O brasileiro não tem o hábito de poupar, e isso não é um dito. Um levantamento do Banco Central de 2018 revelou que 56% dos brasileiros não planejam o orçamento doméstico e pelo menos 69% não conseguiu poupar nada nos últimos 12 meses.
Por isso, é comum que a vida financeira do brasileiro se transforme em algo caótico. Como consequência, muitos acabam optando por decisões que os deixam ainda mais endividados, como pegar empréstimo no banco ou fazer um financiamento de um bem sem valor de entrada, o que acarreta em um percentual imenso de juros.
Para te ajudar no planejamento da sua vida financeira, fizemos um guia com algumas dicas valiosas que podem ser incorporadas no seu dia a dia. Confira:
Registrar as despesas
A forma mais eficaz de começar a guardar dinheiro é registrar todos os gastos que costuma ter. Isso vai além de despesas obrigatórias, como água, luz, telefone, internet e gás, por exemplo. Gastos supérfluos também devem ser incluídos, para que você tenha real dimensão do quanto eles comprometem o seu orçamento.
Uma boa maneira é criar uma planilha de gastos e, de preferência, deixar em um sistema em nuvem, para que as pessoas que moram com você possam acompanhar - no caso de uma família, por exemplo, ou até mesmo para conseguir acessar em dispositivos diferentes, não apenas quando estiver em casa.
É possível criar planilha no Excel e hospedar no sistema de nuvem que você costuma utilizar, usar o Google Planilhas ou aplicativos que ajudam na organização financeira. Também é possível guardar todas as notinhas e fazer um cálculo no final, ou simplesmente puxar o extrato bancário dos últimos meses.
Seja com auxílio da internet ou de um caderno, o meio utilizado é o que menos importa. Contanto que seja calculado tanto o valor do cafezinho do dia a dia quanto aquela compra inesperada em um fim de semana, o registro de despesas é a primeira etapa para traçar um plano de como melhorar a sua vida financeira.
Dedicar um tempo para falar sobre como vai usar o dinheiro
Quem mora com os familiares precisa falar sobre como o dinheiro deve ser utilizado. Para isso, é importante levar em consideração os gastos e as necessidades de cada integrante para que, juntos, encontrem uma solução que não seja onerosa para a família como um todo.
E quem mora sozinho ou é o único responsável pelo planejamento financeiro, como faz? É o que vamos responder no tópico seguinte.
Criar metas para os seus gastos
Depois de organizar o que é gasto e o que entra como receita, é importante criar uma meta. Uma planilha permite visualizar o melhor momento de fazer a compra do seu carro ou até a troca do seu celular, por exemplo. É comum que em um mês o orçamento esteja mais comprometido - como em janeiro, por exemplo, mês de pagar seguro, IPVA, IPTU etc.
Existem várias recomendações de especialistas sobre como deve ser distribuído o gasto do seu dinheiro. De acordo com Samy Dana, doutor em Administração e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o ideal é separar os gastos da seguinte maneira:
- 35% com gastos de casa: água, luz, internet e aluguel, por exemplo.
- 25% com alimentação, incluindo supermercado, lanchinhos e refeições fora de casa.
- 15% para investir em educação, como faculdade, pós-graduação e cursos.
- 10% com saúde e beleza, incluindo convênio médico, remédios, cortes de cabelo, manicures etc.
- 5% com transporte, como condução de metrô ou combustível para o seu carro.
- 10% com lazer e extras.
Quanto devo economizar por mês?
O cálculo de gastos deve ser feito somente depois de extrair da sua renda bruta o percentual destinado a investimento. Como assim?
Todo o seu salário, acrescido ao salário de outros familiares que moram com você, formam uma receita bruta. Dessa receita, é preciso separar um percentual para economizar. Para isso, existem diversas maneiras: guardar na conta poupança, fazer um investimento de baixo risco ou até mesmo fazer um consórcio.
Caso você não tenha o hábito de economizar, vale a pena iniciar com um percentual baixo. O ideal é que seja, pelo menos, 10%. A partir do momento em que se cria o hábito, leve em consideração aumentar este percentual. Segundo especialistas em planejamento financeiro, o ideal é reservar 30% da renda mensal e realizar aplicações diversas, como investir na aposentadoria (pelo menos 20%).
Faça compras com dinheiro vivo
Você pode andar sem um real no bolso, mas se tem um cartão de débito ou crédito - ou, em muitos casos, até mesmo um aplicativo de celular que realiza pagamentos - fica muito fácil gastar em compras desnecessárias.
O problema é que, quando passamos o cartão, não temos a real dimensão do quanto aquele gasto impacta em nosso orçamento. Por isso, recomenda-se fazer transações com dinheiro vivo, para que você realmente ‘sinta na pele’ o quanto está gastando.
Além disso, se você decide fazer compras em um supermercado, e já vai com o dinheiro contado, corre menos risco de encher o carrinho com itens que não são essenciais no seu dia a dia.
Direcione o dinheiro para os lugares certos
Recebeu no último dia do mês e já tem contas em aberto? Não demore para quitar tudo o quanto antes. Afinal, não é preciso esperar a data de vencimento para pagar a água, o cartão de crédito ou a mensalidade da faculdade. Além de correr o risco de pagar multa por atraso, neste ‘tempo de espera’ até o pagamento existe o risco de exagerar em gastos supérfluos.
Não se culpe; é realmente tentador pegar um dia pra sair e gastar a mais, principalmente quando você sabe que a conta está recheada.
Por isso mesmo, o ideal é já pagar todas as dívidas o quanto antes e direcionar o montante que vai poupar para uma conta ou aplicação. Lembre-se que é possível planejar até 10% da sua renda para o lazer e, se acontecer de extrapolar, tente se organizar ao máximo para que sua vida financeira não fique comprometida.
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