Com os índices de desemprego atingindo patamares históricos, os brasileiros têm procurado novas formas de conseguir renda, seja para sustentar a família, aumentar a rentabilidade mensal ou entrar de vez no mundo do empreendedorismo.
Para se ter uma ideia do tamanho deste novo momento, em pelo menos 9 estados os autônomos formam 40% de toda a força de trabalho. O trabalho informal tem sido uma alternativa para quem precisa manter as contas em dia. Vale lembrar que o país vive um dos piores momentos de sua história em relação ao emprego formal: atualmente, 13,5% dos brasileiros estão sem emprego, segundo levantamento da consultoria iDados, com informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O lado ruim é que muitas pessoas correm o risco de verem o seu negócio falhar, por conta da necessidade de contar com o dinheiro como se estivesse em um emprego formal.
Por outro lado, o número crescente de autônomos indica que as pessoas estão atrás de novas formas de ganhar dinheiro. Com estudo, organização e muito planejamento, o negócio pode prosperar e gerar uma renda maior do que se estivesse em um emprego formal.
Com a criação do formato de Microempreendedor Individual (MEI), que facilita para que muitas pessoas possam criar seu negócio e contribuir mensalmente para ter acesso a benefícios básicos, muitas pessoas têm encontrado novas motivações para o próprio negócio. Um levantamento realizado pelo Sebrae mostrou que mais de 10 milhões de brasileiros tornaram-se MEIs já nos primeiros meses de 2020. Com o agravamento da pandemia de Covid-19, esse número tem crescido ainda mais.
Profissionais como cabeleireiros, manicures, prestadores de serviços autônomos, motoristas de aplicativo entre outras categorias têm se registrado como MEI. Para sobreviver nesse novo momento, muitos deles procuraram novas linhas de crédito, para pagar as despesas correntes e ter dinheiro em caixa.
Mas, quando falamos de autônomos, existem outras categorias também, que envolvem outras especificidades de pessoas jurídicas.
Seja como for, enquanto autônomo, é preciso ter mais disciplina e organização em relação ao dinheiro. Isso porque, diferentemente dos trabalhadores registrados, que possuem benefícios e, por obrigação, destinam parte do salário para FGTS e aposentadoria, o autônomo possui outros custos e, na maioria das vezes, recebe o valor de forma bruta.
A seguir, vamos dar algumas dicas de como o autônomo pode se organizar para não perder nada de vista e usar o consórcio a seu favor.
Desafios de ser autônomo: como lidar
Quem já trabalha como autônomo há um bom tempo certamente possui uma forma de se organizar para pagar não apenas todos os funcionários e fornecedores, mas também para retirar o valor necessário que compõe o chamado pró-labore, que funciona como o salário para quem tem sociedade.
A primeira etapa de qualquer autônomo é fazer um planejamento financeiro. Dependendo da profissão em que atua, é mais complicado ter uma previsibilidade do quanto se ganha por mês.
Mesmo que você esteja no começo do seu negócio, é de extrema importância planejar como você vai utilizar o dinheiro que recebe.
A seguir, vamos mostrar como você pode fazer isso.
Separar o pessoal do profissional
Digamos que você seja motorista de aplicativo e usa o seu carro como instrumento de trabalho todos os dias. Semanalmente, você retira uma boa quantia de dinheiro que, de forma bruta, ajuda muito com as despesas de casa.
Porém, é preciso encarar a realidade como ela é: você tem um custo para trabalhar com o seu carro, não é verdade? Portanto, considere valores como combustível, lavagem do automóvel, manutenção, além de despesas correntes do carro: seguro, mensalidade (caso seja financiado ou esteja com dívida aberta com a empresa de consórcio), IPVA, entre outros tributos.
Para chegar a um valor semanal é preciso fazer alguns cálculos. Neste caso, uma planilha de gastos pode ser de extrema importância: liste todos os custos com o seu carro de forma anual, primeiramente; depois, você pode dividir para ver quanto ficaria por mês e, se necessário, quebrar o valor em semanas.
Ainda no exemplo do motorista, se ele receber um valor semanal, conseguirá identificar o percentual necessário para arcar com todos os custos que permitem a realização de sua mão de obra. Como algumas despesas têm vencimento apenas uma vez por ano, você pode guardar em uma conta à parte, apenas para pagar por esses custos.
Com essa separação dos custos, você também pode considerar outras possibilidades, como deixar um percentual para investir no seu negócio. No exemplo do motorista de aplicativo, pode-se pensar em um modelo de automóvel mais luxuoso e confortável, para ganhar mais por viagens.
É possível aplicar a lógica deste exemplo para qualquer tipo de negócio ou empreendimento: manter uma conta que seja apartada dos seus gastos pessoais. Além de entender melhor como os gastos estão sendo feitos, você consegue estruturar uma forma de investir mais no seu negócio e até mesmo montar um caixa apartado, para se proteger diante de momentos difíceis - como a pandemia, que afetou milhões de empreendimentos em todo o mundo.
Prepare-se para investir o quanto antes
Existem diversos motivos para que o autônomo invista o seu dinheiro da melhor forma: para compra de mais materiais, alugar um ponto melhor, comprar um veículo que atenda às necessidades e garanta mais rentabilidade, e por aí vai.
Ao separar as contas, deixe um pequeno percentual para investimentos de diversos tipos. No começo, pode ser difícil ter que abrir mão de um valor que poderia ser utilizado no dia a dia para cobrir gastos. Mas, pensando a longo prazo, você pode fazer com que o seu dinheiro renda mais para, no futuro, conduzir uma reforma importante no seu estabelecimento ou comprar novos maquinários para aprimorar a sua produção.
Quando falamos de investimento, é preciso ter em mente bens de alto valor que são importantes para o seu dia a dia. Assim como o exemplo do motorista de aplicativo, que precisa de um carro melhor se quiser ter mais segurança e ganhar mais por viagem, tem o caso do dono de um mercadinho que quer alugar um ponto maior, a cabeleireira que quer mais cadeiras para contratar mais profissionais ou o produtor agrícola que precisa de mais maquinário para regar mais sementes e multiplicar suas vendas.
Para isso, você pode contar com o consórcio, que apresenta inúmeras facilidades para autônomos. Confira mais a seguir.
Como o consórcio ajuda profissionais autônomos
O profissional autônomo precisa contar com uma forma fácil de comprar bens de alto valor sem depender da política de crédito das grandes instituições financeiras.
Embora o financiamento garanta a entrega do bem após uma série de burocracias e comprovações, a cobrança exaustiva de juros pode corroer todo o seu suado dinheiro. Logo, o carro que você quis pegar às pressas por meio do financiamento pode representar um custo expressivo para os seus lucros.
Antes de considerar o consórcio, é importante ter um bom planejamento em mente. Isso porque, com o consórcio, você não sai com o bem na hora. Na verdade, a modalidade é uma forma de autofinanciamento do seu bem: para isso, você entra em um grupo com diversos outros consorciados, que têm interesses parecidos com o seu.
Para garantir que todos possam ter acesso ao bem de forma justa e isonômica, a administradora faz sorteios mensais das cotas.
Você pode ser contemplado com o seu bem por meio do sorteio, que pode acontecer do primeiro ao último mês do pagamento da sua cota, ou com a oferta de lances. O lance é um valor a mais que você pode tentar em uma assembleia mensal para ter acesso antecipado à sua carta de crédito. Se o seu valor for o maior naquele mês, você é contemplado. Mas, se não for contemplado, sem problemas: você pode tentar a oferta nos meses seguintes.
A seguir, vamos explicar tudo o que você pode comprar com o consórcio e explicar passo a passo todas as etapas de contratação.
O que os autônomos podem comprar com o consórcio
Existem diversas formas de fazer a contratação de um consórcio. Antes disso, é preciso entender: qual o seu objetivo?
Para cada um deles, muito provavelmente você poderá contar com as facilidades de um consórcio.
A seguir, vamos mostrar os produtos que se pode obter por meio do consórcio e como eles podem ajudar nos negócios de profissionais autônomos.
Consórcio de automóveis
A mais conhecida modalidade de consórcio pode ajudar autônomos que trabalham com algum tipo de veículo.
Motoristas de aplicativo, por exemplo, podem considerar o consórcio para a compra de um novo carro ou até mesmo a troca do antigo. Com o mercado tão aquecido, muitos profissionais aproveitaram para montar a própria frota de veículos. Neste caso, é possível investir em mais de uma cota de consórcio de automóveis. Assim, você garante a contemplação de diversos veículos em diferentes momentos ou tem a possibilidade de fazer a oferta de diferentes lances para a contemplação de vários veículos ao mesmo tempo.
O consórcio de automóveis também pode ajudar profissionais que trabalham com entregas, com a realização de algum tipo de serviço a domicílio ou até mesmo quem deseja comprar peruas escolares, pequenas caminhonetes ou simplesmente um carro apenas para o trabalho.
Consórcio de moto
Seja em pequenas ou grandes cidades, a economia colaborativa tem aumentado exponencialmente a demanda por entregadores de diversos tipos de itens: compras, encomendas e até mesmo a comida quentinha para pronta refeição.
Por conta disso, muitos profissionais têm procurado o consórcio para comprar ou trocar o modelo existente por uma nova moto, que não deixe na mão no momento do trabalho.
Aliás, nem só para os entregadores o consórcio de moto auxilia profissionais autônomos. Vigilantes de bairro, que rondam a vizinhança à noite para garantir a segurança dos moradores, também podem se beneficiar das facilidades do consórcio. E, mesmo quem possui um comércio e precisa de um veículo que permita transitar por lugares de forma rápida e prática, pode dar início a um consórcio para a compra da nova motocicleta.
Consórcio de imóveis
O consórcio imobiliário representa um investimento a longo prazo. Afinal, estamos falando de comprar um terreno ou um empreendimento que já esteja construído. Ou seja, você pode tanto construir o seu próprio negócio do começo ou aproveitar um estabelecimento pronto para deixá-lo do jeito que sempre quis.
Isso dá margem para que o autônomo invista no consórcio de imóveis com diversos objetivos:
• Mudar para um ponto que seja mais movimentado;
• Comprar um terreno para montar um novo empreendimento, seja do mesmo segmento ou de um segmento diferente, para diversificar sua renda;
• Comprar um ponto estabelecido, para lucrar com a clientela que já costuma frequentar o local;
• Fazer do seu negócio uma filial e adquirir novo imóvel em um local mais estratégico.
Essas são apenas algumas das múltiplas possibilidades de expandir seus negócios com o consórcio de imóveis.
Mesmo que esteja no começo do seu empreendimento, comece o quanto antes a planejar o próximo passo do seu negócio contratando o consórcio de imóveis. Se você tiver um bom lucro e multiplicar seus rendimentos mensais, pode considerar a oferta de um lance, em busca de ter acesso antecipado à sua carta de crédito. Quando se vê, logo o seu primeiro negócio estará se expandindo, seja em um novo ponto ou mais um local para ampliar sua quantidade de clientes.
Consórcio de maquinários agrícolas e veículos pesados
Além de automóveis de passeio ou para trabalho, o consórcio também permite a compra de maquinários específicos para quem trabalha no ramo agrícola.
Caminhoneiros que trabalham com entregas por todo o Brasil também podem trocar ou comprar um veículo novo por meio do consórcio. Vale o mesmo para quem tem frotas de ônibus, micro-ônibus e outros veículos pesados para determinada finalidade: entrega de produtos, transporte de carga pesada, fornecimento de obra-prima para terceiros, veículos de passeio para uma grande quantidade de pessoas… Para todos esses casos, o consórcio também pode ser uma grande mão na roda para profissionais autônomos.
Consórcio de serviços
Como forma de renovar seu portfólio, as administradoras de consórcio passaram a oferecer diversos tipos de serviços. As cartas de serviços são menores comparadas a outros produtos: entre R$ 15 mil e R$ 30 mil, que podem ser divididos em até 30 mensalidades.
Porém, é possível fazer muita coisa com o consórcio de serviços para o seu empreendimento. Veja algumas opções:
• Estudos: para quem quer buscar conhecimento sobre o ramo de negócio e, no futuro, ampliar suas possibilidades;
• Festas: se você possui um pequeno empreendimento com alguns funcionários, pode contratar o consórcio para preparar a festa de fim de ano ou de divulgação dos resultados dos seus negócios;
• Reforma da sua loja, salão ou empreendimento comercial com novas pinturas, decoração, compra de novos equipamentos para estrutura, entre outras possibilidades.
Agora que você conferiu algumas alternativas para melhorar o seu negócio enquanto profissional autônomo com o consórcio, vamos explicar como funciona o processo de contratação de uma cota.
Como contratar consórcio
Todo profissional autônomo tem desejos e ambições com o seu negócio. Por mais que esse sonho esteja distante, com o consórcio é possível pôr em prática a realização desse sonho, sem ter que comprometer demais o orçamento mensal ou os lucros dos negócios.
Após identificar o que realmente precisa, o primeiro passo é ir atrás de uma administradora que possua autorização do Banco Central do Brasil (Bacen) para operar - como a Embracon, que possui mais de 30 anos de credibilidade no segmento. O Bacen fica responsável por regulamentar o setor e garante que as empresas realizem o processo de contratação e contemplação sem nenhum risco ao consorciado.
Feita a escolha, é necessário fazer uma simulação do bem que deseja adquirir. Para isso, basta selecionar o bem e colocar o valor da carta de crédito. A carta de crédito representa o valor total do bem que deseja comprar.
Em seguida, é preciso fornecer alguns dados pessoais, para que o especialista entre em contato posteriormente para tirar todas as dúvidas e fechar o contrato. Então, você pode prosseguir com a simulação, informando a quantidade de mensalidades.
O simulador retorna com o valor das parcelas dividindo a carta de crédito pela quantidade de mensalidades e já acrescentando algumas taxas do consórcio, como a taxa de administração, que serve para remunerar a administradora pela formação dos grupos, realização dos sorteios e entrega das cartas de crédito, e o fundo de reserva, que garante a saúde financeira dos grupos para entrega das cartas.
Após confirmar os valores, o especialista de consórcio entra em contato para tirar todas as dúvidas e envia o contrato de adesão. Leia com atenção para entender todos os seus direitos e deveres.
A administradora tem até 90 dias para colocar o consorciado em um grupo. As mensalidades de cada integrante abastecem o fundo comum, responsável pela entrega das cartas de crédito nos sorteios mensais.
Para participar das assembleias, é preciso pagar as mensalidades na data correta. Além dos sorteios, a assembleia é o momento em que os consorciados podem fazer a oferta de um lance para a carta de crédito.
Se você for contemplado por lance, o valor ofertado quita as últimas mensalidades do seu consórcio. Ou seja, o lance ajuda você a terminar o pagamento do consórcio com antecedência.
Fui contemplado, e agora?
Após a contemplação, a administradora faz uma nova análise de crédito, para garantir que o consorciado continue se comprometendo com as mensalidades mesmo após receber a carta.
Durante essa etapa, o valor da mensalidade não pode ser 30% maior que os rendimentos mensais do consorciado. Caso isso aconteça, é necessário indicar um devedor solidário, que compartilha a responsabilidade da dívida.
Siga todas as orientações da administradora ao ser contemplado. Lembrando que só é possível usar a carta de crédito para a finalidade que ela foi contratada: se selecionar consórcio de automóveis, precisa usar a carta para a compra ou troca do carro; se contratar imóveis, deve usar a carta para terrenos, estabelecimentos comerciais, e assim por diante.
Ao ser contemplado com a carta de crédito, é preciso indicar à administradora o proprietário ou fornecedor responsável pelo bem. Isso porque a administradora faz a transferência diretamente para o proprietário, ou seja, o valor da carta de crédito não é depositado na conta do consorciado. Somente após 180 dias de contemplação o consorciado tem direito a receber o valor integral da carta de crédito.
Uma das maiores vantagens do consórcio para os autônomos é que, com a carta de crédito, você tem poder de compra à vista. Isso pode gerar uma boa margem de negociação para a compra do seu bem, seja com consórcio de imóveis, moto, automóveis ou serviço.
Se o saldo da sua carta for maior que o bem que deseja comprar, é possível utilizar até 10% do saldo para despesas com burocracias, documentações etc. Mas, se o saldo for insuficiente, não se preocupe: é possível completar a transação com os seus próprios recursos. Portanto, converse com o proprietário ou fornecedor e use o consórcio a seu favor.
Consórcio: uma ótima opção para autônomos
Agora que você já conhece todas as vantagens do consórcio, já pode planejar o seu próximo investimento. Conheça bem o seu negócio e defina as suas prioridades.
Uma boa forma de iniciar o investimento em bens é separar um percentual do seus rendimentos como autônomo para essa finalidade. A partir do momento que você tem previsibilidade dos seus ganhos e gastos, consegue se organizar para definir o valor da mensalidade do consórcio.
Vale lembrar que a mensalidade não pode ultrapassar 30% dos seus rendimentos mensais. Todas as administradoras mantêm essa medida para evitar qualquer tipo de inadimplência.
Se você tiver urgência em receber a sua carta de crédito, avalie a possibilidade de fazer a oferta de um lance. Nenhuma administradora pode garantir quando a contemplação vai acontecer, mesmo que seja com o valor de um lance. É preciso acompanhar as assembleias mensais para definir o melhor valor de lance.
E aí, já sabe onde vai direcionar o próximo investimento para o seu negócio? Faça uma simulação de consórcio e comece desde já o plano de expandir seu empreendimento.