Entenda a importância da taxa Selic e da inflação

30 de set. de 20214 minutos de leitura
Entenda a importância da taxa Selic e da inflação

No nosso dia a dia nos deparamos com muitas situações que dependem do andamento da economia: o preço da carne mais caro, aumento no valor do combustível, juros mais altos de empréstimos…

Esses e outros índices dependem de diferentes variáveis econômicas. Da mesma forma que produtos importados de outros países ficam mais caros quando o real é desvalorizado, outros fatores são influenciados por conta de índices importantes.

A taxa Selic e a inflação, por exemplo, têm mais influência no seu dia a dia do que você imagina. A seguir, vamos explicar como funciona cada um deles.

O que é a taxa Selic?

A taxa Selic é a taxa de juros básica da economia e serve para controlar a inflação no país.

O Banco Central é responsável por fazer a revisão da Selic a cada 45 dias, com o objetivo de manter o país estável. Para isso, leva em consideração o cenário de produção no país e os índices econômicos estrangeiros.

Seu principal objetivo é regular as taxas de juros de todo o sistema financeiro.

O percentual da taxa Selic determina o aumento ou diminuição de quanto os bancos e instituições financeiras conseguem captar.

Ou seja, a taxa Selic é responsável pelos juros praticados por empréstimos, financiamentos, diferentes tipos de aplicações financeiras e, inclusive, os valores das administradoras para a taxa de administração. (Porque, diferentemente do financiamento, que cobra juros, o consórcio faz apenas uma cobrança de taxa de administração, que serve para remunerar as administradoras pela criação e gestão dos grupos, além da entrega das cartas de crédito.)

Quando o BC decide aumentar o percentual da taxa Selic, dá um recado para a sociedade diminuir o consumo. Como essa medida faz com que os valores de empréstimos e transações financeiras elevem, o objetivo é frear o consumo, para evitar a inflação.

Porém, quando o BC diminui a taxa Selic, significa que a inflação não representa um risco. Dessa forma, estimula o consumo, para dar mais gás à economia.

O que é inflação?

Quem vivenciou o final dos anos 1980 e começo dos anos 1990 no Brasil certamente ouviu falar no termo inflação. Mas, você sabe o que realmente significa?

Inflação é um termo utilizado para determinar quando há um aumento generalizado nos preços de tudo o que a sociedade consome. Geralmente seu índice está atrelado ao preço da cesta básica, mas acaba refletindo em tudo o que consumimos.

O grande problema da inflação é que ela põe em risco o poder de compra do consumidor. Por exemplo, quando existe uma alta de 10% no preço de uma fruta como a banana, significa que fica mais caro para a população ter acesso a este bem. Só que a inflação afeta toda uma cadeia de produtos e serviços, que geram um impacto enorme na economia brasileira.

No Brasil, a inflação é um índice anual que influencia todo o ecossistema econômico. Se a inflação geral chega a 5% ao fim de um ano, por exemplo, significa que no ano seguinte o seu salário deve ter um acréscimo de pelo menos 5%, para que seu poder de compra não diminua.

O que leva um país à inflação?

Por ser um índice que causa preocupação nas pessoas, o Banco Central mantém o controle da taxa Selic para impedir que os índices inflacionários comprometam o poder de compra. Porém, existem muitas variáveis que podem contribuir para a inflação, como:

● Oferta e procura: quando a procura por um produto é maior do que sua oferta, seu preço aumenta. Não é à toa que, por exemplo, em tempos próximos à Páscoa o bacalhau fica mais caro. Quando isso acontece com diversos produtos ao mesmo tempo, existe o risco de termos uma inflação.

● Lucros privados: se determinadas empresas mantêm o controle de algum produto ou setor, conseguem controlar com mais facilidade o índice dos seus preços. A falta de competitividade em determinados setores gera uma concentração de procura. E, dessa forma, as empresas podem elevar os preços e minar o poder de compra da população.

● Indexação de preços internacionais: peguemos como exemplo a Petrobrás. Seu valor é indexado ao preço internacional do barril e ao valor do dólar. Quando há muitas oscilações no mercado que resultam no aumento desses índices, sentimos a dor na pele sempre que vamos ao posto de gasolina abastecer, com o aumento do preço dos combustíveis.

● Custo de produção: quando o preço para se produzir algo aumenta - por exemplo, o valor do trigo para o pão da padaria ou aumento das taxas de importação de alguma matéria-prima do estrangeiro para a agricultura - naturalmente o preço do produto fica mais caro. Quando o aumento desse custo se generaliza, também existe um risco de inflação.

Como a inflação e a taxa Selic influenciam o consórcio

Todas as transações financeiras no país estão atreladas a diversos índices. Quando a inflação está alta demais no país, todos os segmentos sofrem impacto de alguma forma.

A alta da inflação deixa os consumidores mais acuados: muitos deles preferem não fazer grandes investimentos, com receio de comprometer demais a renda mensal.

No consórcio, todos os bens passam por reajustes anuais devido a índices como IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), para motos, carros e serviços, e INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), para o consórcio de imóveis. Essas correções levam em consideração o índice inflacionário e geram uma correção na carta de crédito adquirida pelo consorciado.

Por ser medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA tem seu percentual afetado pela taxa Selic. Por exemplo, se há pouca demanda por compra de automóveis ou serviços, muito provavelmente o Banco Central aumentará a taxa para aquecer a economia. Dessa forma, o IPCA pode acabar aumentando em um prazo mais amplo, fazendo com que o consórcio também seja impactado.

Nos últimos anos, porém, o BC tem diminuído cada vez mais a taxa Selic. Além de estimular a economia, essa medida é importante para que os consorciados não sofram altos ajustes nas parcelas anualmente.

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