Poupança é um bom investimento?

5 de dez. de 20224 minutos de leitura
Poupança é um bom investimento?

Muitas pessoas ficam receosas quando se fala em investimento. Durante muitos anos, o brasileiro médio ficou acostumado em recorrer à poupança como forma de manter seu dinheiro guardado de forma segura.

Isso porque, durante muitos anos, este produto ajudou milhões de pessoas a juntarem suas economias e atingirem seus objetivos.

Porém, desde que a poupança passou a ser largamente utilizada pelo brasileiro, até os dias de hoje, muitas coisas mudaram.

É bastante comum se deparar com analistas e especialistas em economia recomendando outras opções de investimento que não seja a poupança.

Um processo importante para que você considere outras opções é investir em educação financeira, para que tenha mais conhecimento de como fazer seu dinheiro render mais, considerando o seu momento de vida e o tamanho do seu patrimônio.

Mas, diante de tudo isso, ainda vale a pena ter a poupança como uma possibilidade de investimento? Iremos explicar a seguir, confira.

Como funciona a poupança

A poupança é a principal porta de entrada para o brasileiro investir seu dinheiro por conta de sua comodidade. Um estudo da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) identificou que 88% dos brasileiros ainda utilizam a poupança para guardar dinheiro.

Por muitos anos, a famosa ‘caderneta de poupança’ servia para ajudar os brasileiros a guardarem o suado dinheiro todos os meses de forma prática e fácil. Além de permitir o resgate sempre que necessário, a mera possibilidade de se ter algum tipo de rendimento por deixar o dinheiro guardado é tido como suficiente para grande parte dos brasileiros.

Porém, mesmo o rendimento da poupança não é percebido mais como uma possibilidade vantajosa. Para se ter uma ideia, o valor da poupança rende menos que 70% da taxa básica de juros, a Selic.

Embora a taxa Selic seja um índice independente da inflação, cuja meta é de 4,5%, a poupança geralmente está indexada a um patamar abaixo desses índices.

Portanto, se o seu dinheiro rende menos que a inflação, você já está tendo prejuízo. Imagine que você tenha um valor de R$ 5.000 guardados na poupança. Com um percentual menor que a Selic, imagine que seu valor renda 2% ao ano neste produto. Isso significa que, no ano seguinte, você teria em torno de R$ 5.100.

Só que, com a inflação, seu dinheiro tende a desvalorizar. Significa que, para a compra de bens e serviços ser equivalente ao ano anterior, você deveria ter, no índice de 4,5%, pelo menos R$ 5.225 para comprar as mesmas coisas do que tivesse R$ 5.000. Ou seja, dentro deste cálculo, a poupança está fazendo com que você perca dinheiro, em vez de ganhar.

Mas, se a poupança não é uma boa opção, como investir melhor o dinheiro? A seguir, vamos apresentar opções seguras de rendimento.

Tipos de investimento seguro

A seguir, vamos apresentar os tipos de investimento mais seguros para quem não deseja perder dinheiro.

Tesouro Direto

Cada vez mais as pessoas têm se interessado no Tesouro Direto, um programa federal que permite ao investidor comum comprar títulos públicos.

Considerado o tipo de investimento mais seguro a ser feito no Brasil, o Tesouro é composto por três papéis:

  • Tesouro Selic: que possui rendimento atrelado à Selic, a taxa básica de juros. Como a taxa tem diminuído, os brasileiros têm deixado essa opção cada vez mais de lado.

  • Tesouro IPCA+: com rentabilidade atrelada ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e um percentual definido inicialmente. Antes de considerar investir neste índice, vale acompanhar o percentual de crescimento ano a ano, para ver se faz sentido. Inclusive, a projeção de lucro é baseada nessa projeção.

  • Tesouro Prefixado: garante uma rentabilidade fixa estabelecida no momento da compra, tornando-se um dos produtos favoritos dos perfis conservadores.

Para conseguir ter rentabilidade, é preciso manter o dinheiro investido até o vencimento do título.

Esses títulos são tributados pelo Imposto de Renda, indo de 22,5% sobre a rentabilidade para aplicações com tempo menor que 6 meses e até 15% para investimentos acima de 2 anos. Por isso, vale bem mais a pena investir a longo prazo na modalidade de Tesouro Direto.

CDB

Emitidos por bancos, o CDB (Certificado de Depósito Bancário) tem seu rendimento muito próximo dos índices da taxa Selic.

Com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante o retorno de até R$ 250 mil de seus investimentos caso o banco venha a quebrar, o CDB gera uma proteção adicional, tornando-se um tipo de investimento seguro.

Porém, só é possível sacar o dinheiro aplicado em CDB após o vencimento do título.

Converse bem com o seu gerente, para não investir um dinheiro que você poderia tornar corrente. Ah, sem falar que o CDB também conta com a tributação do Imposto de Renda, da mesma forma que o Tesouro Direto.

LCI e LCA

As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) também são emitidas por bancos e têm como principal vantagem a isenção do Imposto de Renda. Isso porque esses papéis são respaldados pelos créditos cedidos nos setores imobiliário e do agronegócio.

A vantagem é que estes títulos também são garantidos pelo FDC, mas têm sua rentabilidade pós-fixada, ou seja, é preciso levar em consideração a liquidez de cada um, já que não há tanta previsibilidade do quanto você pode arrecadar de ganhos.

Além disso, esses papéis só podem ser resgatados após o vencimento, assim como os CDBs.

E aí, já sabe como aplicar melhor o seu dinheiro? Para mais dicas de finanças pessoais, acompanhe o blog da Embracon.