Qual é a origem do consórcio?

28 de set. de 20214 minutos de leitura
Qual é a origem do consórcio?

O consórcio é uma modalidade que foi criada pensando em planejamento a longo prazo. Na verdade, trata-se da melhor maneira de investir em um bem de alto valor de forma parcelada.

Diferentemente do financiamento, pelo consórcio não há cobrança de entrada, nem juros. Além disso, não existe a burocracia de ter que comprovar todo seu histórico para ter seu valor aprovado.

O consórcio funciona como um autofinanciamento: você escolhe o bem que deseja adquirir e começa a investir nele aos poucos. Trata-se de um investimento coletivo, em que você entra em um grupo e, junto a outros consorciados, começa a pagar pela compra do que deseja: pode ser uma moto, automóvel, imóvel ou um serviço.

Você não sai com o bem na hora: precisa ser contemplado por sorteio ou tem a possibilidade de ofertar o lance durante os sorteios mensais.

Trata-se de uma modalidade flexível, em que você pode selecionar o valor das mensalidades, a quantidade de parcelas e o bem que deseja para ter acesso à carta de crédito que vai comprar o seu bem.

Mas, como surgiu esse modelo de investir em um bem de alto valor? A seguir, vamos explicar toda a história do consórcio.

História do consórcio

Entre o final dos anos 1950 e início dos anos 1960, o Brasil viveu um momento de transição econômica importante. Com a entrada do mercado de automóveis, muitas estradas e avenidas passaram a ser construídas, para facilitar a circulação dos primeiros modelos que chegariam para os brasileiros.

Naquela época, o acesso ao crédito era mais difícil. Enquanto os bancos tentavam encontrar maneiras de facilitar a compra dos novos modelos, dois funcionários do Banco do Brasil tiveram uma ideia para ajudar nessa compra planejada.

Em 1961, na recém-inaugurada cidade de Brasília, os funcionários Luiz Henrique Horta e João Francisco Costa Meirelles tiveram a ideia de reunir um grupo de pessoas interessadas em comprar um carro. Afinal, a nova cidade tinha tudo para que mais pessoas interessadas pudessem investir em um automóvel, com estradas e avenidas construídas do zero.

De início, os funcionários só trabalhavam com um modelo: o popular Fusca, da Volkswagen. Os sorteios eram realizados em um bloco próximo de locais em que circulavam deputados e senadores. Ao perceber que o modelo funcionava, diversos servidores da Câmara, do Senado, do Banco Central e de diversos órgãos públicos começaram a se interessar por uma modalidade que ficou conhecida como consórcio.

Foi justamente por essa ampla adesão que a história do consórcio costuma se confundir com o desenvolvimento do país e a própria história do automóvel no país. Naquele momento, os primeiros modelos de consórcio começaram a funcionar com mais de 700 grupos, cada um deles com dezenas de participantes.

Devido ao sucesso, os bancos passaram a incorporá-lo como produto financeiro, e não demorou para que novas administradoras independentes surgissem, como forma de facilitar para que milhares de brasileiros pudessem comprar o seu primeiro automóvel.

Como se tratava de uma modalidade bastante promissora, surgiu a necessidade de se ter um órgão regulador. Foi então que, em 1967, surgiu a ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios) e, anos depois, foi fundada a APACESP (Associação Profissional dos Administradores de Consórcios no Estado de São Paulo), que deu origem ao atual SINAC (Sindicato Nacional dos Administradores de Consórcio). Isso permitiu mais segurança e ordem em um sistema que, logo, passou a atingir milhares de pessoas em diversos estados.

Regulação do consórcio

Devido ao crescimento exponencial da categoria, no começo dos anos 1970 surgiu a primeira lei para organizar o funcionamento do sistema de consórcio, por meio da Receita Federal. Nessa época, o ministro da Fazenda era o responsável por tudo relacionado à categoria.

Foi por meio dela que outros produtos passaram a ser incorporados pelo consórcio, como moto e eletrodomésticos, servindo como importante impulso ao setor industrial, que estava crescendo no país.

Porém, a determinação que realmente passou a regular o consórcio foi feita em 1991, com a lei nº 8.177, quando o Banco Central passou a ser o responsável pela sua regulamentação.

Com isso, além de facilitar para que mais administradoras pudessem variar seu portfólio, houve uma atualização importante: as pessoas poderiam investir na casa própria por meio do consórcio.

Com o consórcio imobiliário, o processo de compra de terreno, casa, apartamento ou até mesmo empreendimento comercial ficou muito mais flexível, ultrapassando o total de 100 mensalidades sem a necessidade de ter que pagar entrada ou passar por uma ampla burocracia. O consórcio de imóveis pode durar até 240 meses.

Foi em 2008, porém, que o sistema de consórcio finalmente atingiu maturidade com a implementação da lei de consórcio, nº 11.795, que garantiu a segurança tanto das pessoas que começaram a investir na modalidade, como ao próprio sistema, que ganhou mais confiança dos clientes e dos órgãos públicos.

É por isso que, antes de escolher qual consórcio fazer, é preciso visitar o site do Banco Central, que traz uma lista de todas as administradoras reguladas. Elas precisam seguir uma série de critérios para operar: devem se comprometer com a formação dos grupos, permitir que todos os integrantes sejam contemplados via sorteio e deixar muito claro o funcionamento de todas as possibilidades de lance.

Importância do consórcio na sociedade

Se o consórcio de automóveis ajudou a criar solidez para a modalidade, hoje o segmento possui um portfólio bem mais variado para facilitar a aquisição de bens de alto valor.

Com a carta de crédito, você tem poder de compra à vista de motos, carros, casa e diferentes tipos de serviço. Embora o consorciado não tenha o valor depositado em conta, pode negociar diretamente com o proprietário para a compra do bem.

É possível utilizar parte do valor para pagar por documentação e demais burocracias ou até mesmo utilizar a carta para um bem de valor superior - para isso, basta completar com seus próprios recursos.

Devido a toda essa flexibilidade, atualmente o consórcio responde pela administração de mais de 3% de todo o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, com mais de 8 milhões de participantes ativos, de acordo com a ABAC.

Isso porque, por trás desses grandes números, existem muitas vantagens de investir no seu próximo bem com o consórcio. Faça uma simulação e descubra como realizar o seu próximo sonho.
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