Quais são as formas existentes para pagar a faculdade?

14 de jan. de 202212 minutos de leitura
Quais são as formas existentes para pagar a faculdade?

A faculdade é um momento que pode ser definitivo em nossas carreiras. Embora se trate de um curso entre 3 e 5 anos de duração, ele dá o direcionamento de nossa vida profissional: de certa forma, é o primeiro passo para que você consiga ter uma profissão sólida.

É comum, atualmente, dizer que a faculdade se tornou praticamente obrigatória em nosso currículo. Tanto que, nos últimos anos, o acesso ao ensino superior tem aumentado. De acordo com o Censo da Educação Superior, divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), entre 2008 e 2018 o número de estudantes que estavam cursando alguma faculdade aumentou em mais de 44%. No ano da pesquisa, 2018, cerca de 8,4 milhões de pessoas estavam com a graduação em andamento - a grande maioria delas, 75%, em universidades privadas.

Embora seja um dado interessante, o Brasil ainda possui muitos desafios quando o assunto é formar universitários. O levantamento mais recente da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) identificou que apenas 21% dos jovens brasileiros entre 25 e 34 anos concluíram o ensino superior. Muitos deles correm o risco de se frustrar enquanto estão pagando pelo curso superior: ainda segundo o estudo da OCDE, somente 33% dos jovens conseguem concluir o curso no tempo que havia sido estimado.

Existem diversos motivos que levam uma pessoa a fazer faculdade. Além de dar a oportunidade de seguir uma profissão dos sonhos, os trabalhadores com curso superior ganham salários maiores. Para se ter uma ideia, o profissional com ensino superior ganha, em média, 140% mais do que profissionais que possuem apenas o Ensino Médio. Quem investe ainda mais em seus estudos, com especializações, pós-graduação e mestrado, pode ganhar até 350% mais comparado a quem concluiu apenas o terceiro colegial.

Portanto, mais do que uma escolha importante, fazer faculdade é uma forma de disputar vagas melhores e, consequentemente, obter melhores salários.

Por se tratar de uma escolha grandiosa, surgem muitas dúvidas no meio do caminho. Identificar o curso que irá fazer, claro, é extremamente importante. Porém, outros fatores são postos à mesa: qual instituição estudar? Como fazer para pagar as mensalidades? Será que terei condições de pagar um curso do começo ao fim?

A seguir, vamos tirar todas essas dúvidas, mostrando as opções de pagamento de uma faculdade e dicas para que você consiga se organizar da melhor forma.

Quanto pode custar uma faculdade?

A faculdade é uma etapa importante na jornada profissional. Mas, uma das maiores dificuldades dos brasileiros está na hora de pagar.

Nos últimos anos as opções de se fazer faculdade se multiplicaram. Se antes tínhamos apenas algumas centenas de instituições que ofereciam opções de curso superior, limitando o acesso à universidade, hoje já contamos com diversas faculdades, muitas delas privadas, que ajudam a ampliar o leque de opções.

Por conta disso, o preço da faculdade pode ter diversos extremos. Vamos pegar o curso de Administração de Empresas, por exemplo. Existem cursos com mensalidades de R$ 300 mas, dependendo da instituição, o valor pode ultrapassar R$ 3 mil mensais.

Existem muitas variáveis que podem pesar quando o assunto é preço de faculdade: qualidade do curso, reputação da instituição e reconhecimento no mercado de trabalho são alguns dos fatores que podem pesar.

Existem, também, as discrepâncias de valores de um curso para outro. Um levantamento da consultoria Hoper Educação listou a média dos cursos mais em conta no bolso do estudante. Cursos Radiologia, Gestão Comercial e Gestão de Recursos Humanos ficaram na média de R$ 400, um valor bem distante dos cursos mais caros, como Medicina que, dependendo da instituição, pode ultrapassar a mensalidade de R$ 9 mil.

Outro fator que deve ser levado em consideração na pesquisa de preço é o tipo de curso que deseja fazer. Por muitas décadas, o aluno tem se acostumado com o tipo de faculdade presencial - muitas vezes, até mesmo em horário integral, incluindo até mesmo a rotina do trabalho como fundamento da disciplina, como acontece em cursos da área da saúde, por exemplo.

Com a digitalização cada vez mais presente em nossas vidas, cada vez mais as pessoas têm considerado os cursos feitos total ou parcialmente online - ou EAD, sigla para Ensino à Distância.  

O Censo da Educação Superior 2019, publicado em 2020, mostrou que somente de 2018 para 2019 houve um aumento de 19% nas matrículas de cursos EAD. Se em 2009 haviam em torno de 838 mil matrículas feitas para cursos total ou parcialmente online, em 2019 esse número saltou para mais de 2,4 milhões.

Segundo esse estudo, 28,5% das pessoas que cursam faculdade já realizam cursos EAD. E essa tendência, principalmente com o isolamento social da pandemia de Covid-19, deve se acelerar nos próximos anos.

A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) já projetou que, em 2022, teremos mais alunos fazendo cursos EAD (seja em modelo total ou parcialmente online) do que totalmente presenciais.

Isso porque, além do fator mobilidade contar bastante, os cursos EAD têm um custo menor do que os cursos presenciais. As universidades não precisam dedicar tanta força de trabalho para manter cursos desse tipo: afinal, algumas aulas podem ser gravadas e não precisa ceder espaço físico para a chegada dos alunos, por exemplo. Trata-se de uma operação menos custosa do que manter cursos presenciais.

Muitos cursos já são oferecidos em modalidade totalmente EAD, dando mais acessibilidade para quem tem dificuldade de pagar pela faculdade. Em resumo, antes de considerar o preço do ensino superior, os fatores a serem considerados são:

  • Média de preço do curso;

  • Reputação da faculdade;

  • Tipo de ensino: presencial ou EAD (parcial ou totalmente online);

  • Infraestrutura da universidade;

  • Reputação do curso oferecido pela faculdade (uma vez que algumas instituições se destacam mais por alguns cursos do que outros).

Agora que você já conhece os fatores importantes para considerar o preço de uma faculdade, vamos mostrar as formas de pagamento.

Como pagar pela minha faculdade?

Até há um tempo atrás, fazer faculdade era para poucos. Você passava por todos os critérios de seleção de um curso, fazia o vestibular e, uma vez aprovado, tinha que aceitar as condições oferecidas pelas universidades privadas: pagar os boletos mensalmente, sempre corrigidos anualmente.

Embora seja o caminho natural de pagamento, muitos estudantes não têm condições de pagar integralmente pelo ensino superior. Isso por vários motivos: às vezes não têm pais que possam pagar pelo valor e, como ainda estão no início de sua jornada no mercado de trabalho, não ganham o suficiente para pagar pelo ensino superior.

Nas últimas décadas, o Brasil tem apresentado novas opções para o pagamento da faculdade. Para que você consiga se organizar da melhor forma ao considerar o ensino superior, vamos explicar como funciona cada uma dessas opções.

Fundo de financiamento estudantil (FIES)

Criado em 1999, o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior surgiu como uma modalidade do Ministério da Educação (MEC) para ajudar as pessoas a iniciarem a graduação pagando por um valor menor.

As taxas de juros para esse tipo de financiamento eram baixas. O aluno poderia iniciar um curso pagando apenas uma parte da sua mensalidade - o que tornava o preço acessível para os graduandos. Mesmo depois de concluir a faculdade, o aluno continuaria pagando pelas mensalidades, uma vez que o financiamento ajuda a estender o preço a ser pago para a universidade.

Dependendo da situação, o estudante pode começar o FIES sem pagar nada - somente a matrícula do curso. Mesmo que seja uma opção com juros, as taxas são mais atrativas, mostrando ser uma boa forma de ingressar na universidade.

Para participar do FIES, porém, é preciso fazer o ENEM e obter uma nota superior a 450 pontos. Além disso, o governo federal leva um tempo para avaliar as pessoas elegíveis para esse tipo de financiamento: é preciso considerar a renda familiar, uma vez que o programa dá acesso a juros mais baixos. Fique atento à entrega das documentações e às datas importantes, para que consiga o financiamento do seu curso, que pode ser integral ou parcial (geralmente de 50%).

Programa Universidade para Todos (Prouni)

Enquanto o FIES se apresenta como uma possibilidade de financiar os seus estudos pagando por uma taxa de juros menor que do mercado, o Prouni se trata de um programa governamental que distribui bolsas para os alunos.

Porém, para participar do Prouni é preciso seguir uma série de critérios. Antes de tudo, é necessário que o aluno tenha cursado o ensino médio inteiro em escola pública para ser elegível para a bolsa integral. Além disso, o aluno precisa tirar uma boa nota no ENEM: quanto maior for a sua nota, maiores são as chances de se conseguir uma bolsa de estudos (o mínimo é 450 pontos e não pode ter zerado a redação).

Uma vez selecionados curso e instituição que deseja fazer, o próximo passo é realizar a comprovação de renda. Para disputar uma bolsa integral, é preciso que o valor médio por pessoa em sua família não ultrapasse um salário mínimo e meio. Ou seja, se considerar entrar para o Prouni em 2021, a renda por pessoa não pode ultrapassar R$1.650.

O Prouni oferece bolsas de 50% e 100% de livre concorrência e com possibilidade de reserva por cotas. Cada curso e instituição recebem um número limitado de vagas, sendo comum existir apenas uma vaga por turno e curso — vence o aluno que conseguir as maiores notas no ENEM.

Financiamento pela própria universidade

Algumas faculdades possuem programas próprios, geralmente em parceria com alguma instituição financeira, com o objetivo de ceder financiamento. Essa é uma medida que atrai jovens que não têm condições de pagar pelo valor integral da mensalidade.

Na maioria dos casos, o aluno paga os juros enquanto faz a faculdade. O valor integral, no caso, fica para os anos posteriores à formação do aluno. Por esse tipo de pagamento, fica entendido que, após a graduação, o aluno teria as condições necessárias para pagar pelo valor integral da mensalidade.

Porém, cada instituição tem suas próprias condições. Ao considerar a opção de financiamento pela universidade, é importante ter em mente que, após a graduação, o valor será substancialmente maior. Em muitos deles, existe a comprovação de renda mínima, para se tornar elegível para o programa. Também é necessário indicar um fiador, que serve como garantia de cobrança, caso o estudante se torne um inadimplente.

Consórcio para pagar faculdade

Outra forma de realizar o pagamento da sua faculdade é por meio do consórcio.

Como se trata de uma modalidade de compra planejada, para considerar o consórcio é preciso pensar no futuro a longo prazo.

Diferentemente do financiamento, pelo consórcio você não paga nada de juros e nem fica vulnerável às oscilações dos valores.

Por essa modalidade, é preciso identificar o valor total que você pagaria pela universidade. Faça o cálculo da mensalidade pela quantidade de meses totais de duração do curso, ou procure a própria instituição, para verificar as opções de pagamento total. Em muitos casos, é possível obter um bom desconto com o pagamento total da faculdade.

Ao descobrir o valor total, você faz a simulação de um consórcio para pagar faculdade, inserindo o total como carta de crédito. Então, começa a participar de todo o sistema de consórcio, com sorteios mensais e a possibilidade de ofertar o lance (iremos explicar todos os detalhes de como funciona abaixo).

A vantagem de fazer um consórcio é que você economiza bem mais no pagamento do curso. Consórcio não tem juros e se trata de uma modalidade flexível, em que você define o valor das mensalidades.

A seguir, vamos explicar como você pode dar início ao seu consórcio para pagar faculdade.

Consórcio para faculdade: como funciona?

Por muitos anos, o consórcio ficou conhecido como uma modalidade de parcelar a compra de imóveis e automóveis. Em busca de se renovar e apresentar mais opções para os novos tipos de consumidores que foram surgindo, foi criada a possibilidade de oferecer diferentes tipos de serviços com o consórcio.

Enquanto as cartas de crédito de automóveis e imóveis podem ultrapassar a faixa dos R$ 100 mil, o consórcio de serviços se baseia em cartas mais em conta. É possível investir em cartas de até R$ 30 mil, que podem ser pagas em até 30 mensalidades.

Dentro do consórcio de serviços, uma das possibilidades é fazer o pagamento de uma faculdade. Ou, se preferir, pode até mesmo realizar um curso de pós-graduação, idiomas, MBA, enfim, é você que escolhe o tipo de curso que deseja fazer quando estiver com a carta de crédito em mãos.

Após identificar o valor integral da faculdade, o próximo passo é simular as parcelas a serem pagas pelo seu consórcio. Com o consórcio de serviços, você pode selecionar até 30 mensalidades. Como o simulador é uma forma dinâmica de ajustar o melhor preço para você, é possível verificar diferentes possibilidades de pagamento.  

Nessa etapa, é importante identificar o valor que fica melhor para você. As administradoras de consórcio não permitem que a mensalidade ultrapasse 30% dos seus rendimentos mensais, para evitar qualquer tipo de inadimplência. O consórcio funciona como uma espécie de autofinanciamento, em que a contribuição mensal de cada consorciado é fundamental para o fundo comum, responsável pela entrega das cartas de crédito nas assembleias mensais.

A próxima etapa é aguardar o contato de um especialista de consórcio, que irá tirar todas as dúvidas da modalidade e enviar o contrato de adesão. Após a assinatura, a administradora tem até 90 dias para fazer a inserção em um grupo de consórcio, que reúne outros consorciados com interesses parecidos com o seu.

Quando estiver em um grupo, você participa das assembleias mensais, onde acontecem os sorteios. Você pode ser sorteado com a sua carta de crédito tanto no primeiro quanto nos últimos meses de pagamento. Nenhuma administradora de consórcio pode garantir quando o consorciado será contemplado. Essa é uma regra do Banco Central do Brasil (Bacen), responsável por regular todo o setor.

Para participar das assembleias, é necessário pagar mensalmente as parcelas de consórcio. Essa é uma forma de garantir que somente as pessoas comprometidas com a modalidade possam ficar elegíveis para o sorteio.

Caso queira antecipar a sua contemplação, você pode tentar o lance, que é um valor a mais que você pode oferecer em uma assembleia com o objetivo de quitar as últimas mensalidades. Para definir o lance vencedor, a administradora avalia qual o maior percentual quitado com a oferta.  

Isso significa que, mesmo que você ofereça um alto valor com o objetivo de ser contemplado antecipadamente, pode não ser contemplado. Nos primeiros meses, é comum que as ofertas sejam mais competitivas, portanto, acompanhe os lances e vá juntando dinheiro, para fazer uma oferta melhor nos meses seguintes.

Para fazer a oferta de um lance é bem simples. Basta acessar a sua área de clientes e ofertar um valor que quite uma quantidade considerável de mensalidades. Digamos que você esteja investindo em uma carta de consórcio de serviços de R$ 30 mil, com o objetivo de pagar a sua faculdade. Após juntar um bom dinheiro, você decide fazer a oferta de R$ 10 mil de lance, após 6 meses pagando uma mensalidade de R$ 1.000. Com este valor de lance, no caso, você poderia quitar os 10 últimos meses do seu consórcio, caso você seja o contemplado.

Se a administradora verificar que a sua oferta é a melhor dentro daquela assembleia, você paga os R$ 10 mil para quitar as 10 últimas mensalidades, e pode ser contemplado com a carta de crédito. Mas, se outro consorciado fizer uma oferta melhor, então o seu valor não é debitado. A vantagem é que você pode juntar mais dinheiro e tentar um valor mais competitivo nas assembleias seguintes, sem prejuízo do valor que iria ofertar.

Portanto, se deseja ser contemplado com antecedência, o melhor a se fazer é se planejar para juntar um bom dinheiro para o lance.

Fui contemplado com o consórcio. E agora?

Como deu para perceber, você pode ser contemplado de duas formas pelo consórcio: pelo sorteio ou pela oferta de um lance.

Nessa etapa, a administradora faz uma análise de crédito, para ver se você é elegível para a contemplação. Mantenha seus dados atualizados e entregue as documentações nas datas solicitadas, para não correr o risco de perder a oportunidade de ter acesso à sua carta de crédito.

A administradora também analisa os seus rendimentos mensais e o valor das parcelas que, dependendo do período da contemplação, podem ter passado por reajuste anual devido à inflação. Caso seja identificado que a mensalidade ultrapassou os 30% dos seus rendimentos, é necessário indicar um devedor solidário, uma pessoa que irá complementar sua renda como comprovação e compartilhar a responsabilidade da dívida do consórcio.

Essas medidas são importantes, para garantir que o consorciado contemplado continue pagando suas mensalidades. Afinal, os grupos ainda dependem desses valores para entregar as demais cartas de crédito para os consorciados.

Caso a sua proposta seja recusada, seu valor não é debitado, e você pode tentar a oferta de lance nos meses seguintes. Se isso acontecer, entenda quais foram os motivos de sua reprovação e atue para resolvê-los antes de tentar o lance novamente.

Mas, se tudo der certo, finalmente você terá acesso à carta de crédito para pagar pela tão sonhada faculdade.  

Nesse momento, é preciso indicar à administradora a instituição em que deseja cursar - ou, se você quiser pagar para o seu filho, verificar qual faculdade ele deseja fazer.

Se o valor da sua carta de crédito for maior que o total do curso, é possível utilizar o valor restante para quitar as mensalidades que faltam. Mas, se o valor for insuficiente, não se preocupe: é possível negociar diretamente com a universidade o pagamento parcial e se organizar para o pagamento restante com seus próprios recursos.

O valor é transferido diretamente para a instituição em que você decidir fazer a faculdade, pós-graduação, curso de idioma ou até MBA, mestrado e doutorado.  

Faça uma simulação de consórcio de serviços e comece desde já a se organizar para pagar a faculdade dos seus sonhos.

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