Sempre tenha uma reserva de emergência

26 de mai. de 20224 minutos de leitura
Sempre tenha uma reserva de emergência

Finanças pessoais podem parecer um assunto simples de ser resolvido. Quem encara este assunto tão importante dessa maneira certamente está perdendo o fio da meada - ou ouvindo os gurus errados.

A grande verdade é que o assunto finanças pessoais é um tabu no contexto brasileiro. Para se ter uma ideia, mais da metade dos brasileiros têm dificuldades em estabelecer um planejamento financeiro. Entre os principais motivos está o orçamento apertado no dia a dia. Mais grave ainda é perceber que, mesmo com o passar dos anos, as crianças de hoje podem ter dificuldade no futuro porque não têm em sua grade curricular educação financeira.

Por conta disso, as pessoas que melhor planejam as suas finanças contam que aprenderam a poupar com os pais e se mostram interessados no assunto, lendo alguns livros, acompanhando profissionais especializados no assunto e fazendo algum tipo de investimento, seja na renda fixa ou na renda variável.

Mas, antes mesmo de fazer com que o dinheiro ‘trabalhe’ para você, é importante seguir a dica número um dos especialistas em finanças pessoais: criar a sua reserva de emergência.

A seguir, vamos explicar o que é essa reserva e trazer algumas dicas para que você possa montar a sua. Dessa forma, você terá mais segurança e poderá atingir seus objetivos de forma mais rápida. Continue a leitura para saber mais sobre a importância da reserva de emergência.

O que é uma reserva de emergência?

A reserva de emergência é um valor que você deve guardar em uma conta de fácil resgate para ser utilizado em momentos de adversidade, como a possível perda de um emprego, a diminuição drástica de renda familiar ou situações mais sensíveis, como doença grave de algum familiar.

Especialistas em finanças pessoais recomendam que, para ter uma boa reserva de emergência, vale a pena guardar pelo menos seis vezes o que a sua família gasta mensalmente. Por exemplo, se os custos fixos e variáveis mensais de toda a família chegam a R$ 5 mil por mês, o ideal é ter, pelo menos, um valor de R$ 30 mil como reserva de emergência.

Dessa forma, caso haja algum tipo de imprevisto, o valor da reserva de emergência pode ser acionado até que consiga colocar as coisas nos eixos novamente.

Você pode destinar um valor ainda maior para a sua reserva, se preferir.

O importante é que este dinheiro seja mantido em uma conta de fácil resgate, apartada da sua conta corrente, para que não corra o risco de gastá-lo com alguma superficialidade.

É possível contar com a poupança ou com o uso de contas digitais que tenham rendimento acima de 100% do CDI - que rendem mais que a poupança.

Ao utilizar parte do valor da sua reserva, programe-se para que, uma vez solucionada a questão, consiga repor o valor novamente.

Caso o consumo da sua família aumente mensalmente, leve isso em consideração e atualize o valor da sua reserva de emergência, para que esteja sempre preparado para lidar com qualquer tipo de dificuldade.

Após chegar ao valor ideal de reserva, você pode começar a aplicar o seu dinheiro em algum tipo de investimento. Antes, porém, invista em educação financeira, para entender melhor o seu perfil de investidor e quais tipos de produtos são mais atrativos para a sua carteira.

Como montar a minha reserva de emergência

A seguir, vamos dar algumas dicas para que consiga montar a sua reserva de emergência.

Saiba quais são seus gastos e sua receita

Você sabe o quanto costuma gastar mensalmente? Será que consome mais do que realmente ganha com o seu salário e demais rendimentos?

Para ter esse controle, é importante ter uma planilha financeira, que lista todos os seus gastos fixos (como luz, água, aluguel, condomínio etc) e gastos variáveis, incluindo a fatura de cartão de crédito e lazer.

Tão importante quanto ter a planilha é criar o hábito de atualizá-la com frequência. Estipule pelo menos um ou dois dias da semana para manter os valores de seus gastos sempre atualizados. Dessa forma, você saberá com o que gasta mais e pode pensar em um plano de ação para reduzir seus custos.

Corte os gastos supérfluos

Viu que está gastando mais do que deveria? Então, é hora de rever alguns hábitos de consumo.

Você pode começar cortando pelo que é superficial: se costuma sair todos os finais de semana, tente reduzir sua saída para cada quinze dias. E, se o valor da TV a cabo ou de outros serviços estão onerando demais seu orçamento, escolha manter apenas os mais essenciais.

Converse com todas as pessoas da família, para ver o que pode ser cortado ou diminuído. Assim, você conseguirá poupar mais ao final do mês.

Destine mensalmente um valor para a sua reserva de emergência

Após fazer os cortes em seu orçamento, é importante destinar um percentual da sua receita para a reserva de emergência. O ideal é guardar, pelo menos, 10% do seu valor mensalmente para essa finalidade. Só que, mais importante que isso, é começar a poupar, por menor que seja o valor.

Utilize uma conta apartada da sua conta corrente, para não correr o risco de gastar, e mantenha-se consistente. Você pode programar transferências sempre que receber o seu salário, para facilitar o processo.

Tenha paciência

Guardar o equivalente a mais de seis salários pode ser uma tarefa árdua. Por isso, tenha paciência. Saiba que é para a segurança de toda a sua família, principalmente para lidar com as adversidades.

Por isso mesmo, é crucial que todos os integrantes da família entendam a importância de se ter uma reserva de emergência e contribuam da melhor forma possível, para que possam atingir seus objetivos.

Para mais dicas de finanças pessoais, confira o blog da Embracon.