O final de um ano representa o encerramento de um ciclo. Assim, quando viramos para o novo ano, já pensamos nos planos para a nossa família: como se preparar para a compra de um novo carro, iniciar o investimento para aumentar o patrimônio, quais os cursos a se fazer para dar uma turbinada no currículo, entre muitos outros desejos.
Isso porque o começo de ano representa o início de um novo ciclo. Um ciclo em que repensamos nossos objetivos e começamos a traçar uma forma de atingi-los.
Porém, existem outras preocupações com o início deste novo ciclo. Afinal, janeiro não é só o mês em que olhamos para a fatura de cartão de crédito de forma assustada, por conta dos gastos de fim de ano. Já no começo do ano muitas dívidas dão as caras, principalmente se você tiver algum tipo de propriedade ou tiver filhos. Se não tomarmos o devido cuidado, corremos o risco de iniciar um novo ciclo já endividados.
Por mais que a situação se repita ano a ano, uma pesquisa realizada pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) identificou que somente 9% dos brasileiros conseguem pagar as despesas do início de ano com o dinheiro que recebem. Olhando assim, é um dado grave, porque a falta de planejamento pode comprometer sua situação com os órgãos reguladores de crédito. Mas, mesmo sabendo disso, por outro lado 31% dos brasileiros juntam dinheiro ao longo do ano para quitar os tributos que surgirão no começo do ano seguinte. Em muitos casos, pode ser uma boa forma de se preparar para as contas que certamente irão chegar.
Mas, quais são esses tributos? Vamos explicar todos eles a seguir.
Contas de começo de ano
Muitas pessoas já começam a se preocupar com os gastos de começo de ano assim que viramos o calendário para janeiro. Isso porque alguns boletos já começam a chegar, e podem comprometer seus rendimentos mensais, caso não tenha se preparado com antecedência.
A seguir, confira quais são as principais contas de começo de ano.
IPTU
O Imposto Sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana, ou o famoso IPTU, é um tributo cobrado anualmente sobre todos os proprietários de imóveis e terrenos no país. As prefeituras são responsáveis por determinar o valor final de cada boleto de IPTU, que é realizado da seguinte forma:
- A Prefeitura faz o cálculo do valor que o seu imóvel teria caso fosse colocado à venda. Chamado de valor venal, este montante tem algumas variações por conta de região, tipo de propriedade (casa, terreno, apartamento etc) e até mesmo a idade do dono do imóvel.
- Sobre o valor venal é determinada uma alíquota, ou seja, a taxa que será indexada ao imposto devido. O percentual da alíquota varia conforme o tipo de imóvel e a faixa de valor (determinada na primeira etapa do cálculo).
O boleto de IPTU traz o valor total do imposto. Porém, ele pode ser dividido em diversas mensalidades, dependendo da cidade. Em São Paulo, por exemplo, é possível parcelar o IPTU em até 10 mensalidades. Mas, quem optar por pagar o valor à vista, consegue um desconto de até 3%.
Se você mora de aluguel, fique atento ao valor do IPTU. A Prefeitura faz a cobrança para o proprietário. Em muitos casos, porém, este valor é repassado para o locatário e é dividido anualmente na mensalidade do aluguel. Se esta for a sua situação, você tem direito de saber o valor total do IPTU para se programar para as próximas mensalidades.
O proprietário do imóvel, porém, é o responsável pelo pagamento do IPTU, que pode ser pago em caixa eletrônico, caixas de banco ou até mesmo pela internet, por meio do aplicativo do seu banco.
IPVA
Se você possui um veículo novo ou seminovo, sabe muito bem que janeiro é mês de começar o pagamento do IPVA (Imposto sobre Veículos Automotores).
Seu cálculo é definido a partir do valor venal do veículo, ou seja, considerando quanto ele valeria se fosse colocado à venda. É o estado em que você mora que determina as condições e o valor do veículo.
Para se ter uma ideia, veículos mais antigos não precisam pagar IPVA. Porém, a classificação de ‘veículo antigo’ varia de estado para estado. Em São Paulo, por exemplo, somente veículos com mais de 20 anos deixam de pagar pelo imposto. Em outras localidades, como Rondônia e Rio Grande do Norte, por exemplo, veículos com mais de 10 anos já ficam isentos do IPVA.
O valor do IPVA leva em consideração modelo e ano do veículo. Anualmente, a tabela é atualizada e disponibilizada nos sites das secretarias de Fazenda de cada estado.
Ele pode ser parcelado em até três vezes, ou feito por pagamento à vista, com desconto.
Seguro do veículo
A maioria das seguradoras de veículos fazem a cobrança já no início do ano. Porém, cada seguradora tem a sua forma de cobrança, prazos e valores. Seu valor depende do veículo, da idade e inclui, também, até mesmo a localidade em que você mora.
Fique de olho na sua apólice para entender o cálculo e a partir de que data precisa começar o pagamento. Em muitos casos, é possível parcelar o valor total do seguro - uma boa forma de diluir o valor total e não começar janeiro com tantas dívidas pesadas.
Outros gastos com que devemos nos preocupar no início de ano
Os impostos que mencionamos acima são aplicados a quem possui algum tipo de propriedade, como casa ou automóvel.
Porém, começo de ano também afeta quem possui filhos ou está estudando. Sem falar, também, nas despesas herdadas com as festas de Natal e Ano Novo. Confira a seguir como lidar com elas.
Material e matrícula escolar
Se você ou seu filho estudam em um colégio ou faculdade particular, com certeza será cobrado já no início do ano pela rematrícula. Na maioria dos casos, o valor corresponde a uma mensalidade corrente da instituição de ensino.
O que pode mudar, porém, é o reajuste do valor. Por conta da inflação ou outros indexadores, o valor da rematrícula e das mensalidades seguintes pode passar por uma correção - na grande maioria das vezes, para um valor mais elevado.
Quando se fala de mensalidade de escola particular, não tem muito pra onde correr. Caso considere o valor muito elevado, você tem a opção de mudar de colégio - com o risco de comprometer a qualidade de ensino dos seus filhos.
Outra preocupação de muitos pais e estudantes é com o material escolar. Esse tipo de item pode sofrer uma variação de mais de 300%, dependendo do local em que deseja comprar.
Por conta da pandemia, muitos brasileiros passaram a comprar itens pela internet. A vantagem é que você consegue pesquisar melhor os preços, sem ter que bater perna ou sair de casa. Faça a lista do que você ou seu filho realmente precisam para a volta às aulas e invista um bom tempo pesquisando em diferentes lugares. Com pesquisa e muita paciência, você vai conseguir economizar um bom dinheiro no valor total.
Se conseguir aproveitar algum material que sobrou dos anos anteriores, melhor ainda. Só tome cuidado com possíveis sites oportunistas: a melhor forma de evitar isso é comprar em lojas e redes de sua confiança.
Contas do ano passado
Se você aproveitou o fim de ano para comprar presentes para os entes queridos e utilizar parte do 13º salário para as festas de Natal, por exemplo, muito provavelmente terá algum resquício a pagar no começo de janeiro: pode ser uma fatura de cartão de crédito um pouco mais elevada ou até mesmo alguns boletos adicionais.
Se este for o seu caso, tente negociar uma boa forma de pagar por tudo isso. O ideal é quitar tudo o quanto antes, porém, se isso representar um risco de ter que ficar no vermelho, veja alguma forma de negociar diretamente com o seu banco. Se você conseguir jogar algumas delas para os meses seguintes, pode ter um respiro a mais no início do ano, para se organizar melhor.
Como estabelecer prioridades do que deve ser pago?
Ter planejamento com os gastos é essencial para evitar que as contas ultrapassem o valor dos seus rendimentos mensais.
No início do ano, muitas pessoas ficam frustradas por conta do volume de contas que chega de uma só vez. A melhor forma de lidar com todas elas é entender o que realmente precisa ser pago e estabelecer algumas prioridades.
Se você possui algum imóvel ou automóvel, precisa estar em dia com os impostos correntes. No caso de IPVA e IPTU, por exemplo, existe a possibilidade de parcelar o pagamento de todos eles. Se estiver em uma situação muito delicada, que possa comprometer seus rendimentos mensais, o ideal é optar pelo parcelamento de todas essas contas. Vale o mesmo para o seguro do seu carro, caso seja cobrado no início do ano.
Porém, se tiver um bom valor guardado, pesquise bem os descontos no pagamento à vista. Dependendo da cidade em que mora, o pagamento de uma só vez do IPTU pode gerar um desconto de 20% - o que pode representar uma vantagem e tanto.
Em relação às contas de fim de ano, entenda o risco de adiá-las. Caso tenha utilizado cartão de crédito, por exemplo, pagar o mínimo da fatura pode gerar alto valor de juros. No final das contas, estará apenas empurrando o problema com a barriga para o mês seguinte, com valores adicionais ainda por cima!
Se você tiver dinheiro do 13º salário guardado, aproveite para adiantar boa parte dessas contas. Só pague à vista se o desconto realmente compensar: caso consiga lidar com as contas com os seus rendimentos, mantenha o seu dinheiro aplicado, seja para a sua reserva de emergência, investimentos diversos ou até mesmo para a contratação de um consórcio, que pode lhe garantir um bem de alto valor a longo prazo.
Formas de se organizar para as contas do começo do ano
Como já dissemos, o 13º salário pode ser uma boa forma de ajudar a pagar as despesas do início do ano. Porém, pode acontecer de você não ter mais este valor disponível. A seguir, confira algumas opções para lidar com os gastos de começo de ano sem ficar endividado demais.
Renda extra
Caso os rendimentos mensais da família sejam insuficientes para o pagamento das dívidas do começo do ano, considere a possibilidade de adotar uma renda extra.
Você pode considerar trabalhos sazonais ou até mesmo uma forma de complementar sua renda trabalhando em aplicativos de economia colaborativa, como motorista de aplicativo e entregador.
Também existem outras formas de adquirir uma renda extra durante o período:
- Trabalho em eventos comerciais
- Ser cuidador ou passear com animais pet com a ajuda de aplicativos
- Vender roupas ou objetos que não utiliza mais
- Trabalhar com artesanato
- Alugar um cômodo da sua casa
- Trabalhar com festas infantis
Estas são apenas algumas das opções de conquistar renda extra. Muitos também consideram a opção de trabalhar como free-lancer, para garantir uma renda adicional. Existem diversos aplicativos, para diferentes atividades, que podem ajudar a encontrar uma boa oportunidade, mesmo que seja temporária.
Reserva de emergência
Quando se fala em começar a investir, a primeira coisa que deve se ter em mente é a constituição da sua reserva de emergência, que pode representar até 6 meses os rendimentos mensais de toda a família.
Se a situação estiver muito complicada, você pode utilizar parte da sua reserva para quitar as suas contas de início de ano. Porém, lembre-se sempre de repor o dinheiro que tiver gasto da sua reserva. Uma boa forma de não se frustrar ao considerar essa opção é definir um valor mensal para essa finalidade ao longo do ano. E, claro, se planejar para não passar mais por este aperto no ano seguinte.
Parcelamento das dívidas
Sem reserva de emergência ou renda complementar, não tem jeito: é preciso entender como negociar as dívidas que possui.
Caso a situação esteja realmente ruim, entenda quais são as contas prioritárias e tente negociá-las de forma individual, sempre pensando na melhor forma de pagamento. Começar o ano com o nome sujo não é uma boa ideia. Portanto, se conseguir negociar, mesmo que tenha que pagar um pouco a mais por isso, considere essa possibilidade.
Na pior das hipóteses, você pode considerar a venda ou troca do automóvel para honrar as dívidas. Avalie bem as opções e tome a melhor decisão possível, com a participação de toda a família.
Como se planejar para os gastos de começo de ano
Para evitar o trauma de ter que lidar com a alta quantidade de dívidas no começo do ano, a melhor forma é se planejar com antecedência.
Isso precisa ser feito meses antes da virada do ano. Porque, quando já se sabe o valor que precisa pagar em determinado mês, você consegue se preparar e evitar gastos desnecessários que comprometam os seus rendimentos mensais.
Mesmo que tenha sido pego de surpresa no início de 2021 com os gastos de começo de ano, pode começar desde já a criar um plano de ação para manter as finanças organizadas no ano que se segue.
A primeira coisa a se fazer é listar todos os gastos que teve no começo do ano. Utilize uma planilha, que ajuda a documentar tudo em um único arquivo e permite acompanhamento contínuo.
Separe colunas ou abas para todos os meses, daqui até o próximo ano, e insira os valores que você gasta por mês. O ideal é contabilizar tudo: contas de casa, água, luz, compras, cartão de crédito, despesas com o carro, mensalidades que precisam ser pagas etc.
Envolva toda a família na etapa de listar todas as contas que possuem. Isso fará com que todos tenham ciência da real situação de casa e se comprometam a ajudar nos momentos difíceis.
A vantagem de fazer essa lista é que você terá uma visão de todas as dívidas que entram ao longo do ano. Além disso, permite entender em que momento você pode ou não fazer uma nova aquisição para a família, seja a compra de uma casa, carro, uma viagem de férias, entre muitas outras opções.
Ao criar a planilha, a ideia é que você consiga entender o valor que realmente ganha e se organizar para que o valor das dívidas não comprometa seus rendimentos mensais. Organize uma forma de juntar um bom dinheiro, pensando em:
- Reserva de emergência: para ter uma garantia de pelo menos 6 meses de respiro em momentos difíceis para a família.
- Diversificação de investimentos: muitos especialistas têm alertado para evitar a poupança quando se pensa em guardar dinheiro. Além da reserva, veja uma forma de investir na sua aposentadoria, para garantir um futuro mais próspero e tranquilo.
- Diminuição de gastos supérfluos: se você tem o objetivo de guardar mais dinheiro por mês, precisa rever os seus gastos. Com a planilha, você consegue identificar o que está comprometendo mais os seus rendimentos mensais e estruturar um plano de ação para a sua reserva ou até mesmo para os seus investimentos.
- Planejamento para a compra de um bem: todos temos um sonho a realizar, e alguns deles podem levar mais tempo do que gostaríamos. A compra de uma casa ou apartamento, por exemplo, pode significar uma dívida de mais de 10 anos na maioria dos casos. A melhor forma de investir nesses bens é por meio do consórcio de imóveis. É você que define o valor que gostaria de pagar por mês, sem ter que dar entrada ou pagar juros pelas mensalidades.
Como o consórcio pode ajudar com o seu planejamento
A partir do momento que você conseguiu identificar os seus gastos e já estabeleceu um plano de ação para não passar mais por situações difíceis, pode considerar o investimento em bens de alto valor.
Nesse quesito, o consórcio se apresenta como um importante aliado. Se você deseja comprar ou trocar de carro, investir no seu primeiro imóvel, aumentar seu patrimônio ou adquirir um serviço a longo prazo, como viagens, estudos, reforma da casa, cirurgia ou até mesmo festas, conte com a forma mais flexível de compra parcelada.
Pelo consórcio, você não precisa pagar entrada ou juros, como acontece com o financiamento, por exemplo. Você escolhe o bem que deseja e determina o valor por meio da carta de crédito.
Por meio do simulador, você consegue identificar o valor que pagaria pelo tipo do bem e seleciona a quantidade de mensalidades. Em seguida, o simulador retorna com o valor das mensalidades, com o acréscimo da taxa de administração, que serve para remunerar a empresa de consórcio, e o fundo de reserva, que garante a contemplação de todos os bens nos grupos.
O valor da mensalidade não pode ultrapassar 30% dos seus rendimentos mensais. Identifique o melhor valor e comece, o quanto antes, a investir no seu sonho. Não é preciso escolher o bem no momento de fechar o contrato: basta determinar o valor da carta de crédito, enquanto pesquisa junto à família que casa, carro, moto ou serviço pretende comprar.
Como a carta de crédito dá poder de compra à vista, você tem mais uma boa oportunidade de economizar: portanto, negocie com o proprietário; você pode conseguir um bom desconto à vista na transação.
Para saber mais sobre os múltiplos benefícios do consórcio, faça uma simulação e mantenha o planejamento dos seus gastos, para não ser pego de surpresa (mais uma vez) no ano seguinte.