Como investir ganhando pouco?

27 de set. de 20214 minutos de leitura
Como investir ganhando pouco?

Para muitas pessoas, investir só é possível quando sobra algum dinheiro no fim do mês. Em tempos de pandemia de Covid-19, em que muitos perderam o emprego ou viram diminuir a sua renda por conta do isolamento social, falar em investimento se tornou uma barreira ainda maior.

Porém, o brasileiro tem se interessado cada vez mais no assunto. Só em 2020, a B3, a principal bolsa de valores do país, registrou um salto de mais de 90% de novos entrantes. Ou seja, significa que o brasileiro está investindo no mercado de ações que, embora seja uma forma de investimento mais arriscada do que outros tipos de produtos, por outro lado evidencia o interesse em ter cada vez mais controle de suas aplicações.

Ainda assim, o Brasil está muito atrás em termos de investimento. Atualmente, só 3% de toda a população brasileira investe em ações, enquanto em países como Japão e Estados Unidos, por exemplo, esse índice ultrapassa os 45%.

É preciso mudar a mentalidade de que, para investir, é preciso ganhar muito dinheiro. Aliás, muito pelo contrário: deve se começar aos poucos, para ir conhecendo novas formas de investir e ampliar seu patrimônio.  

Mas, como dar os primeiros passos? Vamos ajudar a seguir.

Como começar a investir

Antes de pensar em guardar dinheiro, é preciso pensar: qual o seu objetivo ao investir? Proporcionar mais conforto para a sua família? Comprar um bem de alto valor para formar um patrimônio? Ou, quem sabe, garantir um futuro promissor para os filhos?

Às vezes podemos ter diversos objetivos de uma só vez, o que só aumenta a necessidade de se fazer um investimento.  

Quando somos movidos por um propósito, ficamos mais propensos a ter um compromisso com o investimento. E, sim, você pode começar aos poucos.

Antes de tudo, é preciso eliminar todas as dívidas que possui. É complicado pensar em guardar dinheiro quando se está com o nome sujo na praça, porque os juros das dívidas sempre tendem a ser maiores que os juros que você ganharia deixando o seu dinheiro em alguma aplicação.

Portanto, se organize para pagar as dívidas que possui. Veja se é necessário fazer algum tipo de acordo. Se conseguir pagar à vista, melhor ainda, porque você paga um índice bem menor de juros. Mas, se tiver que parcelar a dívida, mantenha um valor mensal que seja compatível com o seu bolso, para não ter que ficar renegociando diversas vezes.

Comece a juntar dinheiro

Depois de eliminar as dívidas, dê uma olhada em seus gastos mensais. O ideal é começar cortando os gastos superficiais: fatura do cartão de crédito, TV a cabo, entre outras opções. É importante que a família esteja envolvida nessa discussão, para que essa mudança de hábito não seja prejudicial para ninguém.

Você pode fazer os cortes aos poucos. O importante é que, no fim do mês, você consiga destinar um pouco de dinheiro com a finalidade de investir.

Para isso, você pode adotar algumas táticas. Uma delas é conversar com o gerente do banco ou adquirir um produto que desconte automaticamente de sua conta corrente o valor sempre que cair seu salário, por exemplo.  

Só fique atento ao tipo de produto financeiro que pretende usar para essa finalidade. Alguns investimentos de renda fixa, por exemplo, precisam de um tempo até que possam ser resgatados.  

De início, vale a pena investir em produtos que possibilitam fácil resgate, ou seja, dê permissão para saque quando você precisar. A poupança é o meio mais conhecido para essa finalidade, porém seus rendimentos são ínfimos: atualmente, ela rende um percentual menor que a inflação, ou seja, se você deixar seu dinheiro parado na poupança por um ano, ele pode se desvalorizar.

Existem contas digitais que rendem com percentual aplicado ao CDI e que se apresentam como uma boa opção. Aliás, antes mesmo de pensar em uma finalidade para seu investimento, é preciso garantir segurança para você e sua família. É aí que entra a reserva de emergência.

Por que devo ter uma reserva de emergência

A reserva de emergência é um valor que serve para dar segurança aos seus investimentos. Caso tenha algum tipo de emergência familiar ou passar por situações complicadas, é a reserva de emergência que serve como base de utilização.

Para formar a sua reserva de emergência, é preciso:

  • Manter o dinheiro em uma conta de fácil resgate, afinal, nunca se sabe quando se pode precisar do dinheiro;
  • Manter guardado pelo menos o equivalente a 6 meses dos seus gastos mensais, para lidar com situações de desemprego ou perda de renda, por exemplo;
  • Caso tenha um aumento de salário, a reserva também deve ser aumentada levando em conta este valor, para que realmente atenda às suas necessidades;
  • De preferência, deve ser mantida em uma conta de renda fixa, que tenha um bom percentual de juros como retorno.

Montar a sua reserva de emergência pode levar um tempo, mas trata-se de um investimento extremamente necessário. Caso queira usar o dinheiro guardado para outra finalidade, vale a pena adotar a seguinte tática: separe um percentual do dinheiro que você guarda apenas para a reserva; o outro percentual, você destina para o que realmente deseja comprar.

Não tenha medo de começar com pouco

Você pode começar guardando R$ 50 por mês e, aos poucos, ir aumentando, conforme se tem uma folga maior nos seus rendimentos mensais. O importante é manter o hábito de poupar, pensando sempre a longo prazo.

Considere a possibilidade de ter uma renda extra e, claro, sempre diminuir o que considerar supérfluo. Com pequenas atitudes, você pode dar um passo extremamente importante para garantir a segurança que a sua família precisa.

Mantenha controle de seus gastos com a ajuda de uma planilha e invista na sua educação financeira, a fim de encontrar ótimas oportunidades de investimento. O que começa com pouco pode se tornar gigante.  

Agora que você já sabe como começar, confira nosso artigo sobre o que considerar em seus primeiros investimentos.

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