Para muitas pessoas, o termo ‘cheque’ pode soar estranho. Mas o fato é que, há cerca de 30 anos, esse tipo de pagamento era bastante comum nos estabelecimentos.
O cheque nada mais é que uma ordem de pagamento para efetuar uma compra ou até mesmo realizar o pagamento para uma pessoa. Essa ordem geralmente é feita por meio de um talão, que é emitido pelas instituições bancárias.
Antes mesmo das contas bancárias se digitalizarem, era muito comum empregadores efetuarem o pagamento com o uso de cheque, que deveria ser compensado no banco. Com isso, a pessoa que recebia o cheque (ou seja, o favorecido) tinha a ordem de sacar o valor descrito pelo emitente e, assim, ter à disposição o valor em dinheiro em espécie.
O cheque pode ser utilizado tanto à vista como à prazo. Ou seja, digamos que você quisesse fazer o pagamento de uma faculdade e deixar o semestre de pagamento já acertado. Com o cheque, é possível usar o talão com seis folhas, uma para cada mês, e deixar registrado o dia em que os valores serão compensados.
Mas, como o cheque realmente funciona? Vamos explicar todos os detalhes de seu funcionamento, as melhores práticas, para que não passe por algum tipo de situação constrangedora, e tirar as principais dúvidas sobre o assunto.
Quais são os tipos de cheque
Para que você conheça mais sobre essa modalidade de pagamento, vamos explicar quais são os tipos de cheque existentes.
Cheque portador
Quando uma pessoa emite um cheque portador, não indica nenhum beneficiário em sua folha.
Isso significa que esse cheque pode ser sacado por qualquer pessoa no banco.
Por conta do risco que pode representar, as instituições financeiras só aceitam a emissão desse tipo de cheque para valores de até R$ 100. Caso queira pagar alguém por um serviço prestado, é preciso mencionar o beneficiário, que é característica do cheque nominal.
Cheque nominal
No cheque nominal consta o nome do favorecido, ou seja, a pessoa a quem o valor descrito é destinado para o saque.
Para uso do cheque nominal, é preciso indicar a pessoa que fará o saque. Caso o beneficiário queira transferir o cheque para que outra pessoa faça o depósito ou saque o dinheiro, o documento precisa ser endossado com a assinatura do beneficiário na parte de trás da folha.
O emissor do cheque nominal tem o direito de impedir que o favorecido transfira o valor do cheque para um terceiro. Para isso, basta escrever “não à ordem” após o nome do beneficiário.
Cheque cruzado
Quem já recebeu um cheque certamente já se deparou com duas linhas paralelas feitas à caneta pelo emissor. Isso significa que o valor desse tipo de cheque não pode ser sacado na boca do caixa.
Para utilizar um cheque cruzado, é preciso fazer o depósito na conta do beneficiário. É possível fazer essa transação pelo próprio caixa eletrônico. Muitos estabelecimentos exigem que os emissores cruzem o cheque, para evitar casos de furto ou roubo do cheque.
Quando acontece algum tipo de problema com cheques que não foram cruzados, o emissor precisa de um tempo maior para sustar o cheque, ou seja, comprovar que o valor não foi destinado corretamente ao beneficiário. Por isso mesmo, a utilização do cheque cruzado é bastante comum como medida protetiva para o emissor. Quanto ao beneficiário, porém, precisa ter uma conta corrente ou conta poupança para que o dinheiro seja transferido.
Vantagens do uso do cheque
Atualmente, cerca de 7% dos brasileiros ainda utilizam o cheque em suas transações, segundo levantamento do Banco Central.
Por mais que pessoas físicas tenham aderido a modelos digitais de pagamento, o cheque ainda é bastante utilizado principalmente por microempresários. Isso porque ele funciona bem como uma moeda corrente e, diferentemente dos cartões de crédito e de débito, não têm cobrança de taxa.
Além disso, o cheque permite o parcelamento de uma compra sem ter que usar o limite do cartão de crédito, por exemplo. Ou seja, para compras de alto valores, não é necessário ter um alto limite, geralmente restrito a quem possui um alto score no banco, por exemplo.
Muitos empreendedores aproveitam a vantagem de não ter que arcar com as taxas do cheque para fazer o pagamento de fornecedores ou até mesmo como parte de seu fluxo de caixa. Por isso mesmo, é comum o cheque ser sacado por quem não é o próprio beneficiário.
Desvantagens do uso do cheque
Apesar do benefício de não ter que usar o limite do cartão ou depender de um bom score para o parcelamento de determinadas compras, o cheque ainda desperta muitos receios, principalmente por parte dos beneficiários.
O maior medo de quem recebe é se deparar com um cheque sem fundo. Isso significa que o beneficiário tentou sacar ou transferir o dinheiro para o seu nome mas, por falta de recursos do emissor, a transação acabou sendo cancelada.
Por conta disso, muitos estabelecimentos comerciais deixaram de aceitar o cheque como opção de pagamento, ou só oferecem essa opção para clientes habituais.
É importante lembrar que a emissão de cheques sem fundo é considerada crime de estelionato. Portanto, o emissor precisa tomar cuidado para não ter o valor de sua conta comprometido na hora de emitir um cheque.
Pode acontecer de haver uma devolução do cheque ao emissor. Nesse caso, é preciso certificar de que possui o valor necessário para que o valor seja sacado pelo beneficiário. Caso o cheque seja devolvido novamente, o emitente tem seu nome incluído no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) e pode ficar com o nome sujo ou com o CPF restrito.
Para mais dicas de finanças pessoais, confira o nosso guia de como montar o seu planejamento financeiro para controlar suas despesas ao longo do ano.