O brasileiro gosta de consumir e, por mais que isso impulsione bastante a economia, muitas vezes acaba prejudicando o próprio bolso - especialmente quando as pessoas realizam compras por impulso.
Um estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) identificou que pouco mais da metade dos brasileiros assumiu já ter feito algum tipo de compra por impulso, principalmente em itens como roupas, calçados e eletrônicos.
A principal justificativa é por conta das ditas ‘promoções’. Anúncios que prometem até 50% de desconto, de certa forma, geram algum tipo de gatilho para que a pessoa sinta que, se não aproveitar aquela oportunidade, pode sair perdendo.
Embora seja uma prática comum, a compra por impulso prejudica bastante o brasileiro em termos de educação financeira. Fica mais difícil planejar os seus gastos e priorizar coisas importantes para toda a família quando uma simples ida ao shopping pode representar um perigo para o orçamento de todo o mês.
Para que você consiga manter o controle da sua vida financeira, confira nossas dicas a seguir.
Entenda quais são seus gatilhos de compra
O primeiro passo para diminuir o impulso de comprar é identificar: o que me deixa com vontade de querer comprar?
Fazer essa autoanálise permite que você conheça mais sobre si próprio. Veja alguns dos gatilhos mais comuns:
- Se deparar com um item promocional;
- Ter um alto limite de cartão de crédito para essa finalidade (já que não terá que pagar à vista, por exemplo);
- Sair para as compras para suprir uma necessidade emocional;
- Comprar porque acha que parentes e amigos ‘precisam’ de alguma coisa.
Esses são apenas alguns dos principais, e lidar com eles pode ser um processo difícil. O recomendado é procurar por terapia, caso sinta que a situação está totalmente fora do controle. Conte com a ajuda de toda a família para que a impulsão não prejudique ainda mais seu orçamento mensal.
Evite o uso do cartão de crédito
O cartão de crédito pode ser um gatilho perigoso para a compra, e existem muitos motivos para isso.
O principal deles é a facilidade de parcelamento. Quando se divide uma compra por múltiplas vezes, temos a impressão de que não gastamos um alto valor para determinada compra. Porém, sentimos a dor de uma compra quando chegam as faturas, não é mesmo?
O cartão de crédito é um instrumento importante para compra, mas é importante usá-lo com inteligência. Uma boa forma de evitar a compra com cartões é utilizá-lo apenas quando quiser comprar um bem de valor mais caro, que a família realmente necessite. Do contrário, deixe o cartão de crédito em casa. Se preferir, diminua o limite ou deixe de usá-lo por definitivo.
Mantenha seu planejamento financeiro
Algumas pessoas já têm a justificativa pronta quando compram por impulsão: ‘trabalho para isso’.
Trata-se de um grande engano. Na verdade, a compra por impulso acaba acontecendo quando não se tem um bom planejamento financeiro.
A melhor forma de dar início à sua organização financeira é montando uma planilha, com controle de todos os gastos. Entenda o que entra e o que sai e determine objetivos específicos para uso do seu dinheiro.
O ideal é guardar pelo menos 10% dos seus rendimentos mensais para diferentes finalidades: montar a sua reserva de emergência, organizar-se para a realização de uma conquista importante ou até mesmo investir, para que seu dinheiro renda mais e consiga ampliar seu patrimônio.
Quando se determina um objetivo para o uso do dinheiro, e deixa isso anotado na sua planilha, você diminui bastante a incidência de comprar por impulso.
Organize-se para as próximas compras
Falamos sobre a importância de conhecer a si próprio, do poder destrutivo do cartão de crédito e da necessidade de planejamento financeiro. Mas, como resolver a questão das compras? Afinal, sempre temos que comprar alguma coisa para suprir nossas necessidades, não é verdade?
Uma boa forma de lidar com isso é montar uma lista de tudo o que precisa comprar.
Vale lembrar que compra também é planejamento. Acompanhe os seus gastos mensais e identifique o momento perfeito para a compra de mais roupas, de um novo tênis para a prática de esporte ou aquele presente para a pessoa que tanto ama.
Muitas compras têm sua importância, principalmente por conta do fator emocional. Mas, se você conseguir planejá-las com antecedência, provavelmente terá um impacto calculado do gasto dentro de seu orçamento.
Assim como pequenas compras, pense em como planejar grandes compras. Digamos que queira comprar um automóvel, por exemplo. Você pode considerar o consórcio de automóveis para planejar a sua compra, em vez de ter que pagar por entrada, juros e um valor quase duas vezes maior que o carro ao optar pelo financiamento.
Tenha paciência
O processo de diminuir a sua impulsão por compra passa por diversas etapas. Você pode estar indo muito bem durante um determinado período, até que se vê diante de uma recaída.
Essas recaídas podem deixar o comprador se sentindo ainda mais culpado do que antes. Afinal, ele sabe dos gatilhos que levam à compra, sabe da importância de utilizar melhor o dinheiro e, mesmo assim, acabou deixando o impulso tomar conta de si.
Não deixe que uma recaída coloque tudo a perder. Comprou por impulso? Bom, hora de se organizar para pagar, se deparar com a situação e não se sentir culpado. Veja o que o levou a essa atitude e tente evitar situações semelhantes daqui pra frente.
Além da paciência, peça ajuda caso lidar com essa situação seja extremamente difícil. Algumas pessoas terão mais dificuldades de lidar com esse desafio, e estar cercado de pessoas que realmente se importam com você pode fazer toda a diferença.
Para mais dicas de finanças pessoais, veja como você pode começar guardando dinheiro começando com R$ 50 por mês.