Tenha uma organização financeira pessoal

9 de set. de 202211 minutos de leitura
Tenha uma organização financeira pessoal

O Brasil tem passado por uma severa crise financeira há muitos anos. Com isso, o brasileiro perdeu significativamente o poder de compra: ir no supermercado tem ficado cada vez mais caro, e logo a família inteira se reúne para ver o que pode ser cortado para que as contas caibam no orçamento mensal.

Realmente, não é fácil lidar com a situação financeira diante de um cenário tão complicado. Porém, ter uma organização pode ser a chave para que a família inteira consiga se organizar e, aos poucos, possa realizar suas conquistas.

Antes de tudo, é preciso conversar com a família e definir em conjunto os objetivos que se espera alcançar.

É preciso ter foco e paciência, para que os objetivos possam ser alcançados e, assim, você torne pequenas práticas cotidianas um hábito, sempre priorizando o melhor para você e sua família.

Mas, como atingir esse tipo de organização? Com o nosso passo a passo a seguir, você vai conseguir dar os primeiros passos para chegar onde deseja.

Tenha um crítico dos seus gastos

Infelizmente, poucos têm a oportunidade de aprender sobre o valor do dinheiro nas escolas. Aprendemos algumas matérias de exatas, mas lidar com o dinheiro vai muito além de somar e subtrair. Trata-se de multiplicar, sim, mas não é tão simples quanto fazer uma simples conta.

É na prática que realmente se aprende a usar o dinheiro.

As pessoas passam por diferentes estágios de vida. Antes de tudo, a primeira coisa que se deve ter em mente é o termo de independência financeira.

Se você é jovem e costuma ganhar mesada, tem a oportunidade de aprender a lidar com o dinheiro logo cedo. Nesse momento, você sabe que comprar o brinquedo que acabou de ver na loja pode afetar seu sonho de comprar o videogame de última geração.

Porém, essa não é a preocupação da maioria, não é mesmo? O volume de contas só tende a aumentar quando não sabemos como usar o dinheiro.

Por isso, logo de cara, é preciso anotar todos os seus gastos. Você pode guardar os comprovantes de débito, anotar em planilha ou até mesmo usar um caderninho, se preferir. O importante é saber para onde estão indo os seus recursos.

Depois de identificar todo esse montante, respire fundo. Investir em educação financeira é um processo importante para que você atinja seus objetivos. Porém, não é um conhecimento que se detém da noite pro dia.

Parte importante é a paciência: saber que você não vai conseguir juntar o quanto gostaria em determinado tempo. E saber, também, que o sonho de ter aquele carro importado na garagem pode demorar mais do que você gostaria.

O olhar crítico permite que você mantenha os pés no chão e comece encarar a sua vida financeira como uma jornada. Claro que ela pode ser mais difícil para uns do que para outros. Não se deixe abater pelas adversidades: saiba muito bem o quanto ganha, com o que gasta para, em seguida, determinar o que pode diminuir para que as despesas não fiquem tão pesadas.

Comece aos poucos

Após determinar todos os seus gastos é hora de decidir: o que posso diminuir ou cortar de vez para que o meu salário consiga arcar com tudo?

Primeiramente, claro, é preciso cortar os gastos supérfluos. Você realmente precisa usar o pacote mais caro da TV à cabo? Por que as faturas do cartão de crédito são exorbitantes? Você paga por serviços demais que pouco utiliza?

Se for preciso, diminua o limite do seu cartão de crédito e corte de vez o cheque especial - que possui valor de juros de mais de 10%, dependendo do banco.

Veja de forma crítica também os gastos de fim de semana. Será que você precisa jantar fora todos os sábados? Já pensou em levar comida para o trabalho, em vez de gastar em restaurantes?

A partir do momento em que se diminui esses gastos, você verá diferença na sua conta bancária.

Porém, tenha cuidado: isso não significa que você tenha que cortar tudo de uma vez. Pense no seu bem-estar e, principalmente, no bem-estar da sua família. Ela também é importante no processo de construir uma melhor organização financeira pessoal.

Envolva a família nas decisões financeiras

Todos os membros da família precisam acompanhar a situação financeira de casa. É comum que alguns casais briguem justamente porque encaram o dinheiro de forma diferente. O que fazer nessa situação?

O melhor é estabelecer objetivos conjuntos. E levar em consideração, também, que cada um tem seus desejos individuais: um pretende fazer um curso de idiomas para conseguir promoção no trabalho, outro pretende investir em uma pós-graduação ou até mesmo em um carro melhor, para trabalhar e sair aos finais de semana, por exemplo.

Todos os integrantes da família precisam entender a importância da educação financeira nesse processo de se ter melhor organização das despesas e finanças.

Vale o mesmo para os filhos: é uma boa oportunidade de explicar como funcionam os gastos e, se possível, dar uma mesada compatível com a renda familiar.

A partir do momento em que a criança ou o adolescente entende e participa das decisões financeiras fica mais fácil encontrar motivação para economizar e fazer o dinheiro render.

Hora de economizar: e agora?

Para que nem você nem os familiares fiquem perdidos na hora de usar o dinheiro, é preciso conversar sobre pontos importantes. Antes de tudo: garanta o fundo de reserva da sua família.

Dinheiro guardado não deixa de ser um plano eficiente em momentos difíceis, como a perda de um emprego ou uma situação econômica ruim que influencie demais nos gastos de casa.

Para que você comece com a sua reserva de emergência, o mais importante é quitar as dívidas.

Se você fez empréstimo no banco ou está com faturas atrasadas, o melhor é fazer uma reserva justamente para quitar essas dívidas. É possível negociar com as instituições financeiras, principalmente quando se tem a possibilidade de pagar à vista. Veja quanto fica para quitar de uma só vez e se organize para tirar essa dívida do seu orçamento familiar.

Com as dívidas pagas, o primeiro passo é garantir dinheiro para a sua reserva. O ideal é que este valor seja de fácil acesso no futuro, para lidar com situações emergenciais (mais adiante, iremos explicar os detalhes para montar a sua reserva).

Especialistas em finanças pessoais indicam que o fundo de reserva seja composto de, pelo menos, 6 vezes o rendimento mensal da família. Ele só deve ser acionado em momentos emergenciais, como perda de emprego, viagens repentinas ou quando envolvem gastos devido ao agravamento de uma doença séria.

Estabeleça objetivos

De início, o sugerido é guardar 10% dos seus rendimentos mensais, após liquidar dívidas e organizar a sua vida financeira. Você não deve sacrificar seu bem-estar para chegar lá. Como dissemos, trata-se de um procedimento que exige paciência e deve ser posto em prática aos poucos.

Quando você perceber que guardar 10% já não é mais um sacrifício, você pode aumentar esse percentual aos poucos.

Não se deixe enganar pela falsa profecia de quanto mais você ganhar, mais vai conseguir guardar. Educação financeira trata-se de um exercício prático que funciona melhor quando se traça objetivos.

Monte a sua reserva de emergência

A reserva de emergência é um valor que serve para dar segurança aos seus investimentos. Geralmente ela consiste em cerca de seis vezes o salário que você tem disponível mensalmente.

Caso tenha algum tipo de emergência familiar ou passar por situações complicadas, é a reserva de emergência que serve como base de utilização. Por isso mesmo, é preciso ter paciência e definir um valor mensalmente destinado somente para a sua reserva de emergência. Pode ser que demore mas, acredite, os benefícios compensam bastante, porque preserva você e sua família de surpresas desagradáveis no meio do caminho.

Para formar a sua reserva de emergência, é preciso:

  • Manter o dinheiro em uma conta de fácil resgate, afinal, nunca se sabe quando se pode precisar do dinheiro;

  • Manter guardado pelo menos o equivalente a 6 meses dos seus gastos mensais, para lidar com situações de desemprego ou perda de renda, por exemplo;

  • Caso tenha um aumento de salário, a reserva também deve ser aumentada levando em conta este valor, para que realmente atenda às suas necessidades;

  • De preferência, deve ser mantida em uma conta de renda fixa, que tenha um bom percentual de juros como retorno.

Montar a sua reserva de emergência pode levar um tempo, mas trata-se de um investimento extremamente necessário. Caso queira usar o dinheiro guardado para outra finalidade, vale a pena adotar a seguinte tática: separe um percentual do dinheiro que você guarda apenas para a reserva; o outro percentual, você destina para o que realmente deseja comprar.

Não tenha medo de começar com pouco

Você pode começar guardando R$ 50 por mês e, aos poucos, ir aumentando, conforme se tem uma folga maior nos seus rendimentos mensais. O importante é manter o hábito de poupar, pensando sempre a longo prazo.

Considere a possibilidade de ter uma renda extra e, claro, sempre diminuir o que considerar supérfluo. Com pequenas atitudes, você pode dar um passo extremamente importante para garantir a segurança que a sua família precisa.

Mantenha controle de seus gastos com a ajuda de uma planilha e invista na sua educação financeira, a fim de encontrar ótimas oportunidades de investimento. O que começa com pouco pode se tornar gigante.

Defina objetivos para o seu dinheiro

Nessa etapa, converse com todas as pessoas da família para entender quais são os principais objetivos. É importante anotar, seja com caneta e papel ou mesmo em uma planilha.

Uma dica é separar esses objetivos por horizontes: o que deseja conquistar em um período de um ano? E de 5 anos? Você pode ir aumentando esses ciclos até chegar à aposentadoria, por exemplo.

Ao pensar em objetivos, não se restrinja ao aspecto financeiro. Você pode listar diferentes objetivos, como:

Observe que todos os objetivos citados impactam todos os integrantes da família. Essa lista pode ser do tamanho que você desejar. O importante, depois da listagem, é definir em conjunto o que é mais importante, para direcionar os esforços rumo a novas conquistas.

Como usar o dinheiro para investir

Após compreender o uso do dinheiro e aprender a poupar, entra a terceira e mais importante etapa da educação financeira: o ato de investir.

O investimento faz com que o seu dinheiro renda mais e é essencial para a formação de patrimônio e para lhe garantir segurança financeira.

De início, muitos começam a investir de forma conservadora. Embora a poupança seja a forma mais acessível, existem diversas opções de baixo risco que podem ser mais rentáveis. Confira as principais:

  • Tesouro direto: pelo título prefixado, você corre poucos riscos de investimento e pode começar com um valor pequeno;

  • CDB (Certificado de Depósito Bancário) de liquidez diária: você empresta dinheiro ao banco para que ele tenha condições de realizar empréstimo à sua cartela de clientes. Boa opção para investimentos a curto e médio prazo, com valor definido pelo investidor;

  • Fundos DI: investimento de baixo risco que acompanha a tendência da taxa de juros básica do mercado (Selic). Possui taxa de administração, mas possibilita resgate a qualquer momento, sem comprometer os seus rendimentos;

  • Letra de Crédito Imobiliário (LCI): investimento de renda fixa por créditos imobiliários, que acompanha a taxa de juros do mercado. São isentas de imposto de renda e podem ter a data de retirada do valor já no momento da aquisição.

Aprenda a diversificar os investimentos

Faça um comparativo das taxas de cada um desses serviços e veja o que melhor se encaixa em momentos iniciais de investimento.

A partir do momento que você se certifica, na prática, que o seu dinheiro pode render ainda mais, pode-se pensar em tipos de investimento mais arriscados.

Quanto a isso, cuidado. Nenhum investidor aplica todo o seu dinheiro em um tipo de investimento.

Por isso, é necessário diversificar suas aplicações, para que ela seja rentável de diversas formas.

Para chegar a investimentos de longo prazo e alocar parte de seus recursos em cartas mais arriscadas (mas que podem ser mais rentáveis), é preciso conhecer e dominar os formatos mais conservadores. Além do mais, isso não significa que você deve deixar de investir em produtos de baixo risco.

Nesse estágio, entende-se que você já domina os conceitos de educação financeira e sabe muito bem que, para aplicar, é preciso acompanhar os índices econômicos e diversificar os seus investimentos.

Além de já ter a reserva de emergência garantida, para chegar a essa etapa é preciso que o seu patrimônio esteja alocado em investimentos mais seguros, para que você não corra o risco de perder parte considerável do seu patrimônio.

O ideal é começar com um percentual baixo: até 5% do seu patrimônio, por exemplo. Confira algumas opções para investidores mais arrojados:

  • Fundos de ações: você investe na Bolsa de Valores sem necessariamente adquirir ações da empresa

  • Day trade: acompanha as oscilações diárias do mercado financeiro. É preciso conhecer profundamente os índices econômicos e acompanhar bem o comportamento do mercado.

  • Certificado de Operações Estruturadas (COE): título centralizador que reúne diversos ativos, incluindo renda fixa e variável. Trata-se de um único investimento com carteira variada; é suscetível aos índices do mercado e tende a render mais a longo prazo.

Geralmente os investimentos mais arrojados dependem de uma consultoria especializada, que pode ser ofertada pelo seu banco ou por outras instituições financeiras voltadas somente para essa finalidade.

Equilíbrio é tudo para sua organização financeira pessoal

Para que você consiga ter um bom planejamento financeiro, é importante quitar todas as suas dívidas o mais rápido possível para, então, começar a juntar dinheiro.

Ter um objetivo grande em mente é um motivador importante. Porém, mantenha o equilíbrio: ao mesmo tempo que você precisa juntar dinheiro para reserva, aposentadoria e demais investimentos, se organize para a conquista dos objetivos que listou junto aos familiares.

Quando todos estão envolvidos no planejamento financeiro, cria-se um senso de responsabilidade compartilhada com o uso do dinheiro. Assim fica muito mais fácil evitar recaídas e manter-se focado com o propósito de aumentar o patrimônio e garantir a segurança financeira para todos.

Claro que é difícil colocar alguns desses conceitos na prática. Pode ser que, em alguns momentos, você e sua família acabem gastando mais do que o esperado ou sejam duramente impactados por algum fator externo, como a perda de emprego, a inflação, entre outros motivos. Para criar esse colchão de segurança, o melhor caminho é ter uma reserva de emergência. No começo, pode ser difícil chegar ao valor ideal. Mas, com persistência e fazendo com que o ato de guardar dinheiro se torne um hábito, você pode chegar lá.

E, uma vez que você consegue se organizar com o seu dinheiro, fica mais fácil investir e aplicar conceitos de educação financeira no seu dia a dia. Logo, você poderá iniciar o trabalho de aplicar o seu patrimônio em diferentes tipos de investimento.

Antes disso, é importante entender o seu perfil de investidor, que iremos detalhar a seguir.

Perfil conservador

É o tipo de pessoa que preza mais pela segurança. Tem receio de perder dinheiro e opta pela estabilidade.

Quando as corretoras identificam esse tipo de perfil, sugerem a aplicação em renda fixa. Com menos de R$500, por exemplo, é possível comprar títulos do Tesouro Direto ou outras opções que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como CDB, LCI e LCA.

Isso garante ao investidor o retorno de até R$ 250 mil de seus investimentos, caso o banco venha à falência.

Perfil moderado

Este é o perfil que opta por diversificar. Além de garantir parte de seu patrimônio em renda fixa, alguns investidores moderados começam a arriscar parte de seu dinheiro na renda variável.

Analistas financeiros recomendam que os moderados tenham de 10% a 40% de seu patrimônio em ativos da bolsa de valores, principalmente para ir aprendendo a investir.

Perfil arrojado

É o tipo de investidor que tem alta tolerância aos riscos. Sabe muito bem das oscilações do mercado e também utiliza parte de seu patrimônio para obter maior proporção de papéis, como ações, opções e câmbio.

Mesmo perfis mais arrojados sabem da importância da diversificação. Só que eles utilizam seu conhecimento de mercado para separar papéis em empresas com maior previsibilidade e outras mais arrojadas, para obterem fatia maior de lucro.

Conte com o consórcio para aumentar seu patrimônio

Uma boa forma de aumentar o seu patrimônio é com o consórcio. Ao investir em um consórcio de imóveis, você pode comprar um terreno, uma casa, apartamento ou até mesmo um empreendimento comercial.

Defina o momento mais adequado para realizar esse tipo de investimento, que certamente vale a pena. Você não precisa dar valor de entrada e não paga juros nas mensalidades. Além disso, você define o valor de carta de crédito, que servirá como referência para a compra do bem que desejar quando for contemplado.

Como a carta de crédito tem poder de compra à vista, você tem uma boa margem de negociação na hora da compra. Com paciência e planejamento, você paga por um valor mais justo pelo bem de sua escolha, que certamente deixará você e sua família mais confortáveis no futuro.

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