Como funciona a renegociação da dívida de consórcio?

28 de set. de 20214 minutos de leitura
Como funciona a renegociação da dívida de consórcio?

O consórcio é uma forma de planejamento a longo prazo para a compra de bens de alto valor, como casa, carro e diferentes tipos de serviços, por exemplo. E, quando falamos em longo prazo, pode acontecer algum tipo de imprevisto que nos force a mudar de planos.

Manter as finanças pessoais em dia é importante antes de fechar o contrato de consórcio. E, quando falamos em saúde financeira, manter a reserva de emergência e estar com as contas sob controle são determinantes para agir da melhor forma quando as coisas apertarem.

Porém, manter a saúde financeira não é algo assim tão fácil. Uma pesquisa de 2019 da  Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) identificou que 67% dos brasileiros não conseguem guardar nenhuma parte dos seus rendimentos mensais. Embora os brasileiros mais pobres sejam os mais prejudicados, muitas pessoas que possuem uma boa renda também têm dificuldades de reservar parte do salário para algum objetivo.

Nos momentos em que estamos mais vulneráveis, geralmente cortamos os investimentos em nossos sonhos, a fim de manter as contas em dia. Caso você esteja pagando pelo consórcio, por exemplo, você tem a opção de renegociar a dívida e chegar a um valor de acordo com os seus rendimentos mensais. Vamos explicar como isso funciona.

Como é a dívida do consórcio?

Quando você fecha o contrato com a administradora, já sabe o valor que irá pagar pelas mensalidades do bem que deseja obter.

A parcela é constituída da divisão da carta de crédito pela quantidade de parcelas, com o acréscimo da taxa de administração, que remunera a empresa de consórcio pela gestão das cartas de crédito e dos grupos, e o fundo de reserva, que garante que a inadimplência de alguns integrantes de um grupo não comprometa as contemplações.

O pagamento de uma cota representa um compromisso coletivo. Como o consórcio é uma forma de autofinanciamento, é preciso que todos os integrantes de um grupo se comprometam a pagar as mensalidades.

É esse comprometimento que garante a contemplação de todos os integrantes dentro de um grupo.

Para evitar que a inadimplência afete os demais integrantes, as administradoras não permitem que os consorciados que não pagam as mensalidades participem dos sorteios.

As principais referências de sua cota são: o tipo de bem que está investindo e o total da carta de crédito para este bem.

Por exemplo, caso esteja investindo em um consórcio de imóveis, por exemplo, não pode utilizar a carta para a compra de um automóvel, moto ou serviços.

No caso da carta de crédito, já se tem mais flexibilidade. Caso você esteja passando por dificuldades, não deixe a dívida se acumular. Procure o quanto antes a administradora de consórcio para verificar as opções de negociação.

Como renegociar o consórcio

A renegociação de dívida do consórcio deve ser feita diretamente com a administradora. A seguir, vamos mostrar as opções que podem ser levadas em consideração.

Diluição do débito nas mensalidades

Com o valor da carta de crédito que você possui, a administradora pode aumentar o número de parcelas a serem pagas. Com isso, o valor da mensalidade diminui, o que pode facilitar para o pagamento.

Antes de entrar no consórcio, as administradoras exigem que a mensalidade não ultrapasse 30% dos rendimentos mensais do consorciado. Porém, muita coisa pode acontecer do início até o término do pagamento de uma cota. Conte sobre sua situação e tente deixar o valor da parcela abaixo desse percentual, para que possa manter uma dívida saudável sem deixar de investir em seus sonhos.

Redução da linha de crédito

Digamos que você esteja investindo em uma cota de automóveis de R$ 80 mil. O valor da carta pode estar deixando a mensalidade mais cara do que você gostaria. Neste caso, a administradora pode sugerir a redução da sua carta, para que você continue se comprometendo com as mensalidades.

Ao negociar com a administradora, pode-se chegar a um denominador comum do melhor valor da carta de crédito para o momento em que está passando. Vale lembrar que esta opção só é permitida para cotas que ainda não foram contempladas. Caso você já tenha acesso ao bem, pode tentar a opção de diluir o valor restante da carta em mais parcelas.

Venda da cota

Como já dissemos, manter a dívida corrente do seu consórcio é uma opção ruim para ambos os lados: você aumenta a sua dívida e a administradora fica sem condições de ajudá-lo.

Caso a situação esteja muito complicada, você pode tentar vender a sua cota. É possível fazer isso para algum conhecido: a vantagem é que fica mais fácil explicar a situação e prosseguir com a burocracia.

Por outro lado, também é possível ofertar a sua cota para o mercado, ou seja, para pessoas que já querem investir em cotas em andamento. Todo esse processo é intermediado pela administradora, que exige a transparência na negociação e cobra um valor para o consorciado interessado em vender a cota.

Cancelamento da cota

Se nenhuma das alternativas acima for viável para você, também é possível considerar o cancelamento da sua cota.

Esta não é a solução mais recomendada pela administradora. Isso porque, para o cancelamento, é preciso esperar os sorteios mensais de cotas canceladas até ser contemplado. As administradoras deixam a cota cancelada para sorteio porque o abandono de uma cota representa quebra de contrato por colocar os demais integrantes do grupo em risco.

Além disso, o cancelamento da cota não é uma opção viável para quem já foi contemplado e está desfrutando do bem que investiu. Nesse caso, a única alternativa é tentar a transferência de cota para outra pessoa, sempre com o intermédio da administradora.

Para evitar as opções mais rígidas de renegociar a sua dívida, vale a pena investir em um seguro para o seu consórcio. Você pode garantir mensalidades pagas em casos de desemprego ou até o pagamento total em situações mais graves. Confira nosso post explicando como funciona o seguro de consórcio e garanta mais tranquilidade no pagamento da sua cota.

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