Importância de fazer a revisão do seu carro

28 de out. de 202211 minutos de leitura
Importância de fazer a revisão do seu carro

A compra de um carro é um dos momentos mais importantes da vida de qualquer pessoa. Quem já passou pelo sonho de ter um veículo na garagem sabe muito bem o que essa conquista representa quando chega o momento de pegar as chaves do seu novo modelo.

Por muito tempo, o brasileiro sonhou com a compra do seu carro. Mais de 60 anos após os carros populares darem seus primeiros sinais nas ruas e avenidas do país - muitos deles com o apoio do consórcio, vale destacar - as montadoras apresentaram diversos novos modelos, que vão se modernizando cada vez mais.

Se antes as pessoas basicamente escolhiam entre hatch e sedan para passeio, atualmente as opções se multiplicaram com a invasão das SUVs e até mesmo a modernização das picapes, hoje com quatro portas e um bom espaçamento interno.

Mesmo com o passar do tempo, uma coisa não mudou: a importância de se fazer uma revisão regular no seu veículo.

Trata-se de cuidar da melhor forma do seu carro.

Por mais que a maioria das pessoas já imagine o dia em que vai sair, rodar e pôr o pé na estrada ao pegar um novo carro, é preciso tomar alguns cuidados para que ele não passe por longos períodos de manutenção.

Assim como fazemos o possível para preservar nosso lar ou manter um ritmo de checkups para a nossa saúde, o carro também necessita de uma atenção, para que esteja sempre à disposição quando você precisar.

Por isso, não espere que o carro deixe bem claro sinais de que precisa de um mecânico.

Para isso, você pode realizar revisão preventiva do seu veículo. Além de evitar dores de cabeça repentinas, você economiza um bom dinheiro quando consegue prevenir o que pode comprometer o desempenho do seu carro.

Revisão: uma prevenção para o carro

Se você já tem um automóvel, sabe muito bem que pode chegar no seu mecânico de confiança e pedir que ele faça uma revisão completa. Porém, nem todos os motoristas têm esse hábito.

Salvo em momentos de uma viagem à grande distância, por exemplo, alguns condutores só pedem para fazer revisão quando o carro dá sinais de apresentar algum defeito - seja com um barulho estranho ou problemas com combustível, por exemplo.

A verdade é que não existe a data certa para a revisão. Porém, para que você possa se organizar, recomenda-se fazer uma revisão preventiva a cada 6 meses ou pelo menos a cada 10 mil quilômetros rodados com o veículo.

Como se preparar para a manutenção do seu carro

Deu para perceber que são muitos componentes e detalhes para a devida manutenção do seu carro, não é verdade?

Não é preciso ser perito em engenharia automotiva para lidar com esse tipo de problema. A boa e velha revisão veicular precisa ser feita com frequência: pelo menos duas vezes por ano ou a cada 10 mil km rodados, o veículo precisa passar por esse procedimento com mecânicos especializados.

A seguir, vamos trazer uma série de práticas que podem ajudar a estabelecer uma boa rotina com a manutenção do seu veículo.

Leia o manual do proprietário

No processo de compra de um carro, ficamos tão empolgados que já queremos sair com o veículo e facilitar o dia a dia com o seu uso. Dessa forma, acabamos ignorando um documento bem importante e que precisa ser lido pelo condutor: o manual do proprietário.

A partir dele, você conhece as propriedades do seu veículo, sabe qual a intenção por trás de cada botãozinho do seu painel, verifica os detalhes do que pode ser feito enquanto dura a garantia e tem uma boa noção de manutenção.

Muitos detalhes de trocas de pequenas peças são revelados em seu manual, que nada mais é do que a recomendação do fabricante do veículo. Cada carro possui sua particularidade e, quanto mais você souber sobre ele, mais estará preparado para lidar com as pequenas manutenções do dia a dia.

Fique atento ao calendário de revisões

A partir do proprietário do veículo, você tem uma ideia de quando terá que rever alguns itens, seja por atingir determinada quilometragem ou por conta de desgaste com o tempo.

Quanto a isso, vale a pena criar um calendário de revisões que engloba tudo relacionado ao seu carro. Neste calendário - que pode ser criado com a ajuda de um aplicativo específico, como o calendário do seu celular, ou até mesmo com o uso de um calendário físico, como aquele que você utiliza em seu escritório ou até mesmo na cozinha da sua casa - você pode incluir o que deve ser revisto em cada período.

Se você tiver um carro zero km, esse processo tende a ficar mais fácil. Afinal, você está construindo do zero o histórico do seu veículo.

Mas, se você utiliza um carro seminovo, sem problemas. Utilize o calendário para identificar quando cada componente precisa ser trocado e consulte o histórico do veículo. No processo de compra, é comum que os vendedores repassem as notas fiscais de todas as idas ao mecânico, para que o novo comprador acompanhe cada manutenção realizada e possa se programar.

Confira o histórico do seu veículo

Como já antecipamos, é importante ter acesso ao histórico de manutenções e idas ao mecânico, para que você saiba quais componentes foram trocados ou reparados ao longo da vida útil do seu veículo.

Você pode até mesmo fazer as alterações em seu calendário ao se deparar com o histórico do veículo, adicionando o que deve ser revisto com o passar dos meses.

Tenha um mecânico de confiança

Todo cuidado com o seu veículo é pouco e, para isso, você precisa ter um mecânico de confiança.

Esse fator é mais importante do que você imagina. Quando você não tem uma relação de confiança com um profissional desse tipo, fica com receio de levar o seu veículo para qualquer tipo de manutenção. Infelizmente, é comum alguns profissionais cobrarem por qualquer tipo de supervisão no veículo - quando não realizam um serviço de má qualidade, com uso de peças desgastadas, que comprometem a vida útil de alguns componentes do seu carro.

Ter referências de mecânico ajuda. Caso não tenha encontrado uma pessoa de confiança, converse com outros proprietários de veículos que já tenham passado por algum tipo de experiência levando o carro para a oficina. Alguns podem reclamar de preço dos serviços ou até da demora na resolução de um problema. Porém, o que precisa ser levado em consideração é a qualidade da manutenção ou qualquer outro reparo que deva ser feito.

Um bom mecânico irá comunicar quando cada peça tiver que ser revista e vai ajudá-lo a cumprir ou ficar atento ao calendário que você estabelecer. Vale lembrar que alguns componentes sofrem com o desgaste naturalmente, dependendo da frequência com que você utiliza o veículo, as vias em que costuma trafegar ou até mesmo se lida com engarrafamentos o tempo inteiro.

Com um bom mecânico à disposição, você pode ter a confiança de realizar as manutenções no período mais adequado e contar com a transparência de um serviço essencial para a durabilidade do seu veículo e de suas peças.

O que considerar para a revisão do carro

Para que você fique mais por dentro dos componentes do carro que precisam ser trocados, além do período ideal para conduzir essas trocas, confira a lista a seguir.

Alinhamento e balanceamento dos pneus

Sabe quando você está conduzindo o seu veículo nas avenidas e estradas e, mesmo em linha reta, parece que ele está balançando demais ou seguindo de forma meio tortuosa? Esse é um sinal de que você precisa realizar o alinhamento e o balanceamento dos pneus do seu carro.

Para isso, o mecânico ajusta os ângulos que as rodas do veículo devem fazer em relação ao asfalto e às linhas centrais do veículo. Trata-se da busca do equilíbrio para dar mais eficiência no rolamento e gerar uniformidade no desgaste dos pneus.

Pode parecer uma medida simples, mas isso garante mais segurança aos condutores.

O balanceamento, que deve ser feito no mesmo período do alinhamento, evita as famosas trepidações do carro pelas vias, que tendem a danificar mais os pneus e podem comprometer todo o sistema de frenagem.

O recomendado é realizar este procedimento entre 10 mil e 20 mil quilômetros rodados, dependendo da idade do veículo.

Troca de óleo

A troca de óleo existe justamente para dar mais durabilidade ao motor do seu carro. Sua atuação no veículo é bem importante: ele realiza a limpeza de resíduos, removendo as partículas metálicas e as impurezas, e auxilia no processo de troca térmica, com o objetivo de fazer com que o motor funcione em condições adequadas.

Conforme você utiliza o seu carro, mais ele tende a exigir do motor. Quando isso acontece, as propriedades do lubrificante tendem a se perder e o óleo vai engrossando cada vez mais. Isso pode gerar maior atrito interno e comprometer o motor do seu carro.

O ideal é que a troca seja feita no período de 5 mil a 15 mil km, dependendo das recomendações do fabricante do seu veículo.

Suspensão

Outro componente bem importante do seu carro é a suspensão, que é formada por um conjunto de peças que ajudam a dar estabilidade ao veículo.

  • Amortecedores e mola: Juntas, essas peças reduzem a força do impacto que vem das irregularidades do asfalto para o veículo.

  • Braço oscilante: é uma coluna que serve como apoio entre a suspensão e o chassi.

  • Pivô de suspensão: para que o braço oscilante alcance o ângulo necessário, o pivô de sustentação atua como força auxiliar, que se movimenta para cima e para baixo.

  • Barra estabilizadora: promove a estabilidade do veículo ligando as colunas de suspensão.

Sempre que ouvir algum barulho vindo da suspensão, é hora de visitar o mecânico. Caso uma das peças que compõem a suspensão esteja danificada, a troca pode ser necessária, a fim de evitar que se torne um problema pior.

Quando o seu carro está com problema de alinhamento, acaba exigindo mais da suspensão, que vai perdendo sua vida útil aos poucos. Com o hábito de fazer revisões regulares em seu veículo, esse problema pode ser antecipado. A troca de um ou mais componentes que ajudam a estabilidade do carro é bem mais econômica do que lidar com um problema generalizado na suspensão.

Fluido das transmissões

Diferente da maioria dos componentes de seu veículo, não existe uma unanimidade no caso dos fluidos de transmissões - tanto que eles são pouco mencionados nos manuais dos proprietários. E, quando existe a menção, muitas citam como “fluido vitalício”, dando a impressão de que não devem ser trocados.

Nos carros automáticos, ele possui uma função importante, colaborando diretamente para o funcionamento da transmissão de todos os elementos de câmbios CVT e dupla embreagem úmida, por exemplo. Ao gerar pressão para a movimentação desses componentes, ele reduz o atrito e o desgaste de todas essas peças, oferecendo alta resistência contra a oxidação e a degradação dessas peças.

É preciso ficar atento à forma com que dirige o veículo, para que seu intervalo de troca não seja reduzido. Entre os fatores que influenciam a qualidade dos fluidos de transmissão estão: carga elevada do veículo, processo de blindagem, reboque e até mesmo o hábito contínuo de pegar tráfego intenso (inevitável nas grandes cidades, por exemplo).

As possíveis alterações no motor do seu carro, principalmente quando se deseja aumentar a potência e o torque, podem fazer com que o fluido de transmissão se desgaste mais rapidamente.

Geralmente o fluido novo é translúcido e não possui partículas no óleo. Quando está desgastado, esse fluido apresenta uma coloração mais escura e apresenta o odor característico do óleo usado.

O período ideal de troca deste fluido é entre 60 mil e 100 mil km rodados - ou dentro do período de 2 a 4 anos de uso do veículo. Porém, cada montadora faz uma recomendação específica: enquanto marcas como Honda sugerem a troca a cada 40 mil km, a Chevrolet possui a recomendação para substituir a cada 80 mil km, e somente se apresentar um alto desgaste.

Fluido de freio

Como o próprio nome já deixa a entender, o fluido de freio garante a eficiência de todo o sistema de frenagem do seu veículo, transferindo a pressão que você exerce no pedal de freio para o acionamento das pastilhas e sapatas, que entram em contato com os discos e tambores e geram o atrito necessário para as rodas.

Esse mecanismo permite que o seu veículo consiga frear nas condições mais adversas.

Com o passar do tempo, esse fluido absorve a umidade e perde sua função principal. Antes mesmo de realizar esse tipo de troca, o mecânico analisa seu ponto de ebulição, a fim de verificar se ele vai desempenhar sua função mesmo quando tiver completado com o líquido. Por isso mesmo, só é recomendado um mecânico especializado realizar esse tipo de troca.

Quando você perceber que precisa colocar mais força na hora de pisar no pedal de freio, ou que ele tem maior tempo de resposta, é hora de trocar o fluido. Muitos veículos fazem essa advertência com uma luz no painel. Verifique o manual de instruções do seu veículo para perceber qual é e onde aparece esta luz.

Como padrão, recomenda-se trocar entre seis meses a um ano o fluido de freio.

Limpeza do ar-condicionado

Em dias de muito calor, é comum as pessoas ligarem o ar-condicionado do seu veículo. Além de oferecer o conforto necessário durante as viagens, ele também cumpre a importante função de desembaçar os vidros nos dias mais chuvosos e também serve como alento para os dias mais frios com a opção de aumentar a temperatura interna.

Mas, como qualquer outro componente, ele também precisa ser observado com cuidado. Sua limpeza é necessária e, quando isso não acontece, o carro pode ventilar um ar com mau cheiro, comprometendo a higiene e, em alguns casos, até mesmo a saúde do condutor e dos passageiros.

Alguns sinais apontam para a limpeza do ar-condicionado, a começar pelo mau cheiro, que é resultado do acúmulo de ácaros, bactérias e fungos nos filtros de ar do sistema de refrigeração.

Por conta desse desgaste, o ar-condicionado pode apresentar dificuldade na hora da ventilação. Isso porque o filtro de ar sujo acaba bloqueando a passagem do ar. Para contornar este problema, alguns veículos exigem que o sistema de ar-condicionado fique ligado por mais tempo, consumindo mais bateria e combustível do seu carro.

Antes que o sistema do ar-condicionado exija uma mudança mais complexa, como limpeza do evaporador e do compressor, vale a pena adotar uma medida preventiva e sugerir a limpeza básica do filtro de ar e de suas tubulações, que tem um preço bem mais em conta (até R$ 100, geralmente). Nesse caso, o especialista aplica um spray que elimina as impurezas geradas pelo ar-condicionado, melhorando significativamente seu desempenho.

Se você costuma utilizar o ar-condicionado do seu carro com muita frequência, vale considerar a sua limpeza pelo menos uma vez por ano.

Sistema de arrefecimento

Donos de carros mais antigos tinham o costume de abrir o capô do carro e, vez ou outra, encher de água. Trata-se do líquido de arrefecimento - erroneamente chamado de “água do radiador”, que vem da época de carros carburados.

O sistema de arrefecimento tem o objetivo de manter a temperatura ideal do motor. E esse líquido deve ser quente o suficiente para causar queimaduras, portanto, não se aventure a uma troca desse tipo - principalmente se for dono de um veículo com injeção eletrônica, que não pode circular sem aditivo no radiador.

Para isso, deve ser utilizada a água desmineralizada. Por conta do risco que isso representa, não é nada recomendado fazer esse processo na garagem da sua casa. Caso ainda decida utilizar água mineral, pode acontecer um processo de ebulição que deixa o líquido a mais de 100ºC, podendo machucá-lo severamente.

Antes de colocar a água dentro do sistema de arrefecimento, é preciso realizar um processo conhecido como ‘sangria’, que retira o ar que fica dentro desse circuito do fluido e garante que seja preenchido apenas com a água desmineralizada. Com esse processo, a água não ‘salta’ ao encher o pequeno tanque.

Não é preciso ficar olhando a todo momento esse sistema porque, por ser fechado, o sistema de arrefecimento não tem para onde evaporar o líquido. Por isso, não complete com nada, mesmo se deparar com o sistema aparentemente vazio. Em situações de emergência, quando o líquido está bem abaixo do limite, vale mais a pena ter um aditivo diluído para completar. Isso não exclui a necessidade de procurar o seu mecânico, porque será necessário fazer a limpeza do sistema para, então, preencher com o líquido.

O recomendado é que essa troca seja feita a cada dois anos no seu veículo. Mas, dependendo do fabricante e do desgaste, isso pode ser feito antes ou posteriormente.

Checklist rápido de revisão do seu carro

Existem pontos que precisam ser levados em consideração na sua revisão. Resumidamente, o mecânico deve avaliar:

  • Alinhamento de direção: geralmente se analisa a condição dos freios, embreagem e volante.

  • Rodízio de pneus: para identificar se nenhum deles está careca.

  • Correias do motor: se uma delas parar, pode danificar totalmente o carro e causar um grande prejuízo.

  • Radiador: para evitar aquela fumaça que sai do motor.

  • Óleo: para tirar as impurezas que podem invadir o motor do seu carro.

  • Filtro de ar do motor: serve para tirar as impurezas do local. Quando o filtro está ruim, geralmente é preciso pisar mais no acelerador do carro ao andar.

  • Velas: podem ser comprometidas caso esteja abastecendo em um posto com combustível de má qualidade.

  • Escapamento: para evitar que quebre o silenciador, cause muito barulho e emita fumaça poluente para a atmosfera.

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