O assunto finanças pessoais costuma deixar muita gente preocupada. Por mais que você se dedique com o seu trabalho, sempre tem contas para pagar e pode acabar se complicando com algumas dívidas a mais.
Infelizmente, o brasileiro tem um problema quando o assunto é controle de orçamento. Uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelou que 46% dos brasileiros não conseguem ter uma boa organização financeira - dentro deste percentual, cerca de 29% faz cálculo ‘apenas de cabeça’ quando precisa lidar com as finanças.
Entre os motivos alegados estão falta de tempo e até mesmo esquecimento. Mas, o que especialistas em finanças pessoais concluem é que o principal motivo está relacionado à falta de disciplina. Sim, porque é preciso ter disciplina para lidar da melhor forma com as suas finanças.
Por conta de tudo isso, o tema educação financeira ganha uma importância ainda maior para os brasileiros. E, mais uma vez, estamos indo mal nesse quesito. Uma pesquisa realizada pela S&P Ratings Services Global Financial Literacy Survey (Pesquisa Global de Educação Financeira da divisão de ratings e pesquisas da Standard & Poor’s) analisou o nível de educação financeira de 144 países: nesta lista, o Brasil apareceu na 74ª posição, atrás de alguns dos países mais pobres do mundo, como Madagascar, Togo e Zimbábue.
Infelizmente, poucas pessoas tiveram acesso à educação financeira na fase escolar. Na verdade, a grande maioria acaba extraindo esse aprendizado da própria família. Dos brasileiros das classes A, B e C, somente 21% deles tiveram algum tipo de educação formal sobre o assunto durante a infância, de acordo com pesquisa da Ibope Inteligência encomendada pelo banco digital C6 Bank. Os integrantes da classe C, na verdade, só aprendem tardiamente sobre o assunto: entre eles, apenas 19% disseram ter contato com a educação financeira na infância.
Diante de todos os números, mudar o comportamento em relação ao dinheiro torna-se uma tarefa fundamental. E, felizmente, é possível reverter a situação de forma simples. O mais importante de tudo é ter persistência e, principalmente, consistência ao longo da jornada.
A seguir, vamos trazer algumas dicas importantes para que você consiga cuidar muito bem de suas finanças pessoais e atingir seus objetivos.
Controle todos os seus gastos
A primeira coisa que deve ser feita quando o assunto é finanças pessoais: ter controle de todos os seus gastos.
Embora pareça uma dica simples, infelizmente muitas pessoas acabam pecando justamente nessa etapa, permitindo gastar todas as suas economias sem nem ao menos saber quanto se tem disponível.
Isso porque, mais complicado do que ter que listar o quanto ganha e o quanto se gasta, é preciso ter muita firmeza. Lidar com as finanças não é nada fácil, especialmente se você sente que tudo está fora de seu controle.
O primeiro passo é lidar com o problema de frente. Se você acredita que realmente precisa mudar a sua vida financeira, precisa aceitar o fato de que precisa ter controle total de seus gastos. Para isso, você pode contar com uma série de mecanismos. Embora tenha algumas pessoas que prefiram o caderninho, é melhor utilizar algo como uma planilha, por exemplo, para ter controle mais sistemático do que entra e sai na sua conta.
Nesse processo, o que você basicamente precisa fazer é anotar todo o dinheiro que a família tem à disposição: o salário de cada integrante que trabalha, no caso. E, também, incluir todos os gastos. Será que você gasta mais do que ganha? Por quê? A melhor forma de visualizar tudo isso e pensar em um plano de ação é com a utilização de uma planilha financeira.
Monte uma planilha financeira
Se você ainda não tem uma planilha, não tem problema. Você não precisa ser o gênio do Excel para montar a sua planilha. É possível utilizar alguma de exemplo ou até mesmo montar uma bem simples.
Ao estruturar a sua planilha, é importante que você:
- Tenha o valor líquido dos rendimentos mensais, incluindo de todos os membros da família;
- Tenha um controle de gastos de todos os membros da família;
- Que todas as pessoas tenham acesso a essa planilha, para que saibam como é feito o controle de gastos em casa;
- Que categorize cada tipo de gasto, como gastos com cartão de crédito, contas de luz, água, aluguel, telefone etc;
- Que tenha um espaço reservado para o valor que deseja juntar por mês.
Conforme você vai utilizando a sua planilha, você pode deixá-la da sua maneira. Como já dissemos, não tenha medo de começar de uma forma simples.
O importante é que ela sirva como controle de todos os seus gastos e que permita visualizar o que está consumindo mais do seu dinheiro mensalmente.
Uma boa forma de ter essa visualização, por exemplo, é inserir cada gasto que é feito. Mesmo que seja um pão na padaria, por exemplo, tenha o hábito de sempre atualizar a sua planilha com o que foi gasto, para ter um controle cada vez mais estrito.
Corte gastos supérfluos
Agora que você tem uma planilha, provavelmente sabe muito bem para onde estão indo todos os seus gastos mensais.
Ao fazer essa análise, você deve ter identificado o que realmente compõe os seus gastos.
Nesse momento, é importante que toda a família esteja comprometida para lidar com isso da melhor forma. Vale a pena realizar algumas reuniões familiares para discutir sobre finanças. Se você mora sozinho, bom, melhor ainda, porque pode lidar com esse problema sem precisar da colaboração de ninguém.
Quando se fala em gastos supérfluos, é possível elencar alguns que podem se aplicar a todos. Por exemplo, se você paga TV a cabo, pode reduzir o seu pacote. Caso não tenha o hábito de ficar em casa para assistir televisão, pode até mesmo considerar o corte total. Vale o mesmo para alguns serviços de streaming: será que realmente compensa pagar uma mensalidade por algo que você não desfruta muito bem?
Reduzir o pacote do plano de celular também pode ser uma medida adotada, especialmente se você tem conexão wi-fi em casa. Prefira o modelo pré-pago, em que você coloca o valor mensalmente para gastar, do que o pós-pago, que cobra uma mensalidade de algo que você pode nem utilizar em sua totalidade.
Se possível, reduza as contas de consumo, com água e luz. Para isso, a colaboração das pessoas de casa é essencial: tome o cuidado de não deixar nada ligado por muito tempo, reduza os banhos no chuveiro e não deixe nenhum ponto de luz ligado em um cômodo que não tenha ninguém.
Ah, e se você costuma utilizar cartão de crédito, vale a pena reduzir o seu uso. Embora uma linha de crédito seja importante para parcelar gastos maiores, seu uso deliberado pode gerar uma avalanche de novas dívidas. Portanto, reduza o limite, se achar necessário, e só use o seu cartão em momentos que realmente precisar.
Determine objetivos
Existe um motivo pelo qual você está decidido a juntar dinheiro. Embora o assunto seja cuidar das finanças pessoais, é sempre importante se fazer esta pergunta: para que realmente eu preciso guardar dinheiro?
Esteja certo de que motivos não faltam para isso. Pode ser para a compra de um bem de alto valor, como a compra de uma casa ou um carro (que você pode conquistar com o consórcio) ou até mesmo para proporcionar condições de vida melhores para todos os integrantes de sua família.
De qualquer forma, o dinheiro serve como uma forma de se proteger contra adversidades - como a possível perda de emprego, por exemplo, ou diante de uma situação como a pandemia de Covid-19, que agravou ainda mais a economia no Brasil, por exemplo.
Reflita com todos os integrantes da família qual o verdadeiro motivo de se ter dinheiro. Algumas pessoas podem ter objetivos diferentes: um filho que quer estudar em uma universidade particular de qualidade ou o pai que quer trocar de carro para um mais potente, por exemplo.
Uma vez que tiver determinado os objetivos, mesmo que sejam diferentes entre si, o próximo passo é estabelecer um plano de ação para atingi-los. Se você gasta mais do que realmente ganha, bom, já tem motivos de sobra para reverter a situação.
Mas, antes mesmo de dedicar o dinheiro para a realização dos sonhos de toda a família, também é preciso pensar na segurança de todos. Isso é possível com a construção da sua reserva de emergência, que explicaremos como funciona a seguir.
Faça uma reserva de emergência
A reserva de emergência consiste em, geralmente, seis vezes o salário líquido mensal que a família tem disponível. Isso significa que, se a família conta com um salário de R$ 10 mil (somando todos os que trabalham em casa), significa que uma boa reserva de emergência seria de R$ 60 mil.
Claro que você pode guardar um valor maior ou menor para essa finalidade. O mais importante, porém, é saber que você só pode utilizar esse dinheiro para finalidades emergenciais, como algo relacionado à saúde de algum integrante, perda de renda, entre outras opções.
Além disso, a reserva de emergência precisa estar em uma conta de fácil resgate. Embora a poupança seja encarada como uma opção, vale mais a pena procurar contas digitais com rendimento acima de 100% do CDI, por exemplo. Além de render mais que a poupança, você pode utilizar o dinheiro sempre que quiser, sem passar por nenhum tipo de burocracia.
Para a sua reserva, o ideal é que a conta selecionada não seja utilizada como conta corrente. Você pode deixar o valor rendendo em uma conta apartada e até mesmo programar uma transferência mensal para esta conta, para que possa montar a sua reserva.
Para conseguir montar a sua reserva, você pode adotar a seguinte estratégia: defina um valor para juntar mensalmente, mesmo que seja um valor pequeno. Você pode começar com R$ 100 e ir aumentando progressivamente, até que consiga guardar um valor maior.
O ideal é separar entre 30% a 50% do dinheiro que guardar para a sua reserva de emergência. Se conseguir guardar um valor ainda maior para essa finalidade, melhor ainda. Quanto antes conseguir ter o dinheiro que vai garantir a sua segurança, melhor.
Considere uma renda extra
Se você percebeu que o dinheiro que ganha não é o suficiente para realizar os seus sonhos, precisa considerar a possibilidade de mudança de planos. Um deles pode ser a renda extra.
Atualmente, existem diversas formas de conseguir mais dinheiro, principalmente por conta da economia compartilhada. Se você tem uma moto ou um carro, pode considerar trabalhar com entregas nos horários vagos, para conseguir mais dinheiro mensalmente. Também é possível trabalhar vendendo algum tipo de iguaria - que pode ser comercializada por alguns dos diversos aplicativos disponíveis - ou até mesmo ser colaborador em algum tipo de plataforma digital.
Pesquise as diversas formas de conseguir um dinheiro com uma atividade extra, para que tenha mais dinheiro ao fim do mês. Só tome essa decisão se isso não afetar o seu trabalho atual ou não comprometer todas as suas horas do dia. Se este for o caso, estabeleça um prazo para trabalhar mais do que precisa: isso dará foco, e você pode pegar o dinheiro exclusivamente para potencializar a criação da sua reserva de emergência ou investir na melhora significativa da sua saúde financeira.
Comece a investir
Após seguir todos os passos - ter uma planilha, diminuir os gastos supérfluos e começar a juntar dinheiro - é extremamente importante que você comece a ter uma mente de investidor.
E o primeiro passo para isso, claro, é ter uma reserva de emergência. Somente com este valor você se torna seguro o suficiente para dar início aos seus primeiros investimentos.
E, quando se fala em investimentos, a primeira coisa a se entender é o seu perfil de investidor.
Você pode contar com o seu banco para determinar os melhores produtos para você ou abrir conta em uma corretora de investimentos, que pode dar todo o suporte para indicar as melhores aplicações baseadas em seu perfil de investimento.
A seguir, vamos mostrar quais são os três tipos de investidor.
Perfil conservador
É o tipo de pessoa que preza mais pela segurança. Tem receio de perder dinheiro e opta pela estabilidade.
Quando as corretoras identificam esse tipo de perfil, sugerem a aplicação em renda fixa. Com menos de R$500, por exemplo, é possível comprar títulos do Tesouro Direto ou outras opções que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como CDB, LCI e LCA.
Isso garante ao investidor o retorno de até R$ 250 mil de seus investimentos, caso o banco venha à falência.
Perfil moderado
Este é o perfil que opta por diversificar. Além de garantir parte de seu patrimônio em renda fixa, alguns investidores moderados começam a arriscar parte de seu dinheiro na renda variável.
Analistas financeiros recomendam que os moderados tenham de 10% a 40% de seu patrimônio em ativos da bolsa de valores, principalmente para ir aprendendo a investir.
Perfil arrojado ou agressivo
É o tipo de investidor que tem alta tolerância aos riscos. Sabe muito bem das oscilações do mercado e também utiliza parte de seu patrimônio para obter maior proporção de papéis, como ações, opções, dólar futuro e câmbio.
Mesmo perfis mais arrojados sabem da importância da diversificação. Só que eles utilizam seu conhecimento de mercado para separar papéis em empresas com maior previsibilidade e outras mais arrojadas, para obterem fatia maior de lucro.
A partir do momento que você identifica o seu perfil, o banco ou corretora pode indicar quais seriam os melhores produtos, para que você consiga aplicar parte do seu dinheiro e possa ter uma boa rentabilidade.
Diversifique seu portfólio de investimento
Quando se fala em investimento, a ordem é diversificar. Para chegar até aqui, porém, é preciso que você tenha um bom dinheiro guardado como reserva de emergência e separe mensalmente um valor que permita uma boa aplicação.
Existem diversas formas de diversificar suas aplicações. Você pode dedicar parte de seu patrimônio para obter alguns produtos de renda fixa ou diversificar somente na renda variável.
Para que você saiba um pouco mais sobre esses tipos de investimento, iremos explicar a seguir.
Investimento de renda fixa
Opção mais recomendada para quem está começando a investir, a renda fixa permite saber qual será sua rentabilidade no prazo determinado para investir.
Quando você investe em títulos do governo (como Tesouro Direto), você já consegue saber o quanto terá de lucro e quando poderá retirar o seu dinheiro. Quanto maior for o prazo do investimento, maior deve ser a taxa de remuneração nesse tipo de investimento.
O desempenho dos papéis de renda fixa depende das variações de índices de juros, como IPCA, CDI e a própria Selic.
Os principais investimentos de renda fixa são Tesouro Direto, CDBs e a própria poupança. Por conta da previsibilidade, os ativos de renda fixa são considerados conservadores e de baixo risco.
Investimento de renda variável
Por outro lado, em investimentos em renda variável não dá pra prever muito bem qual será o desempenho dos ativos. Isso significa que você pode fazer uma ‘aposta’ em determinados ativos e pode tanto ganhar, quanto perder dinheiro.
A variação desse tipo de investimento vai de acordo com o mercado. Por exemplo, se a bolsa de valores apresenta boa performance, pode ser que você surfe em uma boa onda e ganhe dinheiro. Há momentos, inclusive, em que investidores apostam na queda e também ganham. Porém, esse tipo de aplicação é mais recomendada para investidores experientes, que conhecem as oscilações do mercado e sabem fazer uma análise aprofundada dos ativos.
A mais conhecida forma de investir em renda variável é por meio da bolsa de valores. Você pode selecionar os ativos que têm capital aberto e montar a sua própria carteira de investimentos. Para isso, você precisa criar uma conta em uma corretora de investimentos, entender qual é o seu perfil de investidor e acompanhar o mercado.
Outros tipos de investimento em renda variável incluem fundos de ações, negociações de preços de commodities (petróleo, café, soja, ouro etc) etc. É o tipo de investimento que atrai mais investidores moderados e arrojados.
Considere o consórcio para ampliar seu patrimônio
Como deu para perceber, existem diversas formas de fazer com que o seu patrimônio se multiplique.
E uma delas é justamente o consórcio. Se você deseja ter um imóvel para ter uma renda com aluguel, por exemplo, pode muito bem contar com o consórcio de imóveis.
A grande vantagem é que você não precisa dar entrada e pode muito bem escolher o valor da mensalidade que deseja pagar por sua cota.
O primeiro passo é fazer uma simulação do bem que deseja comprar. Basta ter uma ideia do valor que deseja para o imóvel e escolher o valor da mensalidade.
Depois de fechar o contrato, você entra em um grupo e pode participar das assembleias, onde pode ser contemplado de duas formas: pelos sorteios ou com a oferta de um lance, que é um valor a mais que cada consorciado pode tentar, com o objetivo de ser contemplado com antecedência.
Com o consórcio de imóveis, você pode utilizar o seu saldo do FGTS para dar como lance, se quiser.
Ao ser contemplado, você pode utilizar o valor da carta de crédito como se fosse o dinheiro à vista. Dessa forma, você pode negociar um ótimo desconto e comprar o imóvel que tanto deseja. Aproveite para pesquisar as melhores oportunidades, para que possa gerar uma renda alugando o imóvel por temporada, tendo um inquilino ou até mesmo vendendo por um valor mais elevado lá na frente.
Portanto, faça agora mesmo uma simulação de consórcio de imóveis e invista no aumento do seu patrimônio. Isso vai alavancar bastante suas finanças pessoais, pode acreditar!