Tesouro Direto: guia rápido com tudo o que você precisa saber

Tesouro Direto: guia rápido com tudo o que você precisa saber

O Tesouro Direto é uma das opções de investimento que mais tem atraído os poupadores brasileiros. Com a queda no rendimento da tradicional caderneta de poupança e a incerteza do mercado de ações, os títulos públicos oferecem uma opção viável para investidores que buscam aliar rentabilidade e baixo risco.

Mesmo com o avanço das opções de investimento, o brasileiro mantém perfil conservador nesse assunto.

De acordo com um estudo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), realizado em 2016, houve um aumento de 20% nas aplicações em títulos e valores mobiliários de renda fixa.

Antes de investir alto no Tesouro Direto, é necessário entender o que é e como aplicar o seu dinheiro. Continue a leitura para tirar as suas dúvidas.

Leia também: Entenda a importância da taxa Selic e da inflação

O que é Tesouro Direto

O Tesouro Direto é uma forma encontrada pelo Tesouro Nacional, em conjunto com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CLBC), para disponibilizar a venda de títulos públicos a pessoas físicas.

Quem adquire títulos do Tesouro Direto passa a ser credor do Estado, que pode usar o dinheiro emprestado para repasses, investimentos e outras finalidades definidas pelo Poder Público.

O investidor é remunerado de acordo com as regras, prazos e juros de cada título.

Os títulos do Tesouro Direto são investimentos de renda fixa, ou seja, definem o valor da remuneração antes da aplicação ou no momento da retirada.

Por ser mais previsível, os investimentos em renda fixa são os preferidos dos investidores com perfil conservador, motivo pelo qual os brasileiros têm migrado cada vez mais para essa modalidade.

Os títulos públicos podem ser separados em três grupos de acordo com o indexador:

  • Títulos indexados à taxa Selic: Tesouro Selic.
  • Títulos indexados à inflação (IPCA):
  • Tesouro IPCA;
  • Tesouro IPCA com juros semestrais.
  • Títulos prefixados:
  • Tesouro Prefixado;
  • Tesouro Prefixado com juros semestrais.

O volume de aplicações no Tesouro Direto no mês de janeiro de 2018 totalizou R$ 1,76 bilhão.

Os títulos indexados à Selic compõem a maior fatia, respondendo por 41,2% do total. Os títulos indexados à inflação totalizaram 33,4% das vendas em janeiro. Já os prefixados venderam 25,4% dos títulos.

De acordo com dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), o número de investidores no Tesouro Direto chegou a 1,9 milhão em janeiro. Desse total, 572 mil são investidores ativos, ou seja, negociam títulos com frequência.

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Quais as vantagens do Tesouro Direto

Baixo valor de entrada

O valor cheio de cada título disponível atualmente varia entre R$ 545,91 e R$ 9.417,40.Mas não precisa se assustar!

É possível começar investindo quantias pequenas, a partir de aproximadamente R$ 30 — o valor varia de acordo com o título.

Dessa maneira, você pode montar sua estratégia de investimentos da mesma maneira que na caderneta de poupança, por exemplo, investindo uma determinada quantia todos os meses. A educação financeira e a disciplina farão com que a renda se multiplique.

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Títulos para todos os objetivos

Há investidores que querem resgatar seus títulos em cinco anos para dar entrada na casa própria; outros preferem retirar após 30 anos, para usar a renda como complemento da aposentadoria.

Não importa qual o seu objetivo, o Tesouro Direto é um bom meio para que você possa conquistá-los.

O Tesouro IPCA, por exemplo, conta com alternativas de títulos para vencimentos em 2024, 2035 e 2045. Cada título tem seus prazos de vencimento, taxas e valores determinados. Todos podem ser consultados no site do Tesouro Nacional.

Também é possível sacar os valores antes do vencimento, ou seja, os títulos têm boa liquidez.

Os valores sacados são disponibilizados no dia útil seguinte à operação. Nesses casos, é necessário observar a regra de cada título para saques antecipados.

Com as opções na mesa, basta definir seu objetivo, sua estratégia e investir.

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Rentabilidade superior à caderneta de poupança

Esse é o ponto mais crítico para os investidores. A caderneta de poupança passou a contar com regras diferentes em maio de 2012; o rendimento, que já era inferior à inflação, passou a ser menor com a política de cortes na taxa Selic pelo Banco Central.

De acordo com as regras, com a Selic inferior a 8,5% — atualmente, a taxa se encontra em 6,5% (dados de abril de 2018) —, os novos depósitos na poupança têm rendimento baseado na soma de 70% da Selic e na Taxa Referencial (TR).Em 2017, a rentabilidade anual real da poupança foi de 3,55%.

No Tesouro Direto, os títulos podem ser separados por três indexadores diferentes, como já vimos.

A taxa de rendimento anual varia entre 4,47% (Tesouro IPCA+ 2024) e 9,51% (Tesouro Prefixado com juros semestrais 2029).

No entanto, é preciso ficar atento às taxas de administração na entrada e no resgate, à taxa de custódia da BM&FBovespa, ao valor cobrado pela corretora — sim, você vai precisar de um intermediário — e ao imposto de renda.

No site do Tesouro Direto, há um simulador disponível para estimar todos esses valores e comparar com outros tipos de investimentos.

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Imposto de renda apenas sobre rendimentos

O valor a ser pago no Imposto de Renda recai apenas sobre o rendimento, e não sobre o valor total investido. O total a ser descontado varia de acordo com a seguinte tabela regressiva:

  • Até 180 dias: 22,50%;
  • de 181 a 360 dias: 20%;
  • de 361 a 720 dias: 17,50%;
  • acima de 720 dias: 15%.

Quanto mais tempo você deixar seu dinheiro rendendo nos títulos públicos, menor o percentual do rendimento pago em imposto.

Como investir em curto, médio e longo prazo

Segurança

Quem garante os investimentos realizados no Tesouro Direto é a própria Secretaria do Tesouro Nacional.

Mesmo que a corretora que intermediou a compra dos seus títulos feche as portas, os títulos estão registrados sob a titularidade do comprador na BM&FBovespa, o que permite a portabilidade dos títulos de acordo com a vontade do investidor.

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Investimento pela internet

Boa parte das corretoras disponibiliza um ambiente virtual, onde você pode realizar diversas movimentações, desde a escolha dos títulos a serem adquiridos até o resgate.

Também é possível acompanhar as movimentações de juros e saber, em tempo real, quanto o seu dinheiro está rendendo.

Na hora de contratar uma corretora, é necessário verificar se esse serviço é oferecido.

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Possibilidade de montar carteira de títulos

Cada título tem regras diferentes e pode ser usado sob medida para diferentes objetivos.

Dessa maneira, é possível segmentar seus investimentos e investir separadamente em cada título, montando uma estratégia baseada apenas no Tesouro Direto.

Como investir no Tesouro Direto

Em primeiro lugar, pesquise entre as corretoras (agentes de custódia) habilitadas pelo Tesouro a que mais se encaixa no seu perfil. Essa escolha deve atender a diversos critérios, desde qualidade do atendimento até as taxas cobradas.

A corretora fará seu cadastro na BM&FBovespa e intermediará as compras de títulos.

Essas empresas também contam com profissionais para orientar os investidores acerca das melhores opções, tanto em renda fixa quanto variável.

Fique atento na hora de negociar com a corretora. Algumas não cobram taxas, mas também não são agentes integrados — ou seja, não disponibilizam um ambiente virtual para compra e resgate de títulos — e têm prazos maiores para creditar os valores na conta do cliente após o pedido de resgate.

Assim que fechar com a instituição financeira de sua preferência, transfira o dinheiro para a sua conta pessoal na corretora e escolha os títulos a serem comprados.

Para ajudar, confira abaixo os conceitos básicos para cada título:

  • Tesouro Selic — a remuneração é baseada na Taxa Selic;
  • Tesouro Prefixado — a taxa de juros é definida antes da compra do título; o investidor sabe exatamente de quanto será a remuneração do seu investimento;
  • Tesouro IPCA — os juros sobre o investimento variam conforme a inflação somada a uma taxa prefixada.

O Tesouro Direto é uma opção viável e cada vez mais popular entre os investidores brasileiros que buscam boa rentabilidade sem abrir mão da segurança nos investimentos.

Há opções de títulos públicos para todos os objetivos.

No entanto, é necessário ficar atento às taxas, imposto e prazos dos títulos. Os juros compostos privilegiam aqueles que têm disciplina para investir e uma boa educação financeira.

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