Ter uma vida financeira mais saudável é o objetivo da maioria dos brasileiros. Quem não gostaria de ter todas as dívidas pagas, nenhuma preocupação com os boletos que surgem mensalmente e conseguir guardar um bom dinheiro para montar a sua reserva e realizar os seus sonhos?
Embora muitas pessoas se vejam distantes desses objetivos, tudo começa com pequenos passos. É aos poucos que se institui uma mudança significativa e duradoura em nossas vidas.
Mas, quando se avalia a situação do brasileiro em relação às finanças, as notícias não são tão boas. Segundo levantamento feito pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e Banco Central do Brasil (Bacen), as finanças são motivos de estresse para 58% das famílias do país, que chegam a brigar entre si por conta de problemas com dinheiro.
Mas, quando se fala em intenção de uso do dinheiro, o brasileiro sabe muito bem da necessidade de se guardar um bom valor mensalmente para realizar o que deseja. Uma pesquisa robusta da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) identificou que mais de 30% da população economicamente ativa do Brasil entende que o dinheiro é uma transformação, em que cada real ajuda a fazer as coisas acontecerem.
Claro que entre a vontade de utilizar o dinheiro para realizar os seus sonhos e a prática possuem suas diferenças. É preciso realizar algumas mudanças de comportamento e até mesmo na forma com que nos relacionamos com o dinheiro.
Mas, acima de tudo, trata-se de um processo. É preciso ter paciência para entender que transformações duradouras levam mais tempo até trazer resultados concretos.
Para ajudar você e sua família a terem uma vida financeira mais saudável, para que consigam realizar seus sonhos, montamos um passo a passo que pode ajudar até mesmo as pessoas que passam pelas situações mais difíceis colocarem seu orçamento nos eixos. Confira a seguir.
Dicas para mudar a vida financeira
Acreditamos que, para que a transformação realmente aconteça, é preciso fazer um diagnóstico de sua situação financeira para, então, entender os pontos que realmente precisam mudar. Isso significa envolver todas as pessoas da família durante o processo e ter que encarar de frente a realidade de que suas finanças podem estar em uma situação pior do que se imaginava.
Lidar com o dinheiro envolve encarar de frente um problema que pode gerar diferentes tipos de reações nas pessoas. Portanto, tenha em mente que passar por isso é extremamente necessário antes de pilotar a mudança necessária em sua vida financeira.
Com o passo a passo que montamos, esperamos que você resolva seus problemas financeiros e consiga juntar dinheiro para, no futuro, ter uma mente de investidor e, assim, aumentar cada vez mais seu patrimônio.
1. Crie uma planilha e controle todos os seus gastos
Como já dissemos, é essencial que você saiba como está sua situação financeira atualmente. É possível utilizar aplicativos financeiros que ajudam nesse processo mas, se puder, opte por ter uma planilha, em que se tem o controle de tudo o que entra e sai.
O ideal é que você liste os seus rendimentos mensais e coloque todos os seus gastos fixos e correntes, como contas de água, gás, luz, aluguel (se for inquilino, claro), gastos com cartão de crédito, escola dos filhos etc. Até mesmo o cafezinho na padaria precisa ser listado, para que se tenha um panorama realista da sua vida financeira.
Existem diversos modelos prontos na internet de planilha de gastos que podem te ajudar. Tenha o hábito de sempre atualizá-la de acordo com os seus gastos.
Dessa forma, você consegue identificar se realmente ganha o suficiente para lidar com os seus gastos. Caso identifique que tenha mais despesas do que imaginava, não se preocupe. É exatamente este o objetivo de ter uma planilha: entender a sua situação financeira para, então, pensar em diferentes planos de ação.
Quando criar a sua planilha, mantenha em um local de fácil acesso para todos os integrantes da família, para que possam acompanhar os gastos e compartilhar a responsabilidade.
2. Adote a prática de anotar tudo o que consome
Uma vez que tenha a sua planilha montada, é extremamente importante anotar todos os seus gastos - mesmo os mais supérfluos.
Ter a prática de anotar o que gasta, além de dar visibilidade em relação à sua situação financeira, ajuda a compreender quais hábitos podem ser cortados quando entrar na fase de plano de ação.
Se preferir, você pode inserir cada gasto em um tipo de categoria, para saber com o que gasta mais. Não tenha receio de criar uma linha em sua planilha para cada um desses gastos: utilize o extrato digital da sua conta ou, se preferir, vincule sua conta corrente e o seu cartão de crédito em um aplicativo de confiança, para ajudar a ter controle de tudo o que gasta.
3. Priorize o pagamento de dívidas
Agora que você já tem todos os seus gastos e dívidas listados, vale a pena partir para o plano de ação. Quanto a isso, não tem jeito: se quiser mudar a sua vida financeira, o primeiro passo é iniciar com o pagamento das suas dívidas.
Se você tiver mais de uma pendência financeira, inicie pela que possui maior incidência de juros. Caso tenha dificuldade de pagar, tente renegociar a dívida com a própria instituição ou fique atento aos feirões de renegociação, que podem gerar boas ofertas de pagamento.
Caso tenha o nome sujo, ao parcelar a sua dívida, com o pagamento da primeira mensalidade, a instituição já tira o seu nome da listagem dos birôs de crédito, como SPC e Serasa.
Caso tenha uma dívida com valor muito alto, vale a pena ficar atento aos feirões de renegociação, que apresentam boas oportunidades. É possível ter um desconto de mais de 50% nesses feirões, portanto, fique atento às datas que surgem ao longo do ano.
Sempre que renegociar uma dívida que está em seu nome, é importante fazer a anotação em sua planilha de gastos, para que tenha um controle de quando conseguirá quitar o que deve. No caso de negociar mais de uma dívida, determine um valor que esteja de acordo com a sua realidade financeira.
Lembre-se: ao renegociar uma dívida, muito provavelmente você terá que lidar com juros, portanto, honre seus compromissos, para não ter que pagar por um juros ainda maior.
Se conseguir quitar a dívida à vista, melhor ainda. Além de pagar por um valor menor do que o parcelado, você resolve a situação de uma só vez.
4. Estabeleça uma meta a ser atingida
Ao lidar com os seus gastos, é extremamente importante estabelecer uma meta. Afinal, o que você e sua família desejam conquistar a médio e longo prazo?
Converse com toda a família e definam os objetivos a serem alcançados. Por exemplo, se deseja comprar uma casa, qual o plano de ação a ser tomado?
Independente do objetivo, muito provavelmente a família terá que pensar em como melhorar a situação financeira: tente guardar um percentual dos rendimentos mensais justamente para realizar este sonho.
No caso da compra de bens de alto valor, considere o consórcio. Porém, só dê início ao pagamento de uma cota quando tiver quitado as suas dívidas e estiver em uma situação financeira saudável, para que possa fazer a simulação e escolher um valor de mensalidade que não vá pensar no orçamento da família.
5. Diminua os gastos supérfluos
Para mudar a sua vida financeira, como dissemos, é imprescindível mudar seus hábitos. A partir do momento que se tem uma planilha ou um aplicativo para controlar as finanças, tem-se uma visão dos gastos de toda a família.
Com isso, o próximo passo é determinar quais gastos podem ser cortados do orçamento familiar. Isso vai exigir a revisão de alguns hábitos.
Você pode começar, por exemplo, cortando contas de telefone e de TV a cabo. Uma boa medida é ter um plano de ação para diminuir o consumo de água e energia, que pode gerar uma economia mensal considerável.
Se ainda não sobrar dinheiro, veja onde mais você consegue cortar: gastos com cartão de crédito, utilizar transporte público em vez de sair com o carro para trabalhar ou até mesmo rever a lista de compras de casa. No começo, estabelecer essas mudanças pode ser difícil, mas com a colaboração de todos, aos poucos todos se acostumam, e logo você verá seu dinheiro sobrando ao fim do mês.
6. Defina um valor mensal para guardar
Não tenha medo de começar pequeno. Você pode iniciar guardando R$ 50 ou R$ 100, se for o caso. Mas, o importante, é que consiga estipular um valor mensal para ir guardando, mesmo que esteja distante de seus objetivos.
Inicialmente, guarde o seu dinheiro em uma conta apartada, que não seja a sua conta corrente. Você pode considerar contas digitais com rendimento 100% maior que o CDI ou até mesmo alguma aplicação que permita o fácil resgate quando puder.
Embora a poupança seja bem conhecida do brasileiro, seus rendimentos são bem inferiores aos demais produtos financeiros.
De início, priorize um tipo de produto que permita o fácil resgate sem gerar nenhum tipo de prejuízo.
É importante guardar o seu dinheiro em uma conta apartada, para não correr o risco de gastá-lo.
7. Invista em sua educação financeira
A partir do momento que você guarda dinheiro, já pode começar a investir em sua educação financeira. Isso pode ser feito de diferentes formas, até mesmo de graça.
Você pode acompanhar especialistas em finanças pessoais, que compartilham diversos aprendizados sobre como utilizar o seu dinheiro de forma estratégica. Também pode ir atrás de livros clássicos sobre o assunto, para colocar em prática alguns de seus ensinamentos.
É importante dedicar um tempo para aprender sobre educação financeira e, assim, identificar a melhor maneira de lidar com os gastos diários e encontrar oportunidades para usar o seu dinheiro da melhor forma.
8. Monte a sua reserva de emergência
A reserva de emergência é um valor que equivale a seis meses ou mais do total que você tem por mês para ser utilizado em situações urgentes, como perda de emprego, doença grave, entre outros.
O ideal é que você tenha um valor confortável como emergência e, assim, consiga ter uma boa camada de segurança diante de momentos de incerteza.
Caso já tenha conseguido guardar um dinheiro, vale a pena pegar um percentual deste valor mensalmente e dedicá-lo para a sua reserva de emergência. Neste caso, vale seguir a boa dica: mantenha o valor em uma conta de fácil resgate, preferencialmente apartada de sua conta corrente.
Depois que montar a sua reserva, finalmente você pode criar uma estratégia para aplicar o seu dinheiro e diversificar o seu portfólio.
9. Pense como um investidor
Ter a reserva de emergência é o primeiro passo para que você consiga atuar como um investidor. Após ter este valor guardado, o próximo passo é avaliar outras formas de investir o seu dinheiro.
Para isso, vale a pena entender como você se encara como investidor. A melhor maneira é realizar o teste de suitability, que é um questionário aplicado pelas corretoras para identificar qual o perfil de investidor do interessado em aplicar o seu dinheiro.
O questionário traz perguntas sobre como você lidaria em diferentes situações com o seu dinheiro. Com o resultado, as corretoras conseguem indicar de forma mais assertiva os melhores produtos, de acordo com o seu perfil.
Confira os três tipos de perfis existentes a seguir.
Perfil conservador
É o tipo de pessoa que preza mais pela segurança. Tem receio de perder dinheiro e opta pela estabilidade.
Quando as corretoras identificam esse tipo de perfil, sugerem a aplicação em renda fixa. Com menos de R$500, por exemplo, é possível comprar títulos do Tesouro Direto ou outras opções que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como CDB, LCI e LCA.
Isso garante ao investidor o retorno de até R$ 250 mil de seus investimentos, caso o banco venha à falência.
Perfil moderado
Este é o perfil que opta por diversificar. Além de garantir parte de seu patrimônio em renda fixa, alguns investidores moderados começam a arriscar parte de seu dinheiro na renda variável.
Analistas financeiros recomendam que os moderados tenham de 10% a 40% de seu patrimônio em ativos da bolsa de valores, principalmente para ir aprendendo a investir.
Perfil arrojado
É o tipo de investidor que tem alta tolerância aos riscos. Sabe muito bem das oscilações do mercado e também utiliza parte de seu patrimônio para obter maior proporção de papéis, como ações, opções e câmbio.
Mesmo perfis mais arrojados sabem da importância da diversificação. Só que eles utilizam seu conhecimento de mercado para separar papéis em empresas com maior previsibilidade e outras mais arrojadas, para obterem fatia maior de lucro.
10. Comece aplicando na renda fixa
Se você estiver começando no mundo dos investimentos agora, a primeira etapa é iniciar pela renda fixa.
Por muitos anos, a poupança havia se destacado como o produto favorito dos brasileiros para aplicação. Com o passar dos anos, porém, o brasileiro começou a vislumbrar outros produtos, como o Tesouro Direto, que permite a compra de dívidas do governo e se apresenta como uma das formas mais seguras de investimento.
Quem quiser diversificar, pode considerar as letras de crédito, como as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio): elas são emitidas por bancos e têm como principal vantagem a isenção do Imposto de Renda, indexadas por dois segmentos bem competitivos no mercado brasileiro, como os mercados imobiliário e agricultor.
11. Dê os primeiros passos na renda variável
Todo bom investidor precisa pensar em uma forma de diversificar seus rendimentos. Depois de guardar parte de seu dinheiro na renda fixa, que dá maior previsibilidade de ganhos, vale a pena investir em sua educação financeira e dar os primeiros passos na renda variável.
Pela renda variável, você precisa lidar com um ambiente maior de incertezas. Porém, pode ter maior rentabilidade em um determinado período de tempo do que a renda fixa.
Entre os produtos mais conhecidos de renda variável estão os fundos imobiliários e as ações na bolsa de valores, a B3, que é a principal do país. É possível começar com pouco, com menos de R$ 100, em uma corretora de sua confiança.
Quem quiser procurar outras formas também pode investir em dólar futuro, na bolsa estrangeira ou até mesmo em criptomoedas, que têm se popularizado cada vez mais.
Só não se esqueça de investir em sua educação financeira, para saber como funciona cada um desses produtos e, assim, potencializar seus ganhos com investimentos.
12. Diversifique seu portfólio de investimentos
O bom investidor sabe como diversificar o seu patrimônio. Além da renda fixa e da renda variável, é preciso ter em mente que, para construção de seu patrimônio, vale a pena pensar em outras formas de maximizar seus ganhos.
Uma das dicas mais conhecidas de investidores experientes é saber como diversificar o seu dinheiro. E, para isso, você pode pensar em comprar imóveis, por exemplo. E, para isso, o consórcio pode ser um potente aliado. É você que determina o valor da carta de crédito, que corresponde ao valor total do seu bem, e a quantidade de parcelas.
Se você tiver uma boa reserva de emergência e um bom dinheiro guardado, pode muito bem pagar por sua cota de forma paciente, até ser contemplado, ou fazer a oferta de um lance, com o objetivo de antecipar a sua contemplação.
Com a diversificação de seu portfólio, você garante uma vida financeira mais saudável para a sua família e pode realizar os seus sonhos sem ter que se endividar.
Trata-se de um projeto a longo prazo, que exige foco, companheirismo e muita dedicação. Portanto, tenha paciência e se organize para ter a vida financeira que sempre sonhou.
13. Não esqueça de ser feliz
Como já dissemos, não é nada fácil se organizar para mudar a sua vida financeira. Embora adotar novas práticas possa ser mais difícil para alguns do que para outros, a parceria é extremamente importante.
É comum que aconteçam alguns deslizes no meio do caminho: tente não apontar o dedo para alguém e reconhecer quando passar por alguma recaída.
É um momento de muito aprendizado e, quanto mais você levar tudo isso com leveza, melhor. Não exige uma fórmula perfeita para que se consiga mudar a sua situação financeira. Porém, a disciplina é necessária e, sempre que lidar com alguma dificuldade, não desista do seu sonho de proporcionar uma vida mais confortável para as pessoas que realmente ama.
Portanto, alinhe suas dívidas, faça uma listagem de todos os seus gastos, reveja muito bem os seus hábitos, conte com o apoio de todos os integrantes da família e veja como fazer o seu dinheiro render mais.
Caso o seu salário seja insuficiente para realizar o seu sonho, considere alguma forma de fazer renda extra. Sempre faça uma distinção da sua conta corrente do dinheiro que for guardar e, aos poucos, invista em sua educação financeira, para dar os próximos passos em sua vida financeira.
A partir do momento que conseguir juntar dinheiro e vê-lo rentabilizar em produtos de renda fixa e variável, aumentam as chances de se manter o hábito de poupar. Quando se der conta, estará pensando como um investidor, visualizando formas de diversificar seu portfólio e até mesmo aumentando o seu patrimônio - com a ajuda do consórcio, então, você pode ir ainda mais longe.
E então, o que está esperando para dar uma reviravolta em suas finanças? Para mais dicas sobre finanças pessoais, acompanhe outros posts do blog da Embracon.