O FGTS, ou Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, é um dos fundos mais conhecidos de todo o Brasil. Isso porque todo trabalhador registrado em carteira automaticamente tem uma conta criada no banco da Caixa para essa finalidade.
A cada mês, um percentual do salário é automaticamente depositado pelo empregador, para garantir que o trabalhador possa construir seu patrimônio e consiga utilizá-lo no futuro em diversas situações.
Mas, você sabe como o FGTS realmente funciona e em quais casos pode ser utilizado? Vamos explicar tudo sobre este fundo, para que você consiga se planejar da melhor forma e usá-lo a seu favor.
O que é e para que serve o FGTS?
Antes de explicarmos o que você pode fazer com a sua conta do FGTS é importante resgatar o motivo de sua criação.
Como forma de proteger os trabalhadores que eram demitidos sem justa causa, e impedir que eles ficassem desassistidos, foi aprovada a lei nº 5.107/1966, que entrou em vigor a partir de 1° de janeiro de 1967.
Para as pessoas que entram em seu primeiro emprego, automaticamente é criada uma conta na Caixa, em que o empregador deposita 8% do seu salário bruto. As contas do FGTS são criadas no nome do trabalhador e são abastecidas mensalmente enquanto o trabalhador estiver empregado em regime CLT.
Por ser um fundo, o FGTS tem atualização monetária e juros. Por mais que seja visto como uma facilitação para o trabalhador, o FGTS tem um rendimento menor comparado a outros tipos de rendimento. De qualquer forma, o importante a se entender é que o FGTS ajuda tanto os trabalhadores, quanto o próprio governo. Vamos explicar a seguir os motivos.
Como o FGTS ajuda os trabalhadores
- Ajuda na constituição de patrimônio;
- Gera uma poupança compulsória, que pode ser resgatada em momentos difíceis;
- Com os juros, garante rendimentos ao trabalhador ao longo dos anos;
- Permite o saque para investimento em imóveis;
Como o governo se beneficia com o FGTS
- Com o dinheiro do FGTS, o governo consegue realizar projetos de financiamento habitacional, principalmente para as famílias mais carentes;
- O FGTS também serve como fonte de recursos para projetos de saneamento básico, incluindo proporcionar água de qualidade e o tratamento de esgoto sanitário;
- O FGTS ajuda a financiar obras de infraestrutura que garantem melhorias na qualidade de vida.
Quem tem direito ao FGTS
A partir de 1988, as contas no FGTS foram criadas como parte obrigatória do regime CLT. Antes disso, sua adesão era facultativa.
Além dos trabalhadores CLT, também têm direito ao FGTS profissionais de diversas categorias temporárias.
Vale lembrar que o FGTS não é descontado do trabalhador e, sim, uma obrigatoriedade de quem emprega. Ele equivale a 8% do valor do salário pago ou devido ao trabalhador para quem é CLT. Menores aprendizes também têm direito ao FGTS, com percentual de 2%.
Os depósitos mensais do FGTS são de responsabilidade do patrão e devem ser recolhidos até o dia 7 do mês seguinte ao que foi trabalhado
Confira, a seguir, quem tem direito ao FGTS:
- Trabalhadores rurais;
- Trabalhadores intermitentes (Lei nº 13.467/2017 - Reforma Trabalhista);
- Trabalhadores temporários;
- Trabalhadores avulsos;
- Safreiros (operários rurais, que trabalham apenas no período de colheita);
- Atletas profissionais (jogadores de futebol, vôlei, etc.);
- Diretor não-empregado poderá ser equiparado aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS;
- Empregado doméstico (é obrigatório desde 01/10/2015)
Quando posso sacar o meu FGTS?
Agora que você já sabe da importância e de como é utilizado o FGTS, vamos mostrar em quais momentos você tem acesso ao valor da sua conta.
- Aposentadoria: a partir do momento que a sua entrada da aposentadoria é aprovada, a Caixa libera o valor do seu FGTS para saque.
- Compra da casa própria: como o FGTS é voltado para programas de habitação, o governo deve facilitar para que o trabalhador consiga utilizar seu saldo para a compra de um imóvel.
- Compra do imóvel por consórcio: é possível utilizar os recursos do FGTS para dar um lance no consórcio imobiliário. Nesse caso, é preciso verificar o quanto tem disponível em conta, tirar o extrato, pegar a assinatura do gerente do banco da Caixa e, então, fazer a oferta.
- Pagamento de um imóvel financiado: se você começou a investir em um imóvel por meio do financiamento por conta própria, pode utilizar os recursos do FGTS para pagar pelo seu imóvel. Isso é possível por meio do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
- Demissão sem justa causa: caso o trabalhador tenha sido ‘mandado embora’ do emprego, tem direito a receber o dinheiro do FGTS, além de dar entrada no seguro-desemprego, para ficar amparado até que consiga se recolocar no mercado de trabalho.
- Rescisão por acordo: muitos trabalhadores, quando decidem sair por conta própria, ou até mesmo o empregador, por algum motivo em específico, pode recorrer a um acordo que facilite o saque no FGTS após rescisão de contrato.
- Emergência ou calamidade pública: o governo federal pode facilitar o saque de FGTS em casos muito graves, como enchentes, desastres naturais ou, como aconteceu no segundo semestre de 2020, por conta da pandemia de Covid-19.
Estas são as principais formas de se ter acesso à conta do FGTS.
Mas, também existem outros casos, que acontecem com menor frequência, como:
- Morte do patrão e fechamento da empresa;
- Término do contrato de trabalho de trabalhadores que são temporários;
- Falta de atividade remunerada para trabalhador avulso por 90 dias ou mais;
- Ter idade igual ou superior a 70 anos;
- Doenças graves do trabalhador (como Aids ou câncer), incluindo alguns de seus dependentes: cônjuge ou filho;
- Caso de estágio terminal em qualquer doença;
- Morte do trabalhador (no caso, o valor será depositado para os dependentes ou herdeiros reconhecidos judicialmente);
- Rescisão por culpa recíproca ou força maior;
- Quando a conta permanecer sem depósito por três anos ininterruptos;
- Se é um trabalhador avulso (sem vínculo empregatício, mas feito por intermédio de uma entidade de classe) e fica suspenso por período igual ou superior a 90 dias.
Como investir no seu imóvel com o FGTS
Agora que você conhece todas as possibilidades do que pode fazer com o seu FGTS, ficou muito claro que a melhor forma de utilizá-lo é investindo no seu patrimônio.
Embora o valor possa ser sacado em casos específicos, a melhor forma de aproveitar o FGTS é investindo no seu imóvel.
Por isso mesmo, muitos especialistas alertam para que se tome cuidado com a utilização desse recurso. Como explicamos acima, o valor costuma ser liberado em momentos emergenciais ou até mesmo como uma tática do governo federal para impulsionar a economia em momentos de alta do desemprego e retração. Afinal, quando se tem dinheiro circulando na compra de bens e serviços, as pessoas tendem a consumir mais, o que ajuda a movimentar a nossa economia.
Mas, qual a melhor forma de utilizar o valor do FGTS para a compra do imóvel? Confira nossas dicas a seguir.
Defina qual imóvel deseja comprar
O que você realmente prefere: uma casa ou apartamento? Um terreno ou um imóvel já mobiliado?
Entender o que realmente deseja comprar permite que você comece a ter uma ideia do quanto realmente precisa para a realização do seu sonho.
Considere que cada opção tem suas particularidades: por exemplo, a compra de um terreno pode ser mais em conta, mas, lá na frente, existem os custos com a construção, que envolvem mão de obra e materiais, sem falar no tempo que se leva até erigir o seu imóvel.
E, ao optar pela compra de um apartamento decorado, por exemplo, muito provavelmente o custo por metro quadrado será maior do que uma opção na planta, por exemplo - que, por outro lado, exige esforço com uma reforma.
Para esse tipo de decisão, pense em quanto tempo você precisaria para ter o imóvel pronto para morar. Nesse momento, envolva a família na discussão. Se for possível comprar a casa de uma forma planejada, você pode considerar seguir o passo a passo de construir do zero o imóvel que realmente deseja - o que permite customizá-lo da forma que deseja e, ainda, economizar na compra.
Por outro lado, se quiser mudar o quanto antes e não ter trabalho com acabamento, decoração e afins, se organize para juntar um valor mais elevado para a compra do imóvel.
Procure a melhor forma de comprar seu imóvel
Agora que você tem uma ideia de que tipo de imóvel deseja comprar, pode começar a partir para a ação.
Como você organizaria suas finanças para realizar essa compra?
Embora você saiba que tem o FGTS como forma de utilização, antes disso é importante que você considere a melhor forma de compra de imóveis.
Nesse caso, existem três formas:
- Juntar dinheiro para a compra à vista;
- Tentar comprar a casa por meio do financiamento;
- Fazer um consórcio de imóveis.
Caso tenha o valor do imóvel à disposição - e este valor não comprometa seus rendimentos - a melhor forma de compra é à vista.
Mas, como estamos falando da compra de um bem de alto valor, a grande maioria das pessoas não possui os recursos necessários para esse tipo de compra.
Por isso mesmo, consideram o financiamento, que permite ter acesso ao bem de forma antecipada, mas a um custo bem elevado: é preciso ‘pedir emprestado’ a uma instituição financeira o valor para financiar o bem, o que exige um valor de entrada de pelo menos 20% do total do imóvel e o pagamento de juros nas parcelas.
Não é à toa que é comum afirmar que, por meio do financiamento, o bem a prazo pode custar mais que o dobro do valor originalmente fechado para a compra.
Mas, qual seria a melhor forma de investir no imóvel? Por meio do consórcio!
O consórcio de imóveis se apresenta como uma excelente forma de planejar a compra da sua casa, apartamento, terreno ou até mesmo empreendimento.
Funciona da seguinte forma: você faz uma simulação do valor que deseja obter para a compra do imóvel. Este valor é representado pela carta de crédito. Após selecionar este valor, o próximo passo é definir a quantidade de parcelas. Tudo isso é possível por meio do simulador de consórcio, uma forma dinâmica de entender o quanto você deve comprometer por mês para investir na compra do seu imóvel
Pelo simulador, você já identifica o valor das mensalidades, com acréscimo das taxas do consórcio: a taxa de administração, que serve para remunerar as empresas de consórcio pela formação dos grupos, realização das assembleias mensais e entrega das cartas de crédito, e o fundo de reserva, que garante a saúde financeira do fundo responsável pelas contemplações dos consorciados.
Outros pontos positivos são que o consórcio não tem nenhuma espécie de juros e nem exige valor de entrada.
Após fechar o contrato, você passa a integrar um grupo de consórcio. Todos os meses são realizadas as assembleias, momento em que acontecem os sorteios das cotas. Nenhuma administradora de consórcio pode garantir quando o consorciado será contemplado: isso pode acontecer tanto nos primeiros, quanto nos últimos meses de pagamento da sua cota.
Caso queira tentar a contemplação da sua carta de crédito de forma antecipada, você pode fazer a oferta de um lance, que é um valor a mais que você indica em uma assembleia para a compra do seu bem. Pela modalidade clássica, se o seu valor for o mais elevado (ou quitar o maior percentual da cota, por exemplo), você é contemplado, e o valor oferecido quita as últimas mensalidades do consórcio.
Ao ser contemplado, você tem acesso ao valor integral da carta de crédito, que deve ser utilizado para compra do imóvel. Com o consórcio imóveis, você pode investir na:
- Compra de uma casa já construída
- Compra de um apartamento na planta
- Compra de um apartamento decorado
- Compra de um terreno para construir
- Compra de um empreendimento
A seguir, vamos trazer dicas de como você pode organizar as suas finanças para realizar o sonho da casa própria.
Faça um planejamento financeiro para a compra do seu imóvel
Agora que você conhece melhor as opções de como comprar o seu imóvel, está na hora de arregaçar as mangas e fazer acontecer!
Nesse caso, o planejamento financeiro é extremamente importante, porque permite entender melhor seus gastos e facilita na hora de determinar quando você pode arcar com o custo de começar a pagar por uma casa ou apartamento, por exemplo.
O primeiro passo é identificar todos os seus gastos correntes. Você pode fazer isso por meio de uma planilha, listando todos os seus rendimentos e os gastos, incluindo contas básicas, cartão de crédito e compras do dia a dia.
Com uma planilha, você consegue entender qual o melhor momento para começar a juntar dinheiro com a finalidade de comprar um bem de alto valor.
No caso do consórcio, em que não é preciso pagar por um valor de entrada, você pode se organizar da seguinte forma: após identificar o valor do imóvel que deseja comprar, faça uma simulação, para ter uma ideia do valor necessário para as mensalidades.
Dessa forma, você já consegue saber o quanto precisaria pagar pelo consórcio. Vale lembrar que as mensalidades não podem ultrapassar 30% dos seus rendimentos mensais.
A partir do momento que você tem uma ideia do valor necessário para pagar pelo consórcio, o próximo passo é organizar as suas contas para identificar o melhor momento para começar o pagamento pela sua cota.
Se quiser se organizar ainda mais, vale a pena acompanhar o valor do seu FGTS, para que você possa dar o lance no consórcio.
Veja o melhor momento de usar o FGTS
Quem trabalha registrado tem a sua conta do FGTS mensalmente ‘abastecida’ com 8% do salário. Porém, é importante acompanhar o valor que se tem disponível, para que você possa utilizá-lo na melhor hora para a compra do seu imóvel.
Pelo consórcio, você pode utilizar o valor do seu FGTS para fazer a oferta de um lance.
Como dissemos, o lance é um valor a mais que você oferece com o objetivo de ter acesso antecipado à sua carta de crédito. Na maioria dos casos, é estipulado como valor mínimo 10% da sua cota. Ou seja, se estiver investindo em uma carta de crédito de R$ 300 mil, o ideal é ter pelo menos R$ 30 mil para o lance.
Mesmo assim, o simples fato de ter o valor disponível não garante que você seja contemplado. Geralmente nos primeiros meses diversos consorciados tentam fazer uma oferta de lance com altos valores, o que torna o momento extremamente competitivo.
O melhor a se fazer é acompanhar os valores que são dados como lance e preparar para dar a sua oferta.
Para solicitar o valor do FGTS para dar como lance, é preciso entrar no site do FGTS da Caixa e solicitar o extrato bancário, que traz o valor total. Esse extrato deve ter assinatura do gerente e ser anexado na Área de Clientes ao fazer a oferta de lance.
Caso o seu valor seja o contemplado, é preciso solicitar a retirada do valor para pagar à administradora. O valor do lance quita as últimas mensalidades do seu consórcio, e você finalmente tem acesso à carta de crédito.
Para utilizar a carta, é preciso indicar o proprietário do bem, para que a administradora realize a transferência diretamente a ele. A carta de crédito tem poder de compra à vista, o que permite uma boa margem de negociação na aquisição da sua casa, apartamento ou terreno.
Enquanto estiver com dívida em aberto com a administradora, a propriedade do imóvel é compartilhada com a administradora. Somente após concluir todo o pagamento do consórcio o bem fica totalmente em seu nome.
Consórcio de imóveis: a melhor forma de investir no seu lar
O valor do FGTS pode ajudar bastante na hora de tentar a contemplação do seu bem por meio do consórcio de imóveis.
Caso o valor não seja suficiente para o lance, mas você queira antecipar o pagamento das últimas mensalidades, também pode contar com o valor do seu FGTS.
Por mais que você não tenha acesso imediato ao seu imóvel por meio do consórcio, de forma organizada e planejada você investe no seu bem pagando por um preço justo.
O melhor de tudo é que o valor da sua carta é atualizado conforme os índices inflacionários mês a mês. Isso significa que as mensalidades têm reajuste a cada aniversário - porém, essa medida protege o consorciado ante a desvalorização do bem por conta da inflação anual.
Portanto, fique atento aos seus rendimentos mensais, se organize para começar a pagar pela sua casa no momento mais confortável para você e aproveite as vantagens do consórcio para identificar o melhor momento de sacar o FGTS para dar o lance.
Caso você tenha um financiamento com alguma instituição financeira, pode utilizar a carta de crédito para fazer sua quitação. E, caso não queira aproveitar as vantagens do consórcio, tem a opção de utilizar seu saldo do FGTS para pagar boa parte da dívida do seu imóvel com a instituição financeira.
Portanto, aproveite o seu saldo do FGTS e as facilidades do consórcio para investir agora mesmo no seu imóvel. Faça uma simulação e antecipe desde já a construção do seu sonho e do sonho de toda a sua família.