Muitas pessoas têm dúvidas quando buscam entender como funciona o consórcio. Isso porque não tem como explicar o segmento sem explicar o conceito de carta de crédito.
Neste artigo, vamos falar sobre tudo relacionado ao consórcio, o que é carta de crédito, como ela funciona e suas opções enquanto consorciado. Confira a seguir.
Como funciona o consórcio
O consórcio é um modelo de autofinanciamento para a compra de um bem de alto valor, como casa, carro, moto ou até mesmo diferentes tipos de serviços: viagens, festas, estudos, reformas e até mesmo cirurgias.
No consórcio você não tem acesso ao bem de imediato porque está autofinanciando o que deseja. Na prática, você seleciona o valor que deseja pagar pelo bem e a quantidade de mensalidades, dentro dos parâmetros estipulados pelo simulador de consórcio.
É este valor que você estipula pelo seu bem que representa a carta de crédito. Ou seja, a carta de crédito é o valor em que você está investindo mensalmente.
Por isso mesmo, você não precisa escolher o que quer comprar assim que entra no consórcio. Contanto que selecione o bem que deseja e o valor, você só precisa fazer a escolha de qual casa, carro, moto ou serviço deseja obter quando for contemplado com a carta de crédito.
Como funcionam os tipos de contemplação
O primeiro passo do consórcio é realizar a simulação. A partir dela, você consegue ter uma boa ideia do valor que deve pagar mensalmente.
Em seguida, a administradora fica responsável por fazer a inclusão em um grupo de consórcio, que reúne pessoas que possuem interesses parecidos com o seu. Por exemplo, se você tiver investindo em uma carta de crédito de imóveis de R$ 300 mil, provavelmente terá como integrantes do grupo pessoas que investem em imóveis em faixa parecida.
Quando você entra em um grupo, pode participar dos sorteios mensais. Os sorteios são uma forma de garantir a isonomia de todo o processo do consórcio: para que todos tenham as mesmas chances de contemplação, é preciso estar com o pagamento da cota em dia para participação.
No Consórcio Embracon as assembleias são feitas via aproveitamento dos prêmios da Loteria Federal. Os sorteios são feitos na seguinte ordem: primeiro clientes ativos, depois clientes cancelados e por último as contemplações por lance.
Os sorteios na Loteria Federal são realizados todas as quartas e sábados. Sendo assim, o resultado será considerado de acordo com o dia da sua assembleia. Por exemplo, para assembleias realizadas as segundas, terças e quartas, utilizaremos os prêmios sorteados no sábado. Já para as assembleias realizadas as quintas e sextas, utilizaremos os prêmios sorteados na quarta. É muito importante que você esteja atento ao dia da sua assembleia.
Outra forma de ser contemplado é pela oferta de lance. O lance é um valor que você dá a mais pela sua cota que quita as suas últimas mensalidades. Geralmente, é utilizado como parâmetro a quitação de uma quantidade de parcelas. Toda a mecânica de funcionamento está bem explicada na área de clientes do consorciado.
Funciona da seguinte forma: digamos que você esteja investindo em uma cota de automóveis de R$ 50 mil, e já pagou o equivalente a R$ 20 mil. Nesse momento, você entende que é uma boa oportunidade de ofertar o lance e, dependendo da quantidade de parcelas que faltam pagar, o sistema da área de clientes irá mostrar a quantidade que será quitada com o lance.
Caso você tenha dividido em 50 mensalidades de R$ 1.000, por exemplo, podemos dizer que faltariam 30 mensalidades. Então, você pode fazer a oferta de um lance que contemple parte ou a totalidade dessas 30 mensalidades.
Geralmente, para um lance se tornar competitivo, ele deve contemplar pelo menos 15% do total da carta de crédito. Mas, se você já estiver terminando de pagar pelo seu consórcio, e ainda não tiver sido sorteado, certamente o valor exigido pelo lance será menor.
Como funciona a carta de crédito
Independente da forma que você for contemplado, todo consorciado, neste momento, tem acesso à carta de crédito.
Porém, da contemplação até o recebimento da carta, é preciso seguir alguns passos importantes.
Antes de tudo, a administradora faz uma nova análise de crédito do contemplado. Ela exige algumas documentações, atualização de endereço e avalia os seus rendimentos mensais, para comparar com o valor das parcelas restantes.
Caso o valor da mensalidade seja 30% superior ao rendimento mensal do contemplado, a administradora pede a indicação de um devedor solidário, que é um avalista que ficará responsável por compartilhar a responsabilidade da dívida.
O indicado é que o devedor solidário seja alguém conhecido ou da família que esteja ciente dos riscos do não pagamento das parcelas restantes. Isso porque o devedor deverá entregar uma série de documentações, comprovar renda, enfim, ter o mesmo compromisso com a administradora que o consorciado.
Depois de passar por todas essas comprovações, o consorciado precisa indicar o proprietário do bem ou o fornecedor (no caso de consórcio de serviços, por exemplo) para que a administradora faça o repasse integral do valor da carta de crédito.
Isso significa que o consorciado não recebe o valor da carta; precisa fazer a indicação, após negociar com o proprietário, para que a administradora transfira o valor.
A grande vantagem é que a carta de crédito tem poder de compra à vista. Isso dá uma ótima margem de negociação na compra. Por exemplo, se você tiver tentando comprar um imóvel no valor de R$ 350 mil, por exemplo, pode conversar com o proprietário informando que terá algo como R$ 300 mil à vista. Se mesmo assim o proprietário for relutante à negociação, você pode utilizar o saldo de R$ 300 mil da sua carta e negociar o valor restante para completar com os seus próprios recursos.
Porém, esses detalhes devem ser informados à administradora na hora de fazer a transferência, por conta da regra de alienação de bens. Isso porque, enquanto você estiver com a dívida com a administradora, o bem contemplado fica tanto no seu nome, após realizar todo o procedimento burocrático para transferência de propriedade, quanto no nome da administradora.
Ou seja, caso tenha intenção de vender, ampliar, enfim, fazer qualquer tipo de modificação ou transação com o novo imóvel, precisa da autorização da administradora que, nesses casos, consulta os responsáveis pelo grupo de consórcio em que o contemplado estava inserido.
O que acontece se o valor da carta de crédito for maior que o bem?
Da mesma forma que é possível completar a transação do bem com os seus próprios recursos, a administradora também facilita bastante para os consorciados que têm um valor de carta de crédito maior que o bem que tem interesse de comprar.
Ainda utilizando o exemplo da carta de imóveis de R$ 300 mil: digamos que, em sua pesquisa, você identificou uma ótima oportunidade de um apartamento na planta de R$ 200 mil. Você pode utilizar o saldo da sua carta para pagar pelo imóvel e até 10% deste valor, ou seja, R$ 30 mil, para pagar por burocracias, como transferência de propriedade, habite-se, escritura, entre outros.
Mas, o que fazer com o saldo restante?
Na verdade, é muito simples: você pode utilizar o valor para pagar o saldo devedor da sua cota e, assim, concluir o pagamento do seu consórcio com antecedência.
Outra opção é deixar o dinheiro no fundo comum do seu grupo. Dessa forma, você pode ser beneficiado com os juros a seu favor para, mais pra frente, sacar o valor.
As administradoras só podem liberar o valor integral da carta de crédito 180 dias após a efetiva contemplação do consorciado. Isso significa que você não precisa escolher o bem na hora em que for contemplado; caso queira deixar o valor com a administradora para, futuramente, ter acesso integral ao valor da carta e usar da forma que quiser, pode contar com a administradora de consórcio para isso.
Como funcionam os reajustes da carta de crédito
Se você está prestes a ser contemplado ou já pagou por sua cota por mais de um ano, provavelmente deve ter sentido uma diferença no valor das mensalidades.
Isso não acontece por conta dos juros, comum nos financiamentos, por exemplo. Na verdade, para evitar que a carta de crédito perca poder de compra com o passar dos anos, as administradoras atualizam seu valor a cada aniversário anual da sua cota.
É aplicada a mesma lógica que se faz com a moeda: todos os anos, o índice de inflação faz com que ela seja mais ou menos valorizada. Isso acontece por conta de diversos fatores econômicos, como a determinação da taxa de juros básica (a taxa Selic), a valorização do real perante ao dólar (câmbio), oferta e demanda de produtos e serviços, entre outros.
Cada tipo de produto tem um indexador próprio, que é determinado pela inflação. No Brasil, existem índices específicos que regulam segmentos como automóveis (como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA) e de imóveis (feito pelo Índice Nacional de Custo da Construção do Mercado, o INCC). Para consórcios em serviços, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) costuma ser o mais utilizado.
A sua parcela sofre alteração a cada aniversário por conta da alteração que é feita diretamente na carta de crédito. Por exemplo, se no período de um ano o INCC tiver aumentado 10%, e você tiver pagando por um consórcio de imóveis de R$ 300 mil, provavelmente o valor da sua carta irá aumentar, e isso será repassado para as mensalidades que você estiver pagando. No caso de consórcio de automóveis é utilizado o IPCA e, para serviços, na maioria das vezes utiliza-se o IGP-M.
Mas, por que a administradora faz esse reajuste?
Para que o consorciado não seja prejudicado com a perda do poder de compra. Imagine que, ao contratar o consórcio, você tenha se apaixonado por um imóvel que, na época, tinha o valor equivalente a R$ 300 mil. Acontece que, com o passar dos anos, ele pode se valorizar e sofrer alterações de valor por conta de diversos índices econômicos.
Para evitar que o seu investimento a longo prazo te leve ao prejuízo, o reajuste é feito anualmente, para que, com a sua carta de crédito, você tenha condições de comprar aquele imóvel que sempre quis, ou algum equivalente, sem ser impactado pela diminuição do poder de compra da moeda.
É possível mudar o valor da carta de crédito?
Quando começamos a pagar pelo consórcio, temos que ter em mente o valor da carta de crédito. E, por mais que ela passe por alterações ao longo dos anos, o valor previamente selecionado acaba colocando algumas limitações para quem tenha mudado de planos enquanto realiza o pagamento da cota.
Como forma de flexibilizar isso, a administradora permite aumentar o valor da sua carta de crédito, mesmo enquanto estiver pagando pelo consórcio.
Mas, para efetivar o aumento da carta, é preciso consultar as regras do grupo. Afinal, ele é o mais impactado com toda essa mudança e pode ter algumas limitações, para não prejudicar o fundo comum.
Portanto, a alteração no valor da carta de crédito depende do saldo disponível no grupo.
Caso queira diminuir o valor da sua carta de crédito, você também pode procurar a administradora para entender suas opções. O grupo também é consultado em casos assim. Aliás, essa é uma alternativa viável, caso esteja passando por alguma dificuldade com o pagamento da sua cota.
Na maioria dos casos, é possível aumentar um valor entre 10% e 20% da sua carta de crédito. Se tiver interesse por um valor maior, considere a aquisição de mais uma cota.
Posso pagar por mais de uma carta de crédito?
Digamos que você tenha se interessado por um imóvel de R$ 1 milhão. Ao tentar fazer a simulação de consórcio imobiliário, percebeu que a carta de crédito tem, como limite, R$ 500 mil, que seria insuficiente para a compra da casa dos seus sonhos.
Neste caso, você tem uma ótima opção: investir em duas cartas de crédito ao mesmo tempo.
Ao fazer essa escolha desde o início, converse com o especialista de consórcio, para que a administradora possa colocar as duas cotas dentro de um mesmo grupo.
Dessa forma, você pode tentar o lance das duas cotas ao mesmo tempo, separando metade para um, metade para outro. Claro que, para isso, é preciso um valor muito alto - e, ainda assim, você não conseguirá fazer o lance das duas ao mesmo tempo, visto que a cada mês apenas uma cota é contemplada.
Confira algumas opções para gerenciar duas ou mais cotas de consórcio:
• Quando uma das cotas for contemplada, manter no fundo comum da administradora, até que a outra também seja contemplada. A vantagem é que o dinheiro irá render juros a seu favor;
• Organizar o lance para as duas cotas: você pode tentar um valor em um mês e, se for contemplado, tentar o lance nos meses seguintes. Como é possível deixar o valor da carta de crédito com a administradora, você pode solicitar o uso quando tiver sido contemplado com as duas cartas;
• Ao ser contemplado com uma das cartas, negociar com o proprietário o pagamento parcial para, depois, pagar o restante. Nesse caso, veja bem as suas opções e, se tiver dependendo do sorteio, deixe bem claro que precisará de um tempo até efetuar o pagamento do valor restante.
Agora que você já entendeu o funcionamento da carta de crédito, vamos dar algumas dicas para você selecionar o melhor valor da sua carta antes de contratar o consórcio.
Dicas para determinar o valor da carta de crédito
A carta de crédito é a verdadeira finalidade para quem investe em consórcio. Com o valor dela, você pode se organizar para a compra do bem que tanto deseja.
Mas, qual a melhor forma para determinar o valor da sua carta? Confira algumas dicas a seguir.
Faça uma pesquisa do valor do bem
Embora o consorciado não tenha que se preocupar de antemão com o bem que deseja comprar, é sempre bom ter uma referência.
Vamos utilizar um carro como exemplo. Ao conversar com sua família, vocês identificaram que o melhor modelo seria um sedã médio que proporciona conforto para todos os integrantes. Após algumas pesquisas, você está em dúvida entre modelos que custam entre R$ 70 mil e R$ 80 mil.
Ok, até aí você já tem uma referência. O próximo passo é ir para o simulador. Nessa etapa, confira a quantidade de mensalidades ideal para o pagamento e veja se o valor das parcelas não irão comprometer os seus rendimentos mensais.
Use o simulador quantas vezes for necessário
A decisão de comprar um bem de alto valor, como casa, carro ou diferentes tipos de serviços, geralmente envolve não só uma pesquisa do que se deseja. É preciso, também, entender qual o valor ideal para que não prejudique seus gastos mensais.
Por isso, não deixe de usar e abusar do simulador de consórcio. Além de verificar o cálculo da mensalidade a partir de informações como carta de crédito e quantidade de parcelas, você consegue ter uma visualização do quanto terá que comprometer mensalmente para o consórcio, já que inclui valores como taxa de administração de fundo de reserva.
Caso não consiga chegar ao valor ideal, insira os dados básicos necessários, para que o especialista de consórcio possa ajudar e tirar algumas dúvidas antes do envio do contrato.
Não pense apenas no valor final
A compra de um automóvel ou imóvel, por exemplo, envolve outras variáveis que acabamos deixando de lado na empolgação da compra. Estamos falando de documentações, transferência de propriedade e algumas idas e vindas ao cartório.
Essas burocracias representam um custo adicional. E, ao selecionar a carta de crédito, você pode contemplar o pagamento de todos esses valores.
Isso porque, com a carta de crédito, você pode utilizar até 10% da sua carta de crédito para esses custos. Se, ainda assim, sobrar algum valor, você pode pagar pelas mensalidades restantes da sua dívida com o consórcio.
Atenção aos reajustes
Dependendo do tempo que você estipular para o pagamento da sua cota, você terá que pagar pelos reajustes anuais, para evitar a perda de compra da sua carta de crédito.
Portanto, não se prenda muito ao valor final, porque pode passar por algumas oscilações - da mesma maneira que o bem que você deseja comprar muito provavelmente terá alteração de preço até que você seja contemplado.
Por isso, se organize para lidar com esses reajustes e não selecione um valor que bata muito perto do teto de 30% dos seus rendimentos.
Conte com a flexibilidade do consórcio
Quer terminar de pagar a sua cota com antecedência, para aumentar suas chances de contemplação mais rápido ou, pelo menos, concluir a dívida com antecedência?
Você pode entrar em contato com a administradora ou selecionar, na área de clientes, a opção para pagar pelas últimas parcelas com antecedência.
Mas, se tiver dificuldades e precisar diminuir o valor da parcela, não deixe de procurar a administradora. Você pode conseguir uma boa oportunidade para pagar pela sua cota de forma mais flexível, sem comprometer todos os meses de investimento na sua carta de crédito.
E então, finalmente se sente mais seguro para começar a investir na sua carta de crédito por meio do consórcio? Faça uma simulação e realize o sonho de comprar uma nova casa, carro, moto ou adquirir um de nossos serviços.