a compra do que realmente precisa, selecionando o valor que irá pagar para a compra do bem e a quantidade de mensalidades.

Você não sai com o bem na hora, como acontece com o financiamento ou até mesmo o pagamento à vista. Para fechar o contrato, você seleciona o tipo de bem que deseja comprar e o valor que utilizará como referência para pagá-lo - representado pela carta de crédito.

A carta de crédito é o mecanismo que permite ao consorciado comprar o tipo de bem que selecionou quando for contemplado.

Antes de fazer um consórcio, é importante escolher uma administradora que tenha autorização do Banco Central do Brasil (Bacen) para realizar todos os serviços da categoria. Somente administradoras autorizadas podem garantir que todo o processo seja feito com garantia: do fechamento de contrato, passando pela organização dos grupos e entrega das cartas de crédito nas contemplações.

Na Embracon, que é uma administradora independente com mais de 30 anos de atuação, você tem as seguintes possibilidades de compra:

  • Consórcio de automóveis: para a compra de automóveis novos e seminovos;

  • Consórcio de motos: para a compra da motocicleta que sempre quis em sua garagem;

  • Consórcio de imóveis: para quem deseja realizar o sonho da casa própria, comprar um apartamento na planta, apartamento já decorado, terreno para construir ou até mesmo um empreendimento comercial com a carta de crédito;

  • Consórcio de serviços: esta categoria é nova e permite realizar uma série de experiências, como uma viagem, estudos (para pagar faculdade, cursos livres, intercâmbio etc), festas (formatura, casamento, aniversários), cirurgias e reformas;

  • Consórcio de pesados: para a compra de caminhões, ônibus, vans e máquinas agrícolas.

Ao selecionar um desses tipos de bem, você pode prosseguir com a simulação pelo site da administradora.

No processo de simulação, basta escolher o valor da carta de crédito, que equivale ao valor total do bem, e a quantidade de parcelas que deseja pagar.

Como retorno, a administradora já identifica o valor que você precisa pagar de parcela, com acréscimo das taxas de consórcio, que são:

  • Taxa de administração: que serve para remunerar a empresa de consórcio por todos os serviços realizados, como formação dos grupos, entrega das cartas de crédito, análise dos consorciados, entre outros. Um índice bem inferior aos juros do financiamento, por exemplo, que podem levar o total a prazo de um bem a custar quase o dobro do valor original.

  • Fundo de reserva: um percentual da carta de crédito para garantir que o fundo comum, que é responsável pela entrega das cartas de crédito, mantenha-se saudável. Para isso, é preciso que os consorciados do grupo paguem na data correta as mensalidades. Quando uma ou mais pessoas deixam de pagar, coloca em risco os demais integrantes do grupo. Caso o fundo de reserva não seja utilizado em sua totalidade, o valor remanescente é repartido entre os integrantes do grupo antes do encerramento.

É possível fazer a simulação de um bem quantas vezes achar necessário. O importante é definir o melhor valor para a sua compra, afinal, o consórcio existe justamente para facilitar a sua vida.

Se você investir em um consórcio de imóveis com carta de R$ 400 mil, provavelmente estará em um grupo composto por outros consorciados que também têm interesse na compra de uma casa ou apartamento, com valor semelhante.

Nos grupos, você pode ser contemplado de duas formas: com a realização dos sorteios, em que todos têm as mesmas chances de contemplação; ou com a oferta de um lance, que é um valor a mais que cada consorciado pode tentar, com o objetivo de ser contemplado com antecedência.

De certa forma, o lance permite que você termine de pagar o seu consórcio com antecedência.

Agora que você já sabe como funciona o consórcio, iremos trazer todos os detalhes de como funcionam os reajustes nas mensalidades, para que consiga se programar da melhor forma e realizar com segurança o investimento em seu próximo bem.

O que é o reajuste de consórcio?

O reajuste do consórcio é, basicamente, a correção do valor da carta de crédito do consorciado. Esse reajuste é utilizado para que o montante obtido ao fim dos pagamentos não desvalorize com o passar dos anos e o cliente não perca poder de compra.

A correção é feita baseada na porcentagem do valor do bem. Todo crédito e todo débito é definido em percentuais, relacionados ao valor do bem ou serviço ofertado. Para que a administradora do consórcio possa reajustar o valor da carta de crédito, é necessário definir o índice que será utilizado antes da assinatura do contrato de adesão.

Na prática, funciona da seguinte maneira: quando você seleciona o valor para a compra do seu bem, o simulador automaticamente retorna com o valor que você precisa pagar mensalmente.

Porém, o consórcio é um investimento a longo prazo, ou seja, pode levar anos até que você tenha acesso ao bem que tanto sonhou.

Para evitar que seu poder de compra seja comprometido, o Bacen determina que as administradoras apliquem o valor de reajuste nas parcelas dos consorciados a cada ano que passa. Ou seja, se você tiver investindo em um consórcio de imóveis, com o valor de mensalidade definido, a cada aniversário anual de sua cota ela passará por esse reajuste, devido aos índices inflacionários.

À primeira vista, pode parecer que o consorciado sai como prejudicado. Mas a verdade é que o reajuste é aplicado diretamente no valor da carta de crédito. Ainda no exemplo da carta de R$ 400 mil para imóveis: significa que, passado um ano, a administradora considera os reajustes inflacionários da categoria, como o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), para reajustar o valor da carta de crédito. Com isso, é feito um novo cálculo de valor das mensalidades, a partir desse reajuste.

Portanto, você pode pagar um valor a mais porque está investindo em uma carta de crédito de valor superior. Ao ser contemplado, então, você terá à disposição um valor superior de carta, para que tenha o mesmo poder de compra de quando selecionou o valor na etapa de simulação.

Por que é importante estar ciente do reajuste?

Alguns consumidores podem reclamar de alterações no valor das mensalidades. Isso porque, ao fazer a simulação, eles já planejam seus gastos por um longo período de tempo e não preveem qualquer tipo de alteração.

Esse cálculo é feito para evitar prejuízos por conta de índices inflacionários.

Além da divisão do valor integral da carta de crédito, a mensalidade também inclui taxa de administração, fundo de reserva e seguro.

Ao contrário do que possa parecer, o reajuste não tem como objetivo dar mais lucro à administradora. Ele é feito por conta dos índices de inflação, que são determinados a partir da economia do país e influenciam o poder de compra das pessoas.

Ou seja, ao investir em um bem a longo prazo, o consumidor tem que estar ciente de que este bem pode valorizar ou desvalorizar.

Para que esse cenário não prejudique os integrantes do grupo, a administradora trabalha o reajuste após um ano de pagamento, para que ninguém se sinta lesado ao pagar a mais assim que entrar no consórcio.

Quais os índices utilizados para o reajuste?

Os índices mais utilizados são o IPCA para os consórcios de carros e motos e o INCC para os consórcios de imóveis. Veja mais informações sobre os principais índices utilizados nas correções das cartas de crédito:

  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), é administrado pela Fundação Getúlio Vargas;

  • Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), correspondente à inflação oficial;

  • Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que também pertence a FGV;

  • Custo Unitário Básico (CUB), administrado pelo Sindicato da Construção, presente nos consórcios imobiliários;

  • Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), representado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É possível se deparar com alguns consórcios que consideram também a tabela FIPE — Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

A tabela FIPE é responsável por definir o preço dos automóveis no mercado do Brasil, estabelecendo um padrão para a compra e venda de carros, motos, ônibus e caminhões. Da mesma forma que é utilizada para calcular o IPVA, também pode ser usada nos consórcios. Vale lembrar que, se a inflação cair e o preço do bem for reduzido, o reajuste para menos também pode se refletir nas parcelas.

Como se planejar para os reajustes

Para que você garanta uma boa experiência com o consórcio, é crucial ter entendimento do valor das mensalidades e conseguir se organizar financeiramente.

A seguir, vamos trazer algumas dicas importantes para que não seja impactado com os reajustes anuais.

Defina o melhor valor de mensalidade

O processo de simulação é importante porque dá ao interessado visibilidade dos valores praticados no consórcio. Como você pode realizar esse processo quantas vezes quiser, aproveite para testar diversos valores e quantidade de parcelas e defina uma mensalidade que esteja de acordo com os seus rendimentos mensais.

Para impedir que haja casos de inadimplência, as administradoras não permitem que as mensalidades ultrapassem 30% dos rendimentos mensais. Quando um ou mais integrantes deixam de pagar pelo consórcio, a administradora se torna vulnerável, podendo gerar prejuízo para os demais integrantes. Afinal, o consórcio é um tipo de investimento que conta com a colaboração de todos. Somente com as mensalidades pagas o fundo comum tem os recursos necessários para realizar as contemplações.

Portanto, para ter uma boa experiência, organize suas finanças e planeje o pagamento da sua cota. Você pode utilizar a sua planilha financeira ou contar com um aplicativo que ajude na gestão do seu dinheiro, para que consiga prever anualmente quando os reajustes acontecerem. Aliás, não deixe de acompanhar os índices, para ter maior previsibilidade no valor das parcelas.

Faça o planejamento de um lance

Quanto mais tempo você passar pagando pela sua cota, mais será impactado pelos reajustes anuais.

Uma forma de evitar esse impacto é fazendo a oferta de um lance. Afinal, quando o lance é efetivado, você tem acesso imediato à carta de crédito, podendo realizar a sua compra com antecedência - e, consequentemente, terminando de pagar a sua cota também com antecedência.

Enquanto realiza o pagamento da sua cota, você pode ir juntando o valor de lance em uma conta apartada.

A oferta pode ser realizada na Área de Clientes. Você pode tentar quantas vezes quiser a sua oferta de lance: quanto maior for a sua oferta, maiores serão as chances de ser contemplado.

Acompanhe os índices

Como já mostramos, ter ciência dos índices pode dar mais previsibilidade na hora de determinar seus gastos com o consórcio. Veja qual é o índice que impacta a sua carta de crédito e veja como o setor tem sido encarado pelo noticiário econômico.

Com esse acompanhamento, você pode fazer uma projeção do quanto terá que gastar a mais nos próximos anos. Isso dará mais fôlego para que possa preparar suas finanças.

Por que vale a pena fazer consórcio

Quando se fala no termo ‘taxa’, muitas pessoas começam a ficar receosas. E, no caso do consórcio, é preciso pensar em planejamento a médio e longo prazo, uma vez que o consorciado não tem acesso direto ao bem.

Com o consórcio, você define o valor em que pretende investir e a quantidade de parcelas que deseja pagar. Tudo isso pode ser feito de forma flexível por meio do simulador, que já dá o retorno do valor a ser pago e as taxas que estão incluídas nas mensalidades.

Não é preciso saber de cara o que deseja comprar com o consórcio. Você pode começar o pagamento do seu bem, enquanto pesquisa o que realmente deseja comprar.

Pelo exemplo da carta de imóveis de R$ 400 mil, você nem precisa decidir se quer morar em uma casa ou apartamento com antecedência. Enquanto fecha o contrato, você pode pesquisar com calma e identificar as melhores oportunidades de compra. Assim, quando for contemplado, estará mais preparado e saberá como aplicar o valor da carta de crédito da melhor forma.

Outra vantagem é que a carta de crédito dá poder de compra à vista ao consorciado. Isso pode gerar uma ótima negociação: muitos proprietários e vendedores concedem um desconto significativo quando se tem o valor à vista.

Se o valor da sua carta de crédito for insuficiente para a compra de um bem, é possível completar o valor da transação com os seus próprios recursos. Neste caso, negocie diretamente com o fornecedor ou proprietário, em busca das melhores condições possíveis de compra.

Vale lembrar que o valor integral da carta de crédito é transferido diretamente para o proprietário ou fornecedor responsável pelo bem.

Portanto, quando se trata de comprar a prazo, o consórcio é a melhor solução. Os reajustes servem para que seu poder de compra seja preservado, dando direito a uma compra de valor próxima ao momento em que efetuou a simulação.

Além disso, com o poder de compra à vista da carta de crédito, o consorciado pode economizar significativamente quando for contemplado, seja na compra de um carro, uma casa, um apartamento ou até mesmo na aquisição de um serviço.

Para saber melhor como funciona o consórcio, escolha o bem que deseja comprar e faça uma simulação. Com planejamento e flexibilidade, você conseguirá investir no seu sonho pagando por um valor justo a prazo.