Educação: gasto ou investimento?

27 de set. de 202112 minutos de leitura
Educação: gasto ou investimento?

Não é uma pergunta muito difícil de responder mas, quando observamos a relação que o brasileiro tem com a educação, muito provavelmente essa pergunta acaba ganhando outro sentido.  

Vivemos em um país que investe pouco em educação. Em um levantamento realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 2019, o país aparece atrás de vizinhos como Chile e Argentina quando o assunto é investimento anual por aluno.

Ao mesmo tempo, o brasileiro lê pouco - e, um sinal ainda pior, está lendo cada vez menos com o passar dos anos. Um estudo da pesquisa Retratos da Leitura do Brasil mostrou uma queda de 56% para 52% do índice de brasileiros considerados leitores. Ou seja, mais de 93 milhões de brasileiros com 5 anos ou mais nunca leram um livro inteiro, para se ter uma ideia.

Analisando esses dados, fica muito difícil defender a tese de que educação representa qualquer tipo de gasto.  

Claro que, quando transportamos a realidade para as famílias, o cenário muda um pouco. É comum, na atualidade, ver adultos que tiveram toda a educação básica e ensino médio na escola pública, hoje como pais, lutando para que seus filhos sejam educados em colégios particulares.

O motivo alegado é que o ensino das escolas públicas está cada vez mais defasado. Em momentos complicados, como a pandemia de Covid-19, os dados mostram as diferenças entre os dois sistemas de ensino. Uma pesquisa do Datafolha identificou que, somente em São Paulo, o isolamento social comprometeu 23% das crianças que estudam em escola pública. Dos alunos de escolas particulares, somente 2% foram comprometidos com o isolamento social.

As distintas realidades de quem estuda em colégios públicos e particulares representam uma divisão estrutural do ensino no país. Por isso mesmo, investir em educação mostra-se extremamente necessário: da educação básica aos cursos de especialização na fase adulta, quando se encara a educação com a seriedade que merece, aumentam bastante as chances de se conseguir ótimos empregos e boa qualidade de vida.

Um estudo realizado por um professor do Insper mostrou que um trabalhador que possui diploma de ensino superior pode ganhar até 5,7 vezes mais do que profissionais com outros níveis de escolaridade. Como comparativo, utilizando dados de 2018, um trabalhador com diploma ganha, em média, R$ 4 mil no Brasil, enquanto um trabalhador com até um ano de ensino ganha, em média, o equivalente a R$ 850.

Já deu para entender que educação é mais que um investimento; trata-se de uma necessidade. Mas, como se organizar para direcionar da melhor forma o seu dinheiro para a educação? Vamos explicar a seguir.

Como se organizar para investir em educação

Educação é investimento, sim. E, como tal, precisa de preparo e bastante organização, para que você não desperdice tempo e dinheiro em tentativas falhas.  

A seguir, traremos dicas de como investir em educação considerando as diferentes fases da vida: começando da creche e primário até a especialização. Confira.

Educação primária

Você é casado(a) e foi agraciado com a chegada de um filho. O casal se organiza para cuidar da criança da melhor forma possível mas, alguns meses depois, é preciso que os pais voltem a trabalhar.

Essa fase pode ser determinante para a total reviravolta da rotina do casal: os pais podem mudar para empregos mais flexíveis, a fim de passar mais tempo com o filho; podem contratar uma babá, para que possam manter a rotina de trabalho; ou até mesmo contar com a ajuda dos avós na criação durante essa fase.

Quando chega aos 2 anos de idade, muitos pais já se mobilizam para colocar o filho em uma creche. Além de ajudar a criança a se socializar mais cedo, a creche ajuda a cuidar de toda a sua rotina, olhando alimentação, controle do sono e ajudando com a disciplina.  

Um estudo realizado pelo Journal of Epidemiology & Community Health descobriu que, quanto mais cedo a criança é introduzida na educação formal - ou seja, na creche, por exemplo - menor é a probabilidade de se ter problemas emocionais e comportamentais. Além disso, as crianças que frequentam creches por mais de um ano apresentaram melhores habilidades sociais, com facilidade de fazer amigos e brincar com outras pessoas, por exemplo.

Existem diversas creches da prefeitura e do estado que dão todo o ensino necessário ao seu filho, sem cobrar nada. Porém, para garantir a vaga do seu filho em creches públicas é preciso ter comprovação de renda ou passar por uma longa fila de espera.

Caso decida investir em uma creche particular, considere diversos pontos, como:

Faça uma boa pesquisa e leve em consideração a distância, qualidade e reputação da creche. Converse com familiares que deixaram seus filhos na instituição e se organize com antecedência para esse tipo de gasto.

Um levantamento realizado em 2020 na cidade de São Paulo identificou que o valor de creches particulares pode ir de R$ 500 (meio período) e ultrapassar o valor de R$ 1.500 (para período integral). Claro que, dependendo da escola, este valor pode ser bem mais alto que a média: existem ‘escolas de elite’ com mensalidades acima de R$ 5 mil, para se ter uma ideia.

Se possível, já se prepare o quanto antes para o investimento em uma creche de qualidade. Assim, você garante que o seu filho desenvolva habilidades sociais e comportamentais o mais cedo possível.

Ensino fundamental e médio

A fase que engloba da infância à adolescência é de extrema importância para os filhos. Aqui, a qualidade do ensino tem um peso maior, porque você está preparando-a para os desafios de lidar com problemas da vida real e, ao mesmo tempo, se socializar com diferentes tipos de pessoas.

O ensino fundamental, que começa na primeira série, já vem repleto de desafios para as crianças. É nessa fase da vida que aprendem a ler, a entender diferentes conceitos de exatas e a se organizar em grupos para resolução de problemas.

Caso queira colocar seu filho em uma escola particular, é preciso considerar diversos tipos de custos: matrícula, materiais escolares, passeios e, claro, a mensalidade. O valor médio mensal que se paga no ensino fundamental varia muito de estado para estado. Em Alagoas, por exemplo, essa média fica em torno de R$ 310 por aluno - enquanto no Distrito Federal a mensalidade média no ensino fundamental atinge R$ 975.

A cada ano que passa, a tendência é que o valor da mensalidade suba. Dessa forma, o valor de ensino médio em Alagoas chega a R$ 361, por exemplo. Em estados como Rio de Janeiro e São Paulo, a média de mensalidade para o ensino fundamental atingem R$ 640 e R$ 1.022 respectivamente.

Mais uma vez: leve em consideração a distância, a referência em ensino e a boa reputação da instituição antes de escolher a melhor escola para o seu filho.  

Como investir na faculdade

Ensino médio e fundamental certamente são os períodos mais longos quando se fala em anos escolares. Afinal, são mais de 10 anos estudando anualmente, sem parar.

Se você considera colocar o seu filho em colégios particulares, precisa estar bem preparado, porque as mensalidades tendem a aumentar ano a ano - e, muitas vezes, em um percentual acima da inflação.

Colocamos os filhos em colégios particulares porque projetamos objetivos ambiciosos para eles: deixá-los mais preparados para o vestibular, conduzi-los para que tenham boas escolhas na hora de decidir que profissão seguir, enfim, se preparar para ingressar no mercado de trabalho e, acima de tudo, manter uma boa condição de vida.

Até que tudo isso aconteça, o filho pode permanecer dependente dos recursos dos pais por um bom tempo. E, sabe o que isso representa: a necessidade de maior preparação para gastar com educação.

Cada família tem uma estratégia diferente quando se trata de investir na educação dos filhos. E a faculdade é um momento crucial para essa estratégia: enquanto alguns se esforçam para ajudar os filhos a passar nos vestibulares das melhores instituições, outros pais deixam que o filho tome essa decisão.

A não ser que seu filho consiga passar em uma universidade pública, na maioria dos casos a faculdade representa um investimento alto - muitas vezes, maior que o valor pago pelo ensino fundamental.

Tenha uma conversa muito séria com o seu filho antes de começar a fazer o vestibular. Caso ele tente ingressar em uma universidade pública - e, melhor ainda, passe na faculdade, muito provavelmente ele contará com apoio para custos como alimentação, compra de materiais ou até mesmo aluguel de um novo lugar, caso vá estudar em uma outra cidade ou estado.

No caso de uma instituição particular próxima, o valor de uma mensalidade pode ir de R$500 a mais de R$4.000, dependendo do curso.  

Sabemos que a faculdade é um momento extremamente importante na vida do seu filho, mas veja o quanto isso pode comprometer os seus rendimentos mensais. Caso o valor seja superior ao que você pode pagar, entenda se vale a pena adiar o início durante um ano, por exemplo - e, se optar por isso, tenha disciplina para que o dinheiro guardado sirva para essa finalidade. Ou, quem sabe, até mesmo estimular para que seu filho conquiste o primeiro emprego e ajude a pagar a universidade.

Ao longo de 4 ou 5 anos muita coisa pode acontecer mas, para não ter uma experiência frustrante, leve em consideração o pagamento integral da universidade e o fato de que, anualmente, o valor tende a aumentar. Dessa forma, você fica mais preparado caso o seu filho não consiga encontrar um estágio ou iniciar no mercado de trabalho, por exemplo.

Que tal fazer um intercâmbio?

Antes ou até mesmo durante o pagamento de uma faculdade os pais consideram investir em um intercâmbio para o filho. Existem muitos benefícios de se fazer isso: além de garantir o aprendizado em um novo idioma, a experiência de entrar em contato com outras culturas e conhecer pessoas de diferentes contextos pode ser transformadora.

Algumas universidades permitem fazer intercâmbio durante o curso, com programas específicos. Ou seja, é possível fazer um ano do seu curso em uma universidade do exterior pagando o mesmo valor de mensalidade.

Estudantes que investem em um intercâmbio têm altas chances de ter um emprego melhor no Brasil na volta.

Existem diferentes tipos de intercâmbio que podem ser considerados:

  • Cursos de idiomas: muitas agências e instituições criam programas de intercâmbio com o objetivo de desenvolver o idioma do interessado. Para isso, é preciso frequentar as escolas parceiras e, em alguns casos, realizar avaliações de desempenho;
  • Cursos de idiomas com trabalhos temporários: para quem deseja incrementar o currículo com uma experiência internacional;
  • Cursos de férias para teens: para quem deseja proporcionar uma experiência de estudo e diversão para os seus filhos;
  • Cursos de graduação: pode ser mais complicado fazer um intercâmbio com o objetivo de fazer uma faculdade, mas é possível. Para isso, é preciso passar em uma prova no nível do idioma do país destino e considerar os processos seletivos de cada instituição - que, em alguns casos, avalia experiência escolar no país, atividades extracurriculares e comportamento.

Claro que o intercâmbio pode ser um sonho de muitos adultos que já têm uma formação e querem buscar novas experiências e aprendizados para a vida.  

Nesse caso, vale seguir as nossas dicas de como se preparar para a especialização.

Caminhos para a especialização

Investir na educação depois de ingressar no mercado de trabalho é extremamente importante. Um levantamento de pesquisa salarial realizado pela Catho Educação mostrou que pessoas com pós-graduação ou MBA podem receber 47% a mais do que aqueles que não têm esse tipo de formação.

Em complemento a essa informação, um levantamento da Pnad Contínua mostrou que, quanto mais diplomas de pós-graduação, maior a chance do profissional ter um nível maior de renda.

Portanto, a especialização é um investimento importante na carreira profissional, porque permite não só concorrer a vagas que pagam melhores salários, mas até mesmo a crescer na empresa em que atua.

Mas, como escolher o meu caminho de especialização?

Uma boa dica é entender qual ramo da sua profissão você se identifica mais. Vamos utilizar como exemplo um profissional de tecnologia formado em Ciências da Computação. Digamos que ele tenha experiência em engenharia de software, mas pretende liderar um departamento inteiro. Para isso, ele decide fazer uma pós-graduação em Gestão de Tecnologia da Informação, que trará ensinamentos multidisciplinares para liderar times. Uma especialização desse tipo certamente o colocará nos trilhos para se tornar um gestor e, consequentemente, ter um salário mais elevado.

Independente da área em que atua, é sempre importante considerar o que é mais atrativo para a sua carreira e para a sua ambição profissional: tornar-se especialista de uma determinada área ou liderar times e equipes? Ou, quem sabe, até mesmo mudar de área? Esse tipo de decisão pode ajudar na orientação de como se especializar dentro da sua profissão.  

Você pode investir em uma instituição perto do trabalho, selecionar cursos online ou até mesmo considerar a especialização em um outro país - que seria equivalente a um intercâmbio, por exemplo.

Algumas instituições exigem experiência comprovada na sua área durante o processo seletivo. Veja qual curso atende às suas necessidades e se prepare para investir cada vez mais na sua educação. Os ganhos podem ser múltiplos e você pode aumentar a sua renda mais cedo do que imagina.

Consórcio de educação: uma ajuda nos seus investimentos

Não importa a fase da sua vida, educação é sempre um investimento que vale a pena ser feito.

Porém, nem sempre nos encontramos nas melhores condições de pagar por uma escola de boa qualidade ou cursar a faculdade em que sempre sonhamos.

Diante desses desafios, ter uma boa preparação pode fazer toda a diferença. Com o consórcio de educação, você pode pagar pelos estudos dos seus filhos em todas as fases da vida ou até mesmo investir no MBA ou na graduação que você sempre quis fazer.

Para investir em sua educação, basta selecionar o consórcio de serviços no site da administradora. Na Embracon, as cartas de crédito vão de R$ 15 mil a R$ 30 mil, que podem ser divididos em até 30 mensalidades.

Pelo simulador de consórcio, é possível identificar o melhor valor da mensalidade para você. Para evitar qualquer tipo de inadimplência, as administradoras só permitem que o valor da mensalidade chegue a, no máximo, 30% dos seus rendimentos mensais.

Após selecionar o valor, um especialista de consórcio entra em contato, para tirar todas as dúvidas sobre a modalidade. Depois disso, você passa a integrar um grupo, que reúne outros consorciados com interesses parecidos com o seu. Mensalmente, são realizados os sorteios das cartas de crédito nas assembleias. É preciso fazer o pagamento do seu consórcio na data correta para participar.

Você pode ser sorteado tanto no primeiro quanto nos últimos meses do seu consórcio. Nenhuma administradora pode garantir quando a contemplação será efetuada. Essa é uma regra do Banco Central do Brasil (Bacen), responsável pela regulação de todo o setor de consórcio. Ao considerar a administradora, verifique a lista das instituições que possuem autorização do Bacen para operar - como é o caso da Embracon, por exemplo.

É possível ser contemplado tanto por sorteio como pela oferta de um lance.  

O lance é um valor a mais que você pode ofertar em uma assembleia com o objetivo de receber a sua carta de crédito de forma antecipada. A oferta pode ser realizada na Área de Clientes: na maioria dos casos, você precisa inserir a quantidade de mensalidades que deseja quitar com a oferta de um lance.  

Caso o seu valor quite o maior percentual da cota, você é contemplado e pode prosseguir com a liberação da sua carta de crédito. Se outro consorciado tiver ofertado um valor maior, não se preocupe: o valor não chega a ser debitado, e você pode fazer a oferta nos meses seguintes.

Contemplação do consórcio de educação

O consórcio de educação é uma das possibilidades do consórcio de serviços. Independente da forma de contemplação - sorteio ou oferta de lance - o próximo passo é passar por uma análise de crédito feita pela administradora.

Nessa etapa, a administradora pede uma série de documentações antes de fazer a liberação do valor integral da carta de crédito. Mantenha seus dados atualizados na Área de Clientes e entregue tudo o que for solicitado, para não correr o risco de perder o acesso à carta.

Caso o valor da mensalidade tenha ultrapassado os 30% dos seus rendimentos mensais, a administradora pede a indicação de um devedor solidário, que irá compartilhar a responsabilidade do saldo devedor da sua cota. O devedor também deve entregar uma série de documentos e comprovar a renda.

Com a aprovação das documentações, a administradora finalmente pode liberar o valor integral da carta de crédito. Porém, o repasse não é feito diretamente para a conta do consorciado. É preciso indicar a instituição em que deseja utilizar o valor para efetivar o uso da sua carta.

É nesse momento que você pode indicar a escola, universidade ou instituição responsável pelo curso que deseja pagar. Caso o valor da carta seja maior que o serviço que deseja adquirir, é possível quitar parte do saldo devedor. E, se o saldo não quitar os seus estudos, sem problemas: você pode negociar diretamente com a instituição e completar com os seus próprios recursos.

Se o valor de uma cota for insuficiente para o investimento em educação, você pode investir em mais de um consórcio. Digamos que você queira fazer um curso de pós-graduação em um país estrangeiro, e identificou que o valor ficaria em torno de R$ 50 mil. Neste caso, você pode investir em duas cotas de R$ 25 mil cada. Porém, o conjunto dos valores das mensalidades não pode ultrapassar 30% dos seus rendimentos mensais.

E aí, tá esperando o quê para investir na sua educação? Faça um consórcio de serviços e inicie desde já a sua jornada ou a jornada para que seu filho garanta melhor desenvolvimento profissional.
Simulação Consórcio