Antes mesmo de pensar em juntar dinheiro para a compra de um bem de alto valor ou simplesmente iniciar sua jornada no mundo dos investimentos, especialistas em finanças pessoais dão uma dica crucial para que você comece com o pé direito: montar a sua reserva de emergência.
Não se trata de uma dica fácil, afinal, a reserva não tem o objetivo de gerar algum tipo de ganho inicial para você. Porém, ela garante segurança, principalmente em momentos difíceis.
Uma pesquisa feita pela fintech Neon mostrou que, por conta da pandemia, os brasileiros começaram a investir mais em prol de sua reserva. Se antes cerca de 44% da população dizia ter algum tipo de segurança em 2020, um ano depois esse índice saltou para 57%. Entre os perfis dos que tinham algum tipo de reserva, destacam-se as pessoas com renda familiar até R$ 4.180, que representavam 76% delas.
Como a pandemia tornou o rendimento das famílias mais vulnerável, mais pessoas perceberam sua importância e começaram a colocar em prática uma das lições mais importantes de educação financeira. Mas, como posso montar a minha reserva? Qual seria o valor ideal?
A seguir, vamos explicar todos esses detalhes.
Como montar a reserva de emergência
Antes de tudo, é preciso ter uma boa saúde financeira para que consiga montar sua reserva com eficácia. É preciso se conscientizar da importância de propor um ‘colchão’ financeiro para toda a sua família.
A reserva é importante para lidar, principalmente, com os momentos mais difíceis: perda de renda, desemprego ou até mesmo por uma questão familiar importante, seja uma viagem de emergência ou o pagamento de uma intervenção cirúrgica que não pode esperar.
Analise bem seus rendimentos mensais antes de traçar o plano para a sua reserva de emergência. Você pode controlar suas finanças com a ajuda de uma planilha ou um aplicativo. O mais importante de tudo isso é ter uma ampla visão sobre como direcionar seus gastos e determinar um percentual para guardar dinheiro.
Antes mesmo de pensar em aplicar em renda fixa ou variável, é importante garantir a sua reserva de emergência. Ela consiste em seis vezes ou mais o total de gastos que você possui mensalmente. Por exemplo, se você e sua família dispõem de um valor de R$ 5 mil por mês para lidar com contas e demais despesas, o ideal seria ter um valor acima de R$ 30 mil.
Pode ser um valor alto para iniciar, mas é importante dedicar-se à construção da sua reserva de emergência.
Esse dinheiro precisa ficar em uma conta de fácil resgate, ou seja, não pode ser utilizado como parte de sua carteira de investimentos. Somente após montar a sua reserva ideal você deveria estruturar seu portfólio em renda fixa e variável.
Por muito tempo, especialistas em finanças pessoais recomendaram a poupança para esse tipo de aplicação. Mas, com o passar dos anos, esse produto financeiro tornou-se menos atrativo por render muito pouco em benefício do investidor.
Atualmente, é possível abrir contas digitais que possuam rendimento acima de 100% do CDI - o que garante uma rentabilidade maior que a poupança.
Sua reserva precisa ficar em um local diferente da sua conta corrente, afinal, você não vai querer correr o risco de gastar parte desse dinheiro com as contas do dia a dia.
Por isso mesmo, é necessário se preparar para montar a sua reserva de emergência. Converse com todos os integrantes da sua família antes de colocar seu plano em ação, para que todos tenham dimensão da importância de se ter uma segurança financeira diante de qualquer tipo de adversidade.
Dicas para montar sua reserva de emergência
Para ajudá-lo na difícil empreitada de ter uma reserva de emergência, vamos mostrar algumas dicas importantes recomendadas por especialistas de finanças pessoais. Confira.
Controle seus gastos: para conseguir definir o melhor valor destinado à sua reserva, é importante saber quanto ganha e quanto gasta mensalmente. Com a ajuda de uma planilha, você consegue ter essa visão e colocar em prática alguns planos de ação para manter suas finanças no trilho, revendo hábitos como cortar gastos supérfluos, diminuir as saídas de fim de semana, entre outras medidas para que gaste menos do que ganha.
Defina um percentual de seus rendimentos para a reserva: com o devido controle das finanças, você pode determinar um valor para guardar em sua reserva. É possível programar mensalmente uma transferência para uma conta apartada da sua conta corrente.
Crie uma conta de fácil resgate: não deixe o dinheiro de sua reserva de emergência na conta corrente. Além de confundir seu planejamento financeiro, você corre o risco de utilizar parte desse dinheiro, que é importante para a sua segurança, em gastos do dia a dia.
Mantenha-se focado na reserva financeira: por mais que pareça difícil no começo, com foco e dedicação, você consegue chegar lá. Torne a prática de guardar dinheiro um hábito, mesmo que você tenha que forçar isso com uma transferência programada. Aos poucos, você colherá os bons frutos dessa prática, acredite.
Não utilize o dinheiro, a não ser para emergências: enquanto junta o dinheiro para a sua reserva, tenha o cuidado de não utilizá-lo para o dia a dia. Se for necessário, dedique apenas um percentual do dinheiro que sobra mensalmente para essa finalidade. Planeje outras compras ou investimentos com o valor restante dos seus rendimentos mensais.
Usou? Trace um plano para repor o dinheiro: pode acontecer de ter que usar o valor da sua reserva de emergência para alguma causa importante. Se isso for inevitável, trace de imediato um plano para repor este valor o quanto antes.
Não tenha receio de aumentar o valor da sua reserva: se considerar seis vezes os seus rendimentos muito pouco para a sua reserva de emergência, sem problemas. Guarde mais dinheiro para elevar sua segurança.
Com paciência, perseverança e, principalmente, novos hábitos no uso do dinheiro, logo você terá o valor da sua reserva de emergência e pode se dedicar a elevar seu patrimônio nos meses e anos seguintes.