Participar de um consórcio requer planejamento, então se você precisa se organizar financeiramente, este artigo é para você. As vantagens desse tipo de investimento são inúmeras, desde que você tome decisões de longo prazo. São múltiplos os aspectos desse processo, relacionados ao período antes, durante e após o recebimento da carta de crédito.
Como em qualquer investimento de longo prazo, investir seu dinheiro em um consórcio significa esperar e lembrar que o valor não pode ser usado diante de contratempos. Quando você tem uma emergência de saúde, perde o emprego ou se muda para outra cidade, as despesas podem sair do controle e você precisa se preparar para esses imprevistos.
Mas antes de qualquer coisa, entenda o que é o consórcio
Um consórcio é uma forma de pagamento que integra pessoas, ou seja, pessoas interessadas em uma mesma causa, para adquirir uma mercadoria específica. Tudo isso com uma visão de longo prazo.
Quanto à taxa de contribuição mensal, todos os membros devem contribuir com uma determinada quantia. Em seguida, é enviado para o fundo vinculado às compras aspiradas pelo grupo. Desta forma, ao final do período do consórcio, todos os participantes serão recompensados.
Os consórcios podem integrar pessoas singulares e colectivas com fins semelhantes. A administradora é responsável por gerenciar toda a operação e garantir que, ao final do período acordado, todos os envolvidos possam atingir suas expectativas de forma positiva.
Mensalmente, os integrantes do consórcio são atualizados sobre o desenvolvimento da operação nas assembleias. Nelas, também acontecem as definições dos contemplados por sorteio e lances do período. Em outras palavras, são os participantes que recebem a carta de crédito para comprar o bem que desejam.
Vale ressaltar que os indivíduos do consórcio não possuem certeza quanto ao mês da recompensa, ou seja, não há um prazo predeterminado para o recebimento. Portanto, os participantes podem ser sorteados no primeiro mês ou só no último.
A importância de pensar no longo prazo para se organizar financeiramente
A primeira coisa que alguém pensa antes de pensar em comprar um novo item ou produto é: Onde vou investir meu dinheiro? Eu não deveria comprar mais bens? Eu realmente preciso disso?
Para que uma pessoa consiga se organizar financeiramente e retirar a meta de comprar a casa própria, por exemplo, é necessário um planejamento financeiro. Sem ele, imprevistos são mais prováveis, como um indivíduo gastar mais do que deveria e não economizar para uma casa. Portanto, esse planejamento se torna a chave para alcançar qualquer objetivo, seja a curto ou longo prazo.
Além disso, o planejamento financeiro é uma forma eficaz de organizar financeiramente toda sua vida e lidar com o dinheiro. Obtenha um caminho mais curto para seus sonhos e objetivos com uma ampla visão geral de receitas e despesas controladas mensalmente.
Dessa forma, o consórcio entra em cena fazendo uma conexão direta com a essência da educação financeira. Isto porque o conceito está atrelado ao planejamento de compra a longo prazo e não no curto prazo. Ou seja, traz a consciência dos indivíduos para a importância de controlar os gastos por impulso e evitar endividamentos excessivos.
Faça pesquisas para escolher o melhor consórcio
O primeiro passo começa na escolha: avalie qual é o plano que se encaixa nas suas necessidades e condições financeiras. Pergunte-se:
O valor da carta de crédito é suficiente para o bem que pretendo obter?
Esse valor não é alto demais e poderia dar lugar a uma opção mais econômica?
As parcelas mensais cabem no meu orçamento, sem aperto?
Por mais que essa seja uma avaliação inicial, já é muito eficiente. Você, claro, sabe quanto ganha e deve ter ideia sobre o que se encaixa nos seus padrões. Escolha um bom carro, que atenda às suas necessidades, em vez de escolher um veículo caríssimo.
Se ficar inseguro sobre sua capacidade de pagamento, lembre-se de que você sempre pode adquirir um consórcio mais barato e guardar algum dinheiro. Assim, quando for contemplado, pode comprar um bem de valor mais alto, completando a diferença com o que economizou.
E, por último, cabe lembrar ainda que, nos consórcios de imóveis residenciais, é possível usar o FGTS.
Analise sua capacidade de pagamento, melhor se organizar financeiramente
Você tem uma ideia que mais se adequa ao consórcio que deseja, certo? Então agora é a hora de determinar sua capacidade de pagamento. Seu planejamento financeiro precisa considerar os prós e os contras das aquisições. Com isso, veja até onde você pode se comprometer com as parcelas do consórcio.
O ideal é que você evite comprometer mais do que 30% da sua renda familiar — que inclui os seus próprios rendimentos e os de outros membros da família que também recebam qualquer remuneração, ok? — com as prestações do consórcio. Consequentemente, os outros 70% devem ser destinados às suas despesas normais. O importante é que o orçamento da família não fique muito pesado, a fim de garantir o bem-estar e a saúde financeira de todos.
Esse planejamento tão preciso é importante por outro motivo: a administradora do consórcio, ao conceder a carta de crédito, realiza uma avaliação, que é válida para todos os integrantes, e tem como objetivo garantir o pagamento a todos do conglomerado.
Imprevistos sempre acontecer: esteja preparado
Digamos que você achou o consórcio que sempre quis e viu que as parcelas cabem no seu bolso, mas tudo fica bem apertadinho, sem espaço para nenhum gasto extra. Bom, muito provavelmente você não tem uma bola de cristal para saber como vai ser o futuro, certo? Então, a melhor solução é se precaver contra imprevistos.
Sempre surgem gastos extras, que podem ser necessários, mas que não foram planejados e acabam bagunçando o orçamento e gerando consequências desagradáveis. Para evitar isso, o ideal é se antecipar! Inclua, no seu planejamento financeiro, uma margem extra para gastos eventuais e urgentes. Isso se chama “reserva de segurança” e cobre, por exemplo:
emergências médicas;
franquias de seguros de vida, residencial ou de veículos;
multas de trânsito;
consertos de eletrodomésticos, etc.
Você deve manter um fundo de reserva que pode ser usado para pagar por essas despesas inesperadas. Ele precisa estar incluído nos seus gastos mensais, como se fosse uma parcela que você não pode atrasar. Separe um valor que corresponda a algo entre 5% e 15% da sua renda para esse fim, guardando-o em uma poupança ou outro investimento que tenha bastante liquidez.
Definindo o tempo de pagamento
Este é outro ponto importante a ser considerado. Os prazos do consórcio podem variar muito, e você precisará avaliar por quanto tempo poderá manter o compromisso assumido. Por exemplo, um consórcio imobiliário pode durar até 15 anos. Então, o ideal é se programar para levar todo esse tempo em consideração ao planejar suas finanças.
Uma dica: sempre que possível, dê preferência aos consórcios com prazos mais curtos. Sem cobrança de juros, como empréstimos e financiamentos, não deixará seu consórcio mais caro no longo prazo. Mas a questão é que, com o passar dos anos, muita coisa pode acontecer e mudar a estrutura financeira de uma família, certo? Então, quanto antes o seu consórcio acabar, melhor!
Você também pode encurtar o tempo de pagamento. Sempre que você puder pagar um valor maior, dentro de um mês do recebimento de fundos adicionais, ou usando seu 13º salário, por exemplo, pague antecipadamente e reduza seu saldo devedor ou guarde esse valor para uma boa oferta!
Cortando gastos para investir
Um outro ponto importante é que talvez você precise cortar alguns gastos para poder investir tranquilamente em seu consórcio. Que tal eliminar, de uma vez por todas, os custos supérfluos para o bem da sua economia doméstica? Pense duas vezes antes de comprar produtos ou serviços fora da sua rotina, por exemplo:
roupas e sapatos da última estação;
novos móveis ou eletrodomésticos;
saídas para jantar ou almoçar ;
idas a bares caros para se divertir com amigos, etc.
Não pense que abrir mão desses gastos é uma coisa negativa, nem cogite desistir do seu consórcio por isso! Na verdade, essa é uma forma de repensar a sua rotina, se organizando, poupando e estabelecendo prioridades na sua vida.
Gastar como dá vontade é bom, mas isso pode ser negativo, se você não conseguir construir um patrimônio porque está direcionando todo seu dinheiro para prazeres imediatos! É esse o caso? Então, aprender a poupar e repensar suas finanças é mais do que necessário.
Preparando seu planejamento mensal
Vamos reunir tudo isso em informações organizadas? Tome nota (em um caderno, planilha ou aplicativo) do que se segue:
sua renda mensal (e da família);
suas contas mensais (como água, luz, aluguel, etc.);
as parcelas que está pagando (mensalidades, crediários, cartão de crédito);
a mensalidade do consórcio que pretende adquirir;
a reserva para emergências e imprevistos.
Some todas as saídas — que são as suas obrigações — e veja se elas estão menores que sua renda. Se forem maiores, reveja seus gastos, foque no que é supérfluo e faça cortes inteligentes na sua rotina. O ideal é que você se planeje e faça o acompanhamento das despesas para garantir que está seguindo o que foi projetado, ok?
Utilizando as ferramentas certas
Uma ideia inteligente é usar ferramentas voltadas para o planejamento financeiro. Se você for realmente uma pessoa muito organizada e boa com cálculos, pode até usar lápis e borracha. Mas o ideal mesmo é se planejar utilizando planilhas ou aplicativos próprios para se organizar financeiramente. Eles são mais precisos e ajudam a controlar melhor e programar seus gastos de um jeito mais seguro e organizado.
Existem diversas alternativas que você pode usar. Algumas delas são gratuitas e outras, pagas. Mas são muitas opções, e o ideal é que você faça uma pesquisa e teste alguns apps para ver com qual deles tem mais afinidade. Além da vantagem de minimizar a possibilidade de erros, ainda tem o bônus de que você pode instalar seu aplicativo favorito no seu iOS ou Android e levar aonde for, registrando as despesas na hora que acontecem. Isso ainda deixa menos espaço para esquecer de anotar isso ou aquilo, além de ajudar a repensar determinados gastos.
Planejando possíveis lances
Tudo pronto! Você agora tem o controle total sobre suas finanças e pode contratar seu consórcio. Agora, é hora de pensar nos lances. Eles trazem dois benefícios principais:
Você pode antecipar o recebimento do seu bem. Para isso, não é necessário esperar todo o prazo do consórcio, é possível realizar mais rápido o sonho que tanto almeja;
É possível reduzir o saldo devedor. O lance é uma forma de antecipar parcelas e, assim, você adianta os pagamentos do seu consórcio.
Aproveite cada entrada de dinheiro extra, que não estava prevista no seu planejamento, como décimo terceiro, participação nos lucros da empresa ou o 1/3 a mais que recebe nas férias. Caso não seja suficiente para dar um lance, você pode guardar em uma poupança separada e ir juntando cada vez mais, até chegar ao valor ideal.
Preparando-se para a contemplação
Lembre-se de que, quando você finalmente receber sua carta de crédito, sua rotina vai mudar. Fez o consórcio de um carro? Agora, deve se preocupar com gastos extras, como:
manutenção;
seguro e IPVA;
limpeza periódica, etc.
Faça um cálculo aproximado do custo que vai ter e tente, desde já, deixar uma parte do seu dinheiro voltada para essas despesas. Assim, você não passa por dificuldades de adaptação depois da contemplação.
Entendendo o prejuízo da inadimplência
Tenha o máximo de disciplina tanto no planejamento financeiro como no pagamento do seu consórcio, ok? Não tome atitudes precipitadas, que possam afetar seu equilíbrio financeiro. Depois de tanto esforço, se você deixar de pagar as parcelas, pode ficar inadimplente e ter vários prejuízos, correndo inclusive o risco de perder o bem que, a tanto custo, conquistou. E ninguém quer isso, certo?
Portanto, sua prioridade máxima é organizar e manter suas finanças em dia, sem nunca errar a mão na utilização do cartão de crédito, de empréstimo ou cheque especial, que têm juros são muito altos e podem se tornar uma bola de neve difícil de controlar, caso haja atraso no pagamento.
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