Quem deseja realizar seu sonho, precisa pensar na organização financeira. Não dá para especular sobre a compra de uma casa própria, ter o carro dos sonhos ou até mesmo construir um patrimônio sem um mínimo de planejamento com o seu dinheiro.
Por mais que pareça uma dica óbvia, o fato é que o brasileiro ainda vê a organização financeira como um desafio no dia a dia. Uma pesquisa da fintech Onze revelou que o dinheiro, na verdade, é uma fonte de preocupação que atinge 74% dos brasileiros. Isso em uma pesquisa que focou apenas em brasileiros que trabalham em regime CLT, ou seja, são registrados. (Se pegasse uma amostra ainda maior, o percentual seria mais expressivo, certamente.)
Para se ter uma ideia, somente 18% dos entrevistados dizem que conseguem cobrir os seus gastos com o salário que recebem e deixar dinheiro sobrando no fim do mês.
Essa preocupação acaba sendo levada para o âmbito pessoal, já que as pessoas ficam mais tristes pensando em formas de fazer o dinheiro render. Ainda segundo a pesquisa da Onze, 54,5% dos entrevistados disseram que a preocupação com o dinheiro tem atrapalhado a forma com que levam suas vidas pessoais.
Diante desse cenário, como reverter a situação para que cada vez mais pessoas possam se organizar financeiramente?
É importante ressaltar que uma boa organização do seu dinheiro não só ajuda nas suas conquistas pessoais, como influencia em sua felicidade.
Uma pesquisa realizada pelo Google, em parceria com a Liga Pesquisa e a Provokers, mapeou a relação do brasileiro com o dinheiro, apresentando pelo menos 6 perfis:
Batalhadores: compõem a maioria dos brasileiros (26,3%, segundo a pesquisa) e refletem as pessoas que encaram o dinheiro como uma forma de sobrevivência, para pagar contas somente. Quando o assunto é ganhar mais dinheiro, preferem abrir um negócio ao investir ou poupar. Muitas pessoas batalhadoras são autônomas e passaram por períodos difíceis de desemprego. Inclusive, muitos deles nem chegam a ser bancarizados.
Endividados: também compõem 26,3% dos brasileiros, de acordo com a pesquisa, e estão sempre correndo atrás para fechar as contas. Seus gastos consomem tudo o que ganham e, em muitos casos, tendem a usar cartão de crédito para conseguir pagar por bens, serviços ou até algumas dívidas. Por conta disso, sentem muito medo e ansiedade quanto o assunto é investir.
Céticos: representam 21,2% da população brasileira e, segundo a pesquisa, preferem ter um tipo de distanciamento com o dinheiro porque acham que nunca terão o suficiente para as suas conquistas. Muitos céticos são casados e acham que o dinheiro é um assunto muito difícil para ser abordado. Por isso, o veem de forma negativa.
Materialistas: da mesma forma que temos as pessoas que veem dinheiro como problema, temos as pessoas que o veem como solução. Estamos falando dos materialistas, que compõem 15,2% da população brasileira e não se importam de pagar mais caro por um bem ou serviço que lhes agradam. Para esse grupo, o dinheiro deve ser utilizado simplesmente para o gasto. Por isso, eles têm dificuldades em poupar ou investir, mas estão em fase de experimentar principalmente produtos de renda fixa.
Planejadores: grupo que equivale a 6,1% da população brasileira, os planejadores buscam conhecimento em educação financeira e conseguem poupar todo mês parte de seus rendimentos. Por conta disso, gostam de falar sobre dinheiro e acreditam que investir provoca “entusiasmo e confiança”, de acordo com a pesquisa.
Poupadores: representam 5,1% da população e têm algumas semelhanças com os planejadores, com dinheiro aplicado e certa familiaridade com o assunto educação financeira. Porém, os poupadores gostam de arriscar menos, e isso se reflete no seu comportamento de pechinchar mais, pesquisar com profundidade os melhores preços e na crença de que o dinheiro é o caminho para atingir seus objetivos.
Muito provavelmente você tem proximidade com pelo menos um dos perfis mencionados pela pesquisa. A boa notícia é que você pode virar o jogo e, sim, dar início à sua organização financeira de modo efetivo e duradouro.
Siga o nosso passo a passo para que consiga chegar lá.
Registre as suas despesas
A forma mais eficaz de começar a guardar dinheiro é registrar todos os gastos que costuma ter. Isso vai além de despesas obrigatórias, como água, luz, telefone, internet e gás, por exemplo. Gastos supérfluos também devem ser incluídos, para que você tenha real dimensão do quanto eles comprometem o seu orçamento.
Uma boa maneira é criar uma planilha de gastos e, de preferência, deixar em um sistema em nuvem, para que as pessoas que moram com você possam acompanhar - no caso de uma família, por exemplo, ou até mesmo para conseguir acessar em dispositivos diferentes, não apenas quando estiver em casa.
É possível criar planilhas no Excel e hospedar no sistema de nuvem que você costuma utilizar, usar o Google Planilhas ou aplicativos que ajudam na organização financeira. Também é possível guardar todas as notinhas e fazer um cálculo no final, ou simplesmente puxar o extrato bancário dos últimos meses.
Seja com auxílio da internet ou de um caderno, o meio utilizado é o que menos importa. Contanto que seja calculado tanto o valor do cafezinho do dia a dia quanto aquela compra inesperada em um fim de semana, o registro de despesas é a primeira etapa para traçar um plano de como melhorar a sua vida financeira.
Crie o hábito de atualizar sua planilha (ou caderninho)
Mais importante do que criar um registro de todas as suas despesas é ter o hábito de fazer a devida atualização dos seus gastos.
Determine pelo menos dois ou três dias da semana para fazer essa atualização. Se for necessário, crie um alarme no seu smartphone, para se forçar a lembrar e, assim, atualizar de acordo com os seus gastos.
Seja sincero com os seus gastos, para que tenha uma visão real do que precisa economizar e como pode traçar planos de ação a fim de sobrar mais dinheiro.
Converse com a sua família e crie um planejamento
Quem mora com os familiares precisa falar sobre como o dinheiro deve ser utilizado. Para isso, é importante levar em consideração os gastos e as necessidades de cada integrante para que, juntos, encontrem uma solução que não seja onerosa para a família como um todo.
Ao criar a sua planilha ou até mesmo anotar em um determinado aplicativo, envolva todas as pessoas. Tenha conversas francas sobre os gastos na casa e tracem um objetivo em comum, para que todos possam dar suas contribuições.
Quando se compartilha a responsabilidade dos gastos, sempre com transparência, o engajamento é maior, gerando benefício para todos os integrantes.
Caso tenha filhos, pode ser uma boa oportunidade de introduzi-lo na educação financeira. Por ser um tema pouco explorado nas escolas, é comum que as primeiras referências sobre o assunto venham do lar, com exemplos reais.
Além disso, determine objetivos a serem atingidos, para que os esforços sejam direcionados a um propósito em comum.
Você pode atualizar os seus gastos juntamente com seus familiares, para chegar às melhores soluções de como fazer com que o dinheiro renda mais.
Corte gastos supérfluos
Com a utilização de uma planilha ou um aplicativo de finanças, é possível saber se você gasta mais do que realmente ganha. Se este for o seu caso, é preciso pensar em um plano de redução de gastos por mês.
As primeiras coisas que devem ser cortadas são os gastos supérfluos, que consistem em tipos de gastos que não são essenciais em sua vida: TV a cabo, serviços de streaming, assinaturas etc.
Por mais que especialistas em finanças pessoais recomendem o corte desses gastos, é preciso avaliar com cuidado cada um desses cortes. Por exemplo, se costuma utilizar muito a internet, inclusive para trabalho, diminuir o seu pacote pode ser comprometedor. Faça esse processo com paciência e muito diálogo com todos os integrantes da família: é importante que todos cooperem, também, na diminuição de gastos com água e luz, entre outros aspectos, para que as contas comecem a diminuir.
Veja com a sua família quais são os melhores custos a serem diminuídos ou eliminados de vez. Faça esse procedimento com calma, afinal, hábitos são difíceis de estabelecer. Com paciência e planejamento, você conseguirá fazer com que seu dinheiro renda mais e, no fim do mês, conseguir guardar um bom valor.
Crie metas para os seus gastos
Depois de organizar o que é gasto e o que entra como receita, é importante criar uma ou mais metas junto à sua família. Uma planilha permite visualizar o melhor momento de fazer a compra do seu carro ou até a troca do seu celular, por exemplo. É comum que em um mês o orçamento esteja mais comprometido - como em janeiro, por exemplo, mês de pagar seguro, IPVA, IPTU etc.
Existem várias recomendações de especialistas sobre como deve ser distribuído o gasto do seu dinheiro. De acordo com Samy Dana, doutor em Administração e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o ideal é separar os gastos da seguinte maneira:
35% com gastos de casa: água, luz, internet e aluguel, por exemplo.
25% com alimentação, incluindo supermercado, lanchinhos e refeições fora de casa.
15% para investir em educação, como faculdade, pós-graduação e cursos.
10% com saúde e beleza, incluindo convênio médico, remédios, cortes de cabelo, manicures etc.
5% com transporte, como condução de metrô ou combustível para o seu carro.
10% com lazer e extras.
Tudo isso pode ser assinalado em sua planilha: existem diversos modelos prontos que ajudam a ter uma ideia do percentual de cálculo de cada tipo de gasto. Se preferir, alguns aplicativos automatizam esse processo de forma ainda mais fácil.
Você pode determinar com as pessoas de sua família a melhor forma de organizar os seus gastos, para que todos concentrem suas energias a fim do bem em comum.
Guarde dinheiro em uma conta apartada
Para que consiga efetivamente ter uma boa experiência organizando as suas finanças, o mais recomendado é direcionar o dinheiro que deseja guardar em uma conta apartada da sua conta corrente, para não correr o risco de gastá-lo.
Você pode criar uma conta digital com rendimento acima de 100% do CDI ou conversar com o seu gerente do banco e adquirir um produto financeiro que permita o fácil resgate. Evite a poupança, porque seu rendimento ao longo do ano é bem inferior comparado a outros tipos de investimento.
Algumas estratégias podem ser úteis: você pode programar mensalmente uma transferência de determinado valor, como se fosse um tipo de débito automático. Esse valor deve ser mantido em uma conta que possa ser utilizada posteriormente.
Por mais que não tenha um objetivo definido, não deixe de direcionar dinheiro mensalmente. Aliás, antes mesmo de pensar em um tipo de compra, é importante montar a sua reserva de emergência, que iremos explicar a seguir.
Monte a sua reserva de emergência
Todos os especialistas em finanças pessoais recomendam que as pessoas façam uma reserva de emergência antes de aplicar em qualquer tipo de investimento ou constituir patrimônio.
Isso porque a reserva garante segurança em momentos difíceis. Enquanto estiver juntando dinheiro, tente separar um percentual do valor guardado somente para compor a sua reserva de emergência.
A reserva serve como apoio em momentos difíceis, como perda de emprego, viagens emergenciais ou até mesmo casos mais graves, como doença de algum ente familiar.
É recomendado que este valor seja de, pelo menos, seis vezes os seus rendimentos mensais. Por exemplo, se você tem R$ 5 mil mensais para os gastos correntes, guarde pelo menos R$ 30 mil como reserva de emergência em uma conta de fácil resgate e que possa gerar bons rendimentos (uma boa pedida são as contas digitais com rendimento superior a 100% do CDI, por exemplo).
Pode ser que você leve um tempo para montar a sua reserva, mas o esforço vale muito a pena. Com a reserva de emergência garantida, você fica livre para aplicar em investimentos e, assim, aumentar seu patrimônio. Além disso, consegue dar segurança à sua família nos momentos mais apertados.
Ah, sempre que tiver que utilizar a sua reserva de emergência, reponha o valor. E, se o seu padrão de vida se elevar, não esqueça: você precisa ter pelo menos seis vezes o que ganha mensalmente, para ter maior segurança financeira.
Faça seu dinheiro render
Para que o seu dinheiro possa render mais, é essencial investir. Para quem está começando, o recomendado é considerar produtos de renda fixa, ou seja, que dão maior previsibilidade de retorno, como o Tesouro Direto e letras de crédito (como LCI e LCA, por exemplo).
Produtos de renda fixa são bastante indicados para pessoas com perfil de investimento conservador, ou seja, que buscam previsibilidade de ganhos. Em cenários com alta na taxa de juros, por exemplo, esses produtos se tornam bastante atrativos, porque tendem a render mais, diminuindo os riscos de prejuízo. Além disso, boa parte desses produtos é protegida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que retorna até R$ 250 mil para o investidor em caso de falência da instituição financeira em que aplicou o valor.
Você pode contar com a ajuda do seu gerente do banco. Mas, melhor mesmo, é investir na sua educação financeira, para que consiga tomar decisões de forma mais autônoma.
Enquanto aprende sobre o assunto, pode direcionar o seu dinheiro para a sua reserva de emergência e, no melhor momento, aplicar o seu dinheiro. Com as corretoras de investimento digitais, você pode identificar o seu perfil de investidor e aplicar sem a ajuda de nenhum especialista (e sem nenhum custo, dependendo da corretora, claro).
A partir do momento em que começar suas primeiras aplicações, pode estudar um pouco mais sobre educação financeira e direcionar um pequeno percentual para a renda variável. Todos os especialistas indicam diversificar seus investimentos, para que não dependa apenas de algumas fontes. Para isso, mantenha sua reserva de emergência preservada, aplique parte do dinheiro em renda fixa e, caso consiga juntar ainda mais dinheiro, invista em educação financeira para tentar aplicar em renda variável.
Nesse formato de investimento, você pode ganhar mais com as aplicações, mas tem um risco maior. As formas mais conhecidas de ganhar dinheiro com renda variável são a compra de ações na bolsa de valores, a B3, ou com a compra de dólar futuro. Nos últimos anos, o investimento em criptoativos, como Bitcoin e Ethereum, se tornaram bastante populares - mas são opções ainda mais arriscadas, por conta de sua alta volatilidade.
Só que, diferentemente da renda fixa, a renda variável não tem previsibilidade de retorno. É preciso analisar o mercado com cautela e tomar uma série de decisões antes de realizar o seu investimento. Para dar os primeiros passos na renda variável, porém, existem produtos menos arriscados, como os fundos imobiliários, por exemplo. Começando com um pequeno percentual de aplicação, você pode obter bons lucros, sem expor o seu patrimônio.
Amplie seu patrimônio
Deu para perceber que existe uma longa jornada, que inicia na listagem dos seus ganhos e gastos, até conseguir organizar os seus primeiros investimentos, certo?
Uma vez que você consegue dar foco na sua organização financeira, o caminho se torna mais natural: você consegue juntar dinheiro, determinar o melhor momento para a compra de coisas importantes em sua vida, montar uma boa reserva de emergência e, depois, construir o seu patrimônio.
Trata-se, sim, de um projeto a longo prazo, que exige muito foco e dedicação. Pense na sua organização como um hábito e, assim, conseguirá atingir seus objetivos e aumentar o seu patrimônio, construindo um legado que certamente deixará um impacto positivo para os seus filhos e netos.
Quando se fala em patrimônio, é preciso pensar em diferentes tipos de bens.
Caso queira comprar bens de alto valor, você pode contar com o consórcio, que é a melhor forma de planejar a aquisição de casa, apartamento, automóvel ou até mesmo diferentes tipos de serviços.
E você nem precisa esperar ter o valor completo da sua reserva de emergência ou ser o expert em educação financeira para dar início ao seu consórcio. Como se trata de um investimento a longo prazo em um bem, você é quem determina o melhor valor para a compra, representado pela carta de crédito, além da quantidade de mensalidades.
Para construir seu patrimônio, você pode pensar na aquisição de um imóvel, por exemplo. Com o consórcio imobiliário, você tem a possibilidade de utilizar a carta de crédito para:
Terreno: para quem deseja construir um imóvel ou até mesmo realizar algum tipo de venda, com o objetivo de ter lucro na transação;
Casa construída: uma boa oportunidade para quem deseja comprar uma casa e reformá-la para, no futuro, ganhar dinheiro com locação ou até mesmo com a venda;
Apartamento na planta: é possível economizar até 40% na compra de um apartamento na planta. Por isso mesmo, a carta de crédito pode ser utilizada para essa finalidade: no futuro, você decide se deseja alugar ou vender o seu apê;
Apartamento decorado: para quem deseja comprar um apê pronto para morar;
Empreendimento comercial: para quem deseja construir um comércio ou colocar o local para alugar.
Com a carta de crédito, você tem poder de compra à vista para a aquisição do seu bem. Não é preciso utilizar o valor certinho para a compra: se a carta tiver um valor inferior ao bem, é possível completar com os seus próprios recursos; e, se o valor da carta de crédito for maior que o bem, você pode utilizar até 10% do total para despesas burocráticas.
Tenha calma, planeje bem a sua organização financeira e conte com o apoio de toda a sua família, para que consiga atingir seus objetivos e mudar a sua vida para a melhor. E, na hora de aumentar o seu patrimônio, conte o consórcio: faça uma simulação de consórcio de imóveis e planeje o quanto antes a sua nova casa, apartamento ou empreendimento comercial.