Principais gastos na hora da compra da casa

27 de set. de 202119 minutos de leitura
Principais gastos na hora da compra da casa

Por muitas décadas tem prevalecido para o brasileiro o sonho de ter a casa própria. Claro que, para isso, é preciso muita luta: juntar dinheiro para a compra de um imóvel é um processo de longuíssimo prazo, e envolve um planejamento muito bem detalhado.

Mesmo em tempos de pandemia de Covid-19, esse sonho parece ter se fortalecido. Os motivos são nobres: com o isolamento social, queremos cada vez mais estar em um lar aconchegante, que nos permita trabalhar em home office, desfrutar dos pequenos prazeres e, claro, conseguir curtir todos os cantos da casa da melhor forma possível.

Um estudo realizado pela Datastore, empresa especializada em pesquisas do setor imobiliário, identificou que mais de 13 milhões de famílias brasileiras ainda pretendem comprar um imóvel nos próximos dois anos.  

E os motivos variam bastante. As pessoas querem morar em um local onde se possa ter um bom conforto, criar um espaço mais aconchegante e deixá-lo com a sua cara.

Seja uma casa nova ou apartamento, a redefinição de um novo lar é um dos momentos mais instigantes em nossas vidas. Alguns podem ter dificuldade de identificar o que realmente desejam comprar - principalmente se estiverem se mudando da casa dos pais recentemente, dando início a uma nova fase. Mas, se tiver mudando com a família, certamente a nova fase virá acompanhada de uma empolgação coletiva. Afinal, estamos falando de um novo ambiente, com móveis novos, um novo espaço em uma nova vizinhança.

A compra de uma casa é uma decisão empolgante, mas também muito complicada. É preciso estar atento ao bairro em que se deseja morar, verificar se existem escolas para os filhos, distância para o trabalho, acesso a hospitais, supermercados, farmácias etc.  

Porém, existem outros fatores que precisam ser levados em consideração na hora de comprar uma casa. Vamos explicar todos eles a seguir.

O que é preciso se atentar ao comprar uma casa?

A casa é a realização de um grande sonho de toda a família. E, claro, para se ter um bom lar, é preciso pensar em cada detalhe.

Antes de tudo, pense no bairro em que deseja morar. A partir disso, você já consegue estabelecer um parâmetro de como será a sua nova vida.

Caso queira construir do zero, é preciso avaliar muito bem o terreno e contar com a ajuda de um profissional - como um engenheiro ou um arquiteto.

Mas, se já tem em mente qual a casa que deseja comprar, veja como estão as condições do lar. Muito provavelmente você terá que realizar algum tipo de reforma, para deixá-la do jeito que realmente deseja.

O primeiro passo é identificar quais são as prioridades: você pode começar com coisas pequenas, como a pintura de paredes ou a troca de objetos de decoração, por exemplo. Entretanto, ao se deparar com problemas estruturais, como encanamento ou fiação elétrica, é bom se preparar para lidar com esses gastos o quanto antes. Do contrário, você pode ter um baita prejuízo lá na frente e ser pego desprevenido.

Fazer uma avaliação do imóvel é extremamente importante até mesmo para definir o valor final do bem. Uma casa que esteja com mal acabamento e passe por algum tipo de problema elétrico ou hidráulico certamente terá um valor final reduzido.

Outro fator importante a se pesquisar é o metro quadrado da região em que pretende morar. Você pode ter se apaixonado por uma casa em específico, mas já parou para analisar se o preço não está alto demais por conta da localização?

Considere também os gastos que terá com a possível compra da casa. Uma boa forma de ter esse entendimento é passeando pelo bairro. Encare como seria viver por lá antes mesmo de considerar a compra: será que o preço do supermercado é muito acima? Suas idas à padaria ou frequentar locais como barbearia e salões de beleza, por exemplo, podem resultar em um gasto mensal mais elevado?

A escola dos filhos também é um elemento importante em relação à mudança. Sem esquecer de gastos como a distância ao trabalho, serviços locais (internet, por exemplo) e contas básicas, como água e luz. É difícil ter uma visão exata do quanto você pode gastar a mais com isso, mas tente fazer uma avaliação de como seria mudar para o novo local antes mesmo de fechar negócio. Isso dará uma perspectiva mais realista dos gastos após a compra do imóvel.

Agora que mencionamos algumas dicas importantes para se observar ao avaliar uma casa, vamos falar dos gastos que certamente você terá com a compra de um imóvel. Confira e tire todas as suas dúvidas.

Comissão do vendedor

Uma das primeiras coisas que o comprador precisa saber ao comprar um imóvel é que parte do seu dinheiro será destinado à comissão de quem está responsável pela venda: pode ser um corretor, uma imobiliária, enfim, a pessoa que está facilitando todo esse processo.

Neste caso, porém, é bom ficar atento. Muitos corretores já colocam o valor do seu preço atrelado ao valor final de compra do imóvel. Outros podem anunciar o preço do imóvel sem incluir essa taxa, o que pode surpreender o comprador durante a transação.

Portanto, o ideal é se certificar se o valor comercializado do imóvel já inclui o percentual destinado ao corretor. Em geral, este valor fica em torno de 6% do total do imóvel. Caso o corretor seja autônomo, aproveite para negociar sua taxa final; você pode economizar um bom dinheiro nessa etapa, principalmente se realizar o pagamento à vista da comissão.

Gastos com documentação da casa

Quando pensamos na compra de uma casa, ficamos tão empolgados que esquecemos dos gastos agregados que ela possui.  

Se você tiver construindo do zero, certamente terá que considerar gastos com obras, com profissionais que irão trabalhar na construção, além de todo o material que será comprado e utilizado.

Você só terá esse tipo de gasto ao considerar uma reforma em seu novo lar. Mas, antes mesmo de entrarmos nessa etapa, vamos mostrar com quais documentações você deve se preocupar para a compra da sua nova casa.

Custos de vistoria

Antes mesmo de começar a pagar pela documentação da casa, é preciso considerar os custos de vistoria que devem ser realizados no período de avaliação do imóvel.

Trata-se de uma avaliação contratada de profissionais como engenheiros, por exemplo, entre outros profissionais técnicos que irão analisar a parte hidráulica, elétrica e até mesmo identificar se a construção não representa algum tipo de risco.

Os custos de uma vistoria vão depender do tamanho do imóvel e da empresa a ser contratada. Para o caso de uma compra por consórcio ou financiamento, a vistoria é obrigatória e tem o objetivo de fornecer segurança para o interessado pela compra do imóvel.

Escritura de imóvel

A escritura de imóvel nada mais é do que o registro expresso de que existe uma pessoa interessada na compra e outra pessoa interessada na venda de um imóvel.  

Trata-se de um documento público oficial que vai certificar e fazer válido o acordo de compra e venda entre as partes.  

A escritura de imóvel está prevista no Código Civil de 2002 e é elaborada no cartório de notas, devendo ser assinada logo após o contrato. Por ser um ato lavrado no cartório de notas, trata-se de um instrumento jurídico que manifesta a vontade entre duas partes na compra e venda do bem. Esse documento vai assegurar a propriedade e oficializar a transferência do imóvel.

O valor da escritura pode variar bastante de estado para estado. No caso de um imóvel de R$ 500 mil do estado de São Paulo, por exemplo, o valor da escritura pode atingir até R$ 4 mil. Em outros estados, o valor de comparação pode ser menor.

Para descobrir o valor que você irá gastar com a escritura, é preciso buscar um tabelionato de notas e ver quanto é cobrado pelo documento, baseado no seu imóvel de interesse. O valor que custará a escritura varia de acordo com o município que o bem esteja localizado. Geralmente, a variação é entre 2% e 3% do valor venal, aquele estimado pelo governo de acordo com os dados do imóvel. Quem for adquirir o primeiro imóvel tem direito de obter 50% de desconto no pagamento da escritura, desde que seja financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH). O benefício só é válido para imóveis residenciais.

Para ter acesso à escritura, é preciso fornecer os seguintes documentos ao cartório de registro de imóveis:

  • Cadastro de Pessoa Física (CPF);
  • Carteira de Identidade;
  • Comprovante de residência;
  • Dados do cônjuge;
  • Certidão de casamento ou de união estável;
  • Guia de recolhimento do Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI);
  • Cartela do IPTU ou certidão de valor venal emitido pela Prefeitura;
  • Negativa de débitos do IPTU;
  • Matrícula atualizada do imóvel.

Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI)

O ITBI é um imposto municipal que permite a formação da escritura pública de compra e venda do imóvel. Seu valor depende de região para região: na maioria dos casos, pode atingir de 3% a 4% do valor total do imóvel.

Por exemplo, se estiver investindo em uma casa de R$ 300 mil, por exemplo, pode gastar de R$ 9 mil a R$ 12 mil com esse imposto.  

O ITBI é calculado a partir do valor venal do imóvel, ou seja, não necessariamente terá como base o valor de venda do imóvel. O município estabelece o cálculo do valor venal para efeito de cobrança do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que leva em consideração a construção por metro quadrado.

Mas, diferente do IPTU, que passa a ser um imposto recorrente após a construção do imóvel, o ITBI é pago apenas uma vez pelo comprador. Pode acontecer, porém, de alguns municípios cobrarem o vendedor pelo ITBI.

Dependendo do município, é possível fazer o parcelamento do valor do ITBI em até 12x, sem juros. Em alguns locais a data de vencimento depende da lavratura da escritura pública: em outros, pode acontecer do pagamento ser feito após esse registro.

Também pode acontecer de o comprador ficar isento deste imposto, principalmente nos casos a seguir:

  • Quando o imóvel é incorporado ao patrimônio de empresa (pessoa jurídica);
  • Quando há incorporação ou fusão de uma empresa (pessoa jurídica);
  • Primeira aquisição de imóvel com o valor de até R$ 176.444,41;
  • Imóvel que integre o Programa Minha Casa Minha Vida.

Registro do imóvel

Para o pagamento dessa etapa, é preciso que toda a escritura pública esteja acertada com o Cartório de Registro de Imóveis, de acordo com o artigo 1.245 do Código Civil.

A base de cálculo do registro é o valor de alienação do imóvel. O valor a ser pago pelo registro varia de estado para estado.

Muitos fatores são levados em consideração para o valor final. Existe uma tabela que leva em conta as leis estaduais para determinar o valor de registro a partir de uma série de características, como registro com valor declarado, loteamento, incorporação ao condomínio, entre outros fatores. É preciso consultar o Cartório de Registro de Imóveis para identificar o total a ser pago pelo registro do imóvel.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, o registro de um imóvel de R$ 500 mil pode custar em torno de R$ 2.500. Consulte a associação responsável por registro de imóveis do seu município para identificar o valor a ser pago pelo registro da sua casa ou apartamento.

Dívidas do antigo proprietário

Deu pra perceber que, só com a documentação, um imóvel acaba tendo mais custos do que você imaginava.

Porém, esses gastos são importantes, porque farão com que você mantenha o seu imóvel dentro dos preceitos da lei e possa se organizar caso, no futuro, queira vender ou alugar a sua propriedade.

Mas, antes de chegar lá, ainda é preciso lidar com outro aspecto extremamente importante: a situação do atual imóvel que deseja comprar.

Na compra de um imóvel usado, todas as despesas atreladas a ele passam a ser do novo proprietário. Portanto, é preciso certificar que todas as obrigações fiscais estejam quitadas antes de concluir a compra daquela casa ou apartamento que tanto deseja.

Mas, como isso pode acontecer? Vamos utilizar como exemplo um apartamento já construído, que teve um antigo proprietário. Caso você tenha finalizado a compra, mas ele tenha alguma pendência de condomínio, IPTU, taxa de lixo, enfim, qualquer outro tipo de pendência que não é registrada pelas documentações de transferência, o responsável pelo pagamento é o novo proprietário - ou seja, você!

Felizmente, é possível evitar esse tipo de problema. Para isso, deve-se verificar a situação fiscal do imóvel que deseja comprar e solicitar um levantamento das dívidas existentes.  

Esse tipo de situação tende a acontecer, principalmente, na negociação direta com o proprietário. Nesse caso, o aconselhável é buscar certidões negativas da pessoa e de seu cônjuge - o que pode ter um custo de R$ 1 mil por pessoa avaliada. Esse tipo de avaliação permite entender se os antigos donos do imóvel não respondem a ações judiciais ou penais.  

Trata-se de uma avaliação extremamente importante porque, caso o imóvel esteja envolvido em um tipo de disputa judicial, por exemplo, você pode ter que devolver mesmo após firmada a compra.  

Gastos com manutenção

Após lidar com todos os custos de documentação e transferência de propriedade, ainda é preciso avaliar algumas pendências relacionadas ao imóvel.

O custo de vistoria costuma ser determinante para prosseguir com a transação, mas é preciso que o seu imóvel esteja adequado ao que você realmente deseja, certo?

Claro que, uma vez que você se torna dono do imóvel, fica a seu critério lidar com alguns tipos de custos - principalmente se forem custos marginais, que não vão comprometer o perfeito uso do imóvel. São gastos com fiações, refação de pintura, adequação dos cômodos, pisos, tomadas, pontos de luz, entre muitos outros.

O recomendado é lidar com a manutenção antes mesmo de começar a morar, para não ter uma experiência desconfortante com o seu novo lar. Afinal, depois de montar todos os móveis, quem vai querer parar para rever esses custos básicos de manutenção? O ideal é se preparar o máximo possível, para que você e sua família aproveitem o seu novo lar sem nenhum tipo de problema.

Cuidado com as despesas correntes

E não podemos esquecer das novas ‘taxas’ que entram em nossas vidas com a compra de um imóvel: valor de IPTU, que é medido por metro quadrado, taxa de condomínio, entre outros (que podem variar, dependendo do município).

Muitas vezes, as despesas correntes já chegam no nome do novo proprietário antes mesmo de começar a morar no local. Isso porque os contratos de compra e venda podem demorar até 6 meses para ficarem devidamente prontos. Nesse período, algumas contas já podem chegar e devem ser quitadas na data, para não gerar nenhum tipo de problema posterior.

Antes mesmo de tomar a decisão de morar no novo lugar, é importante sondar o quanto você deve pagar por esses impostos. Faça a relação com os seus rendimentos mensais, para ver se não irá impactar demais no seu orçamento.

Decoração da casa

Finalmente você está com a sua casa ou apartamento. Mas, até que ele fique realmente a sua cara, é preciso pensar em todos os detalhes de decoração.

Uma boa opção é contratar um designer de interiores, a fim de deixar o ambiente da forma que melhor combina com você e sua família. Esse tipo de profissional saberá aproveitar cada espaço e pode propor uma maneira inteligente de organizar todas as suas coisas - além, claro, de recomendar a compra de novos itens.

Se você não estiver com pressa para a mudança, pode contar com o consórcio de serviços para a reforma e decoração do seu novo lar. Com cartas de crédito entre R$ 15 mil e R$ 30 mil, que podem ser divididos em até 30 mensalidades, você pode se organizando aos poucos para pagar os serviços de um arquiteto ou decorador e até mesmo comprar os itens necessários para a sua nova decoração: materiais de acabamento, novos móveis, entre outras opções.

Mas, se quiser pagar aos poucos os custos de cada elemento de decoração da sua casa, veja alguns gastos que devem ser considerados nessa etapa.

Acabamento

É comum estarmos tão empolgados com a nova casa a ponto de esquecer um de seus pontos mais importantes: o acabamento, ou seja, o trabalho necessário para que ela esteja pronta para a mudança.

Para isso, é preciso verificar se as paredes estão nas cores que você pensou, telhados, canteiros, portas envernizadas, pontos de luz instalados… Sim, são muitos elementos. Não é à toa que o acabamento, na grande maioria das vezes, tem um custo muito maior do que o esperado.

Para não cair nessa armadilha, organize com antecedência tudo o que for necessário. Você pode contar com o apoio de um profissional para isso - como um engenheiro, arquiteto ou mestre de obras, por exemplo.

A mão de obra é um fator muito importante no acabamento: por isso, quanto mais determinado você estiver nessa etapa, maiores são as chances de gastar menos com o que realmente deseja. Ao optar por um profissional para conduzir toda essa etapa, você evita dores de cabeça; afinal, ele tem uma rede de fornecedores e conhecimento de uso de materiais que irão acelerar o processo como um todo.

Na maioria dos casos, os decoradores ou responsáveis pelo acabamento de uma casa cobram pelo metro quadrado. Quanto mais cômodos ele tiver que arrumar, maiores são as chances de negociar um preço melhor pelo conjunto do trabalho - afinal, para muitos deles, não compensa sair para arrumar apenas um ou outro cômodo.

Procure por recomendações e alinhe muito bem tudo o que precisa ser feito na etapa de acabamento, para que você não acabe gastando mais do que deveria.

Compra de móveis e eletrodomésticos

Se você vai comprar uma casa para morar, é comum que pense em trazer alguns móveis e eletrodomésticos da casa antiga. Mas, será que eles vão combinar, da forma que você realmente gostaria?

Sabemos que os custos de uma casa tendem a ser muito elevados, principalmente no momento da aquisição, com todos os detalhes de documentação, transferência e imposto, que citamos acima.

Mas, pensando a médio e longo prazo, é importante começar a calcular o preço de novos eletrodomésticos e móveis para o seu novo lar. A reforma de uma cozinha, por exemplo, pode custar em torno de R$ 15 mil a R$ 20 mil, considerando compra de refrigerador, fogão e armários.  

Mas, se deseja mudar a estrutura da sua cozinha, com um conceito americano ou com cozinha central, o custo pode ser maior.  

Sala, quarto, banheiro, área externa: cada um desses cômodos também devem gerar novos custos de decoração. Priorize o que é mais importante e tome cuidado para não se empolgar demais logo no começo. Entenda o que realmente cabe no orçamento, para não se endividar demais em um momento tão importante de mudança na sua vida.

Itens de decoração

Uma nova casa exige novos cuidados. E isso envolve, também, a parte de decoração.

Plantas, quadros, a disposição da mesa, TV, sofá: tudo é um elemento considerável quando pensamos na decoração, e isso deve ser harmonizado de forma equilibrada dentro do seu novo ambiente.

Caso o orçamento esteja apertado, pense em um modelo de decoração que pretende seguir a longo prazo e vá preenchendo seu novo ambiente com diferentes elementos com o passar dos meses. Em breve, sua casa estará do jeito que você sempre sonhou.

Por que o consórcio é a melhor forma de comprar uma casa

Como deu para perceber, são muitos gastos com a documentação do seu imóvel. A soma deve compor, no total, cerca de 6% do imóvel - ou até mais, dependendo do estado em que você realizar a aquisição da sua nova casa ou apartamento. Sem contar a parte de cuidar de decoração, acabamento e compra de novos móveis, que certamente podem levar o preço lá para cima.

Ao fazer um consórcio de imóveis, por exemplo, você já pode se organizar para pagar por boa parte das documentações necessárias. É possível utilizar até 10% da sua carta de crédito para essa finalidade - após a aquisição do seu novo imóvel, claro.

Passo a passo para fazer um consórcio de imóveis

Para dar início ao seu consórcio é bem simples. Diferentemente do financiamento, por exemplo, não é preciso pagar valor de entrada para dar início à realização do seu sonho.

Você pode começar simulando o valor do seu consórcio. Para isso, basta entrar no site da administradora de consórcio e optar pela simulação de consórcio de imóveis.

O primeiro passo é inserir o valor da carta de crédito, que representa o total a ser pago pelo seu imóvel. Você não precisa se preocupar em inserir o valor correto do valor que deseja pagar. Nessa etapa, o importante é ter uma projeção. Uma boa forma de entender o valor necessário para a compra do seu imóvel é pesquisar o bairro em que deseja comprar a casa ou apartamento e verificar o valor por metro quadrado.  

Se tiver em mente o imóvel que deseja comprar, fica ainda mais fácil. Porém, não é necessário tomar a decisão de compra ao fechar o consórcio; somente na hora em que é contemplado com o bem.

O valor de carta de crédito para um imóvel pode chegar a até R$ 500 mil. Caso queira comprar um imóvel de valor superior, é possível comprar mais de uma cota de consórcio, até atingir o valor que realmente deseja. Por exemplo, se você pretende comprar um imóvel em torno de R$ 800 mil, pode investir em duas cotas de R$ 400 mil, por exemplo.

Após inserir o valor da carta, o próximo passo é definir a quantidade de mensalidades. É possível dividir o imóvel em até 240 mensalidades por meio do consórcio.

Com o simulador, você já tem um retorno de quanto deveria pagar por mês a partir das opções selecionadas, com inclusão da taxa de administração e fundo de reserva. E você pode simular quantas vezes for necessário, até encontrar um valor de mensalidade que realmente esteja dentro do seu orçamento.

Para evitar qualquer tipo de inadimplência, as administradoras não permitem que as mensalidades ultrapassem 30% dos seus rendimentos mensais.

A próxima etapa é passar com um especialista de consórcio, que irá fechar o valor do seu consórcio e entregar o contrato de adesão. Aproveite para ler com atenção e tirar todas as dúvidas em relação à sua cota, para que possa desfrutar de uma boa experiência com o consórcio.

Etapas de um consórcio

Ao fechar o contrato, a administradora tem até 90 dias para inseri-lo em um grupo. Como o consórcio é uma modalidade de autofinanciamento, é a partir da contribuição de cada consorciado de um grupo que a administradora forma o fundo comum, responsável pela contemplação de todas as cotas.

Mensalmente, as cotas são sorteadas nas assembleias. Para participar, é necessário estar com o pagamento da sua cota em dia. Vale lembrar que nenhuma administradora pode garantir quando você será contemplado: isso pode acontecer tanto nos primeiros meses, quanto nos últimos.  

Caso queira ser contemplado com antecedência, você pode fazer a oferta de um lance pela sua cota. O lance é um valor a mais que você oferece em uma assembleia, com o objetivo de quitar as últimas mensalidades da sua cota. Caso o seu lance quite o maior percentual entre todas as ofertas de uma determinada assembleia, você é contemplado. Mas, se outro consorciado oferecer um valor maior, não se preocupe; o valor que você ofertou não é debitado, e você pode fazer a oferta nos meses seguintes. Se isso acontecer, aproveite para juntar um valor ainda maior para aumentar as suas chances.

Uma das vantagens de se fazer um consórcio de imóveis é utilizar o valor do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para a oferta de um lance. Para isso, é preciso entrar em contato com a Caixa, banco responsável por manter o seu dinheiro do FGTS, e manifestar interesse do saque com o objetivo de um lance em consórcio de imóveis. Nessa etapa, é importante pedir o extrato de sua conta com a assinatura do gerente.

Com esse extrato, você pode fazer a oferta do lance em sua Área de Clientes. Se o seu valor for o maior de uma assembleia, você pode prosseguir com o saque e pagar à administradora - depois de passar por uma nova etapa de análise de crédito.

Como prosseguir após ser contemplado

Seja na contemplação por lance ou por sorteio, antes de entregar a carta de crédito a administradora realiza uma nova análise de crédito. Isso significa que, antes de poder comprar a sua casa com o consórcio, é preciso passar por uma nova etapa de comprovação de renda e entrega de documentações.

Confira as datas e mantenha seus dados atualizados, para que não tenha nenhum tipo de problema. A cada ano, sua cota passa por reajustes nas mensalidades, para evitar que a sua carta seja desvalorizada com as inflações anuais. Nesse processo, pode acontecer da sua mensalidade ultrapassar o limite de 30% da sua renda. Caso a administradora identifique isso, ela pede a indicação de um devedor solidário, ou seja, a indicação de uma pessoa que irá compartilhar a responsabilidade da dívida.

Como o contemplado ainda mantém um saldo devedor a ser pago, essa medida evita qualquer tipo de inadimplência com a cota mesmo após a contemplação.  

Se todas as documentações estiverem corretas e você passar pela análise de crédito, finalmente poderá ter acesso à sua carta de crédito para a compra da casa que sempre quis. No caso da contemplação por lance, seu valor é debitado nesse momento, quitando as últimas mensalidades.

Como usar a carta de crédito de um consórcio de imóveis

Com a aprovação da análise de crédito, finalmente você tem acesso à sua carta. Por conta das correções que acontecem anualmente, muito provavelmente você terá acesso a um valor superior ao originalmente contratado.

Uma das maiores vantagens do consórcio é seu poder de compra à vista. Ou seja, com o valor que você é contemplado, você pode negociar a compra da sua nova casa como se estivesse com o dinheiro vivo em mãos. Aproveite para uma boa margem de negociação: você pode pedir algum tipo de desconto especial, por exemplo. Um percentual de 5% a 10% pode ser um ótimo benefício!

Caso o saldo seja insuficiente para a compra do imóvel, você pode completar com os seus próprios recursos. Para isso, é preciso negociar diretamente com o proprietário.

Mas, se sobrar algum dinheiro da sua carta de crédito, é possível utilizar até 10% da sua carta de crédito para todos os custos de compra, incluindo documentação, impostos, transferência, idas ao cartório, entre outros.

Você pode usar o valor da carta de crédito de imóveis para a compra de uma casa já construída, um terreno, apartamento (decorado ou na planta) ou até mesmo um empreendimento comercial.

Consórcio para reformar e decorar seu novo lar

Da mesma forma que você pode comprar uma casa por meio do consórcio, também é possível decorar ou reformar a sua casa inteira com o uso da carta de crédito.

Para isso, é preciso selecionar o consórcio de serviços na hora de fazer uma simulação. O valor da carta é inferior: você pode investir em até R$ 30 mil para essa finalidade.

O processo de contratação é semelhante ao consórcio de imóveis: começa pela simulação, passa pela aprovação de um especialista de consórcio, fechamento de contrato e inserção em um grupo.

Também é possível ser contemplado por meio do sorteio ou oferta de um lance - contanto que se comprometa com as mensalidades corretamente.  

Ao ser contemplado com o consórcio de serviços, é preciso apresentar à administradora as notas fiscais dos serviços e materiais que devem ser comprados com o valor. Assim como acontece em todos os tipos de contemplação, o valor não é transferido para a conta do consorciado; é preciso indicar os profissionais e fornecedores que irão se responsabilizar pelas obras, para que a carta de crédito seja devidamente utilizada.

Decoração e reformas são algumas das muitas possibilidades de usar a carta de consórcio de serviços: você pode usar o dinheiro para festas, viagens, estudos, cirurgias ou até mesmo para organizar o seu casamento.

Desde que o consórcio de serviços passou a ser oferecido no portfólio das administradoras, pelo menos 7 em cada 10 consorciados dessa categoria têm optado por decoração e reforma. Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC), a modalidade de reforma apresentou um crescimento ainda maior na fase da pandemia de Covid-19. Afinal, muitas pessoas estão passando mais tempo em casa por conta do isolamento social e, por conta disso, estão investindo mais em deixar o lar mais confortável, montar espaço para o home office, entre outras opções.

Com organização tudo é possível

Ficou assustado com a quantidade de gastos para a compra de uma nova casa?  

Documentações, imposto, transferência: a soma de todos esses valores agregados, incluindo comissão de corretores, pode representar até 10% do valor do seu imóvel.  

No caso de acabamento e decoração, vale a pena investir no acompanhamento de um decorador ou arquiteto, para que você consiga harmonizar o seu ambiente do jeito que realmente quer.

A compra de uma casa ou apartamento deve ser pensada a longo prazo. Ao optar pelo consórcio, considere todos esses custos agregados, para que a sua carta de crédito seja o suficiente para quitar o máximo de coisas que puder. Quando tiver avançado bem com o consórcio de imóveis, você também pode aproveitar para investir em um consórcio de serviços, a fim de comprar os materiais e contratar os profissionais que irão pilotar a reforma do seu novo lar.

Sem a necessidade de entrada e, mais importante, sem ter que pagar juros, como acontece com o financiamento, o consórcio se apresenta como a melhor forma de parcelar a compra de um bem de alto valor.  

Faça uma simulação agora de consórcio de imóveis e aproveite a flexibilidade e os benefícios de uma modalidade que realiza o sonho de milhões de brasileiros a cada ano.
Simulação Consórcio