Nos últimos anos o brasileiro tem se interessado bastante por educação financeira. Apesar de ser um tema que não costuma ser discutido nas escolas, cada vez mais os pais têm se preocupado em orientar os filhos desde cedo para começar a utilizar melhor o dinheiro.
Quando os pais estão preocupados com a educação financeira desde o início podem dar a possibilidade de colocar os aprendizados em prática.
Esse é um assunto de extrema importância quando se pensa não somente na construção de patrimônio da família, mas até mesmo no desenvolvimento do país como um todo. Para se ter uma ideia da magnitude, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) realizou uma pesquisa recentemente classificando a importância do ensinamento dos pais sobre dinheiro para os filhos como a principal ajuda para mudar a educação financeira do país.
Ainda segundo a pesquisa, foi constatado que mais de 94% dos jovens de 15 anos apontaram os pais como a principal fonte de informações com assuntos sobre dinheiro e investimento. De acordo com a instituição, o Brasil tem seguido muito bem com essa nova orientação.
Mas, como fazer para que os filhos participem mais das finanças da família? Confira nossas dicas a seguir.
Comece pela mesada
A mesada é uma das melhores formas de ensinar os filhos na prática como utilizar o dinheiro.
Ela pode servir de ótima ajuda para que a criança entenda o real valor das coisas que deseja comprar. Por isso, é preciso utilizar a mesada com sabedoria e muito cuidado.
Ao dar dinheiro para o filho, não espere que ele consiga se organizar de forma planejada. É preciso orientação o tempo inteiro, principalmente no início, para conduzi-lo a boas decisões.
O ideal é ter uma periodicidade mensal para dar a mesada. Deixe claro que, ao gastar todo o dinheiro, ele terá que esperar até o próximo mês para receber novamente.
Um erro muito comum é ter a mesada como forma de ‘vantagem’ para ter o comportamento desejado. Também evite bonificações por fazer o serviço doméstico ou alguma tarefa esperada. Isso pode fazer com que a criança crie uma relação nefasta com o dinheiro desde cedo. Ajude-a a tomar boas decisões e sempre questione se o valor gasto não poderia ser utilizado para outra coisa.
Converse sobre o dinheiro
Uma boa forma de acompanhar os gastos do filho é pedir para que compartilhe como está sua relação com a mesada.
Caso perceba que o filho está fechado demais, você pode usar a técnica de compartilhar como você costuma utilizar o dinheiro no dia a dia, sem entrar em detalhes demais. É possível fazer isso com uma planilha ou até mesmo um caderninho de anotações, para que ele tenha noção de como pode aprender na prática a organizar suas próprias finanças.
Nessas conversas, aproveite para dar algumas dicas de como utilizar melhor o valor recebido e estimule seu filho a começar a poupar o dinheiro para coisas relevantes. Com o tempo, a mesada vai ensinar o verdadeiro valor do dinheiro, para que ele próprio consiga se organizar para ter acesso ao que realmente deseja.
Não esqueça dos limites
Embora seja importante estimular a independência financeira, deixe claro que, como filho, ele precisa cumprir algumas obrigações.
Por exemplo, caso você tenha determinado que ele não pode ter acesso a celular ou tablet, não incentive para que a criança junte dinheiro para essa finalidade. Orientação é muito importante para que a criança saiba que o uso do dinheiro precisa estar aliado a um propósito. É sua responsabilidade, como pai ou mãe, deixar isso claro desde o início.
Incentive a participação dos filhos
Quando for discutir sobre o planejamento familiar, envolva seu filho nessas discussões.
Esse envolvimento é importante para que ele saiba da situação atual das finanças da família e entenda quando tiver que reduzir gastos, por exemplo. Vocês podem criar objetivos de forma conjunta, sempre pensando no curto, médio e longo prazo, de forma que envolva todos os integrantes.
Aproveite para ensinar sobre a importância de se ter uma reserva de emergência - algo que ele pode começar a replicar no uso da mesada, por exemplo.
Paciência para estimular a cultura da poupança
No começo, as crianças e adolescentes podem ter dificuldades de lidar com a importância de ter que guardar dinheiro.
A forma com que os pais lidam com os filhos pode ter um peso importante nesse sentido. Se você sempre ceder na hora de dar um valor superior à mesada por motivos supérfluos, por exemplo, pode ter problemas em ensinar os filhos sobre a verdadeira importância de poupar.
Por isso, é importante acompanhar como o filho realiza os gastos e orientá-lo da melhor forma. Com a participação nas discussões familiares, ele começa a ter uma noção do planejamento familiar e pode tomar melhores decisões com o dinheiro.
Seja um bom exemplo
A melhor forma de fazer com que seus ensinamentos sobre educação financeira sejam replicados pelos filhos é por meio do exemplo.
A participação e a orientação são muito importantes, mas é a forma com que você e sua família lidam com o dinheiro que ajudarão na construção do legado da sua família.
Portanto, certifique-se de que você e a família inteira estão seguindo os passos que estão ensinando e mantenha-se aberto para conversar sobre finanças pessoais. A melhor forma de fazer isso é sendo transparente com todos e falando sobre suas decisões para lidar com alguns problemas que podem acontecer.
Saiba que todos temos dívidas e podemos dar algumas escorregadas quando o assunto é finanças pessoais. Por isso, tome muito cuidado, para que você consiga ajudar seus filhos a montarem suas próprias reservas financeiras e, quando adulto, consigam aplicar o quanto antes em diferentes tipos de investimento.
Sabemos que nem todas as famílias podem conseguir multiplicar seu patrimônio, mas cada passo da educação financeira é importante, para que seu filho aprenda o quanto antes o verdadeiro valor do dinheiro. Portanto, comece pequeno, converse bastante e envolva os seus filhos e toda a família na discussão sobre dinheiro. Os ganhos serão múltiplos.
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