É essencial ter um planejamento financeiro para deixar as finanças organizadas e conseguir atingir os objetivos propostos.
Ter controle sobre o orçamento tem sido um grande desafio para os brasileiros, visto que, segundo pesquisa da Agência Brasil, o endividamento das famílias cresceu para 58% — o maior patamar dos últimos 7 anos.
Muitos acreditam que se planejar financeiramente é uma tarefa quase impossível, seja por considerarem o salário insuficiente, seja por simplesmente não saberem por onde começar.
Mas a questão é que, sem ter um planejamento financeiro, acaba sendo difícil chegar a algum lugar, já que ele precede todos os caminhos na busca pelo sucesso, e faz parte da vida da maioria das pessoas que são independentes financeiramente.
O planejamento financeiro é o exercício de controlar as entradas e saídas de recursos. É organizar as finanças para criar um manto de proteção das necessidades. Ou seja: estamos falando de uma ferramenta poderosa para realizar sonhos e objetivos em curto, médio e longo prazo.
William Edwards Deming, especialista em gerenciamento de qualidade, chegou a dizer que “não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia”.
E é justamente isso: é preciso planejar para conhecer a atual situação e buscar métodos eficazes de melhorá-la. Mas, como fazer um bom planejamento financeiro?
A nova visão dos brasileiros sobre finanças
Segundo pesquisa feita pelo Google no final de 2020, saúde é a grande prioridade para os brasileiros no ano que se inicia. Isso significa voltar a realizar atividades que promovam o bem-estar físico de alguma forma, como ginástica, pilates e demais exercícios físicos. Das mais de 1.000 pessoas que participaram da pesquisa, 35% selecionou como prioridade “Cuidar da saúde”.
Além disso, os brasileiros querem se preparar melhor para momentos difíceis - tanto que 23% deles colocaram como prioridade “Investir meu dinheiro”, como forma de se precaver em situações de emergência e, se possível, aumentar o patrimônio.
A mesma pesquisa identificou que o principal plano dos brasileiros para 2021 é mudar de casa - interesse que aumentou em 30% comparado ao ano passado. Em segundo lugar, os brasileiros colocaram como plano, começar a estudar, com o objetivo de ter um emprego melhor.
Todos esses motivos apontados reforçam a necessidade de se ter um planejamento financeiro anual, que seja realista e assertivo. É a melhor forma de conseguir estabelecer suas prioridades e dar início a uma nova fase da vida.
A seguir, vamos explicar como você pode montar o seu planejamento para todo o ano.
Dicas para iniciar uma organização financeira
O planejamento financeiro consiste em uma série de ações que ajudam a projetar uma situação futura e traçar estratégias comportamentais para que o objetivo traçado seja alcançado — ou seja, é tudo uma questão de educação.
Para que esse planejamento aconteça, algumas ações precisam ser feitas, como tomar nota das despesas no mês, identificar o que é prioridade e o que é gasto desnecessário, e outras ações semelhantes.
Para ajudar na sua organização financeira, separamos algumas dicas.
1. Registre suas receitas e despesas
Para registrar seus ganhos e despesas, por exemplo, você pode usar ferramentas financeiras, uma planilha no Excel ou o bom e velho caderno.
O importante é registrar tudo para que no final do mês ou do período de análise você possa voltar às anotações e identificar o que é realmente necessário.
Com essa análise e conscientização dos seus gastos, você consegue identificar falhas no seu orçamento. Assim, pode estabelecer estratégias para corrigir o que for necessário, direcionando o seu dinheiro para os objetivos que estabeleceu, seja uma viagem, um carro novo, entrar na academia etc.
2. Identifique o que é prioridade e o que é gasto desnecessário
Com todas as despesas listadas, fica muito fácil identificar o que é realmente necessário pagar e o que é supérfluo.
A prioridade deve ser para aqueles gastos sem os quais você não pode viver. Normalmente, são despesas com moradia, saúde, alimentação, transporte e educação.
Ainda observando a sua lista de despesas, você perceberá outros gastos além dos citados acima. Geralmente, são esses os gastos desnecessários, aqueles que você pode viver sem, mas que trazem alguma satisfação pessoal.
Um exemplo comum é a TV por assinatura. Se você estiver pagando a assinatura de uma TV com centenas de canais, mas só assiste a dois ou três, pode estar desperdiçando dinheiro. Ou, então, aquele dia da semana em que toda a família se reúne para comer pizza. Em vez de fazer isso toda semana, você pode reduzir para uma ou duas vezes ao mês.
3. Mude hábitos nocivos
Não existe forma de guardar dinheiro sem parar de gastar um pouco. Preste atenção em quais são as compras que você tem feito por impulso e sem necessidade. E, principalmente, nos seus gastos fixos. Nesse caso, um controle financeiro também pode te ajudar muito para entender como gastar na medida certa. Comece a anotar quais são seus gastos para saber o que você está gastando que não deveria. Existem vários aplicativos que também podem te ajudar com isso.
Se você não tiver o costume de usar apps, você pode montar uma planilha financeira (no computador ou a mão), com certeza isso irá te ajudar a visualizar melhor os seus gastos.
E não esqueça: cheque especial e cartão de crédito atrasados são dois dos fatores que mais endividam as pessoas. Fuja o máximo que puder para não correr risco de ficar gastando dinheiro à toa.
4. Mude seu mindset
Planejamento é um estado da mente. Por isso, deve fazer parte do seu dia a dia nos mínimos detalhes. Lidar com questões financeiras de uma forma positiva fará também com que sua relação com o dinheiro melhore e que o consumo seja feito de uma forma mais consciente. Comece a anotar quais são seus gastos para saber o que você está gastando que não deveria.
5. Defina seus objetivos e estabeleça prioridades
A médio ou longo prazo, o que você quer conquistar? Qual é o seu objetivo financeiro?
Os exemplos aqui são muitos: pode ser a compra de um imóvel (longo prazo), a aquisição de um carro (médio prazo) ou aquela viagem de férias com a família (curto prazo) etc.
Para alcançar esse objetivo, é necessário definir de forma específica a sua meta. Pesquisas mostram que ter objetivos bem definidos ajudam a criar senso de prioridade, evitando que você gaste desnecessariamente.
Também é importante, ao definir seus objetivos, estabelecer um prazo para alcançá-lo. Sem definir o tempo que você dispõe para concluir a sua meta, fica mais difícil mensurar se você está no caminho certo de atingi-la.
6. Crie um orçamento
Depois de analisar o que é de fato essencial, o próximo passo para uma boa organização financeira é criar um orçamento.
Para isso, use a análise dos gastos fixos e gastos variáveis que são necessários, como a conta de energia e de água.
Da mesma maneira que empresas e governos fazem, você pode estabelecer que determinada parte da sua receita irá para o pagamento dessas contas. Por exemplo, você pode estipular que seus gastos mensais não ultrapassem 60% da sua renda. Dessa maneira, você também poderá estipular metas para reduzir seus gastos variáveis, seja economizando, seja cortando algumas contas.
7. Faça análises mensais dos seus objetivos
Não adianta apenas estabelecer metas e definir seus orçamentos se você não acompanhar e analisar os dados mensalmente, principalmente se estivermos falando de uma meta de longo prazo.
Outra dica é dividir os objetivos de longo prazo em metas menores. Assim você consegue evitar o descontrole financeiro. Metas de 20 anos podem ser transformadas em metas de 10 anos, depois em metas de cinco anos, dois anos, três meses, e assim por diante.
8. Pague as contas em dia
Pode parecer uma dica óbvia, mas pagar as contas em dia evita que multas e juros sejam cobrados. Tenha atenção a esse ponto e evite deixar tudo para a última hora. Com organização e cuidado, você pode pagar as contas sem atraso e evitar esses gastos.
Se precisar pagar uma conta em atraso, priorize o pagamento em dia daquelas que terão maiores juros.
9. Viva de acordo com o seu padrão de vida
A maioria dos brasileiros gosta de viver o presente. Não economizam; preferem ir ao shopping e fazer compras do que gastar pouco e investir o dinheiro que sobrar.
Mas é necessário aprender a poupar dinheiro, gastando menos do que ganha. E isso é o que muitos não conseguem fazer dentro de um planejamento financeiro.
E qual é o resultado disso? Contas no vermelho. Então, aprender a viver de acordo com o padrão de vida que se tem é passar a avaliar as despesas de maneira objetiva, ter determinação e muita persistência para mudar alguns hábitos desnecessários.
Enfim, o planejamento financeiro, como o próprio nome diz, serve para que você organize todas as suas despesas, tanto as que já passaram quanto as que estão por vir. Assim, você consegue ter um controle sobre todas as suas finanças, evitando que elas saiam do controle.
A periodicidade da análise e do uso de um planejamento varia de pessoa para pessoa. No entanto, é aconselhável que o registro dos gastos e dos recebimentos seja feito diariamente na planilha.
E, claro, sem esquecer-se de fazer uma análise dos gastos e dos possíveis rendimentos semanalmente, para não correr o risco de se ver em um cenário negativo.
10. Utilize aplicativos para organização financeira
A tecnologia pode e deve ser uma aliada. Diversos aplicativos disponíveis para Android e iOS podem auxiliar na organização do seu dinheiro.
Esses apps de finanças podem ajudar a fazer verdadeiros milagres na vida financeira. Listamos algumas opções para você baixar. Confira:
Mobills
O Mobills é um dos melhores aplicativos de controle financeiro pessoal que você vai encontrar!
CoinKeeper
É um aplicativo para anotar gastos com total liberdade para alterar o orçamento. Você pode definir períodos específicos, como cinco dias ou quatro semanas, para receber relatórios dos gastos.
Organizze
Precisa gerenciar múltiplas contas? Então, o Organizze pode ser o aplicativo ideal para você. Ele permite que você acesse diversas contas on-line, com saldo de todas elas consolidado em uma mesma tela. Isso tudo, além de oferecer um demonstrativo dos lançamentos todo mês.
Observando as suas despesas e definindo o que é prioridade, você consegue adequar o seu orçamento para chegar ao objetivo traçado. Logo, terá uma boa organização financeira, mesmo que tenha que fazer pequenos sacrifícios no começo.
O que faz as finanças saírem do controle?
Quem gosta de se sentir sem direção ou perdido? Ninguém, certo? Ainda mais quando o assunto é sobre finanças.
Sem dúvidas, uma pessoa que consegue controlar a sua situação financeira vai se sentir bem mais tranquila e segura, tendo mais conforto e correndo menos risco de entrar em dívidas.
A falta de controle é o principal sinal de alerta de que a situação financeira não está bem, já que é bem mais fácil fechar os olhos diante dos problemas do que encará-los.
E, claro, quando o pior acontece, é mais prático e cômodo culpar outros fatores externos do que buscar medidas para corrigir os erros.
Diariamente, as pessoas são movidas por impulsos e desejos. Logo, os gastos não são apenas com necessidades fundamentais, mas com coisas supérfluas e que podem ser evitadas.
Quando se coloca na planilha os gastos com esses impulsos, é possível ter a noção exata do quanto de dinheiro se pode poupar para investir em algo mais rentável.
Nem tudo o que é oferecido é vantajoso. Gastar tanto dinheiro com um carro novo, comprar uma casa fora dos padrões que a sua renda consegue manter ou fazer várias viagens caras, por exemplo, podem ser as possíveis armadilhas que provocam um colapso nas suas finanças.
É importante valorizar todo o dinheiro que é conquistado, para não permitir que as finanças saiam do seu controle.
Por isso, a solução é montar um bom e cuidadoso planejamento para organizar as finanças e gastar de maneira equilibrada, sempre de acordo com as necessidades.
O primeiro passo para melhorar a sua qualidade de vida e conquistar os seus objetivos é entender a sua situação financeira.
O planejamento financeiro deve ser constante
Mas, se você não tiver tempo para fazer uma análise todas as semanas, é indispensável que, pelo menos, uma vez ao mês ela seja feita, a fim de entender como as suas finanças estão caminhando.
Enfim, vale ressaltar que todo o esforço na realização de um bom planejamento financeiro serve para propiciar a realização de sonhos e a conquista de ser independente financeiramente. Isso, claro, lembrando-se sempre da poupança, racionalização de gastos e otimização dos investimentos.
Trabalhe a educação financeira
Quando falamos sobre educação financeira, o Brasil não tem muito a mostrar para o mundo, já que em um ranking divulgado em 2016 pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o país alcançou a 27ª posição entre 30 países. Ou seja, o Brasil fica sempre nas últimas colocações nas pesquisas sobre planejamento financeiro.
Isso acontece porque, infelizmente, a educação financeira não é incentivada desde cedo para as crianças. A falta de atenção com um assunto tão sério acaba levando o país a ter índices econômicos ruins, que acabam impactando diretamente no cotidiano dos brasileiros.
Pesquisas mostram que 65% dos brasileiros não possuem reserva financeira e os que ainda têm alguma, permanecem presos a investimentos que não rendem muito, visto que não chega a 1% o percentual dos brasileiros que investem fora da poupança.
E a situação crítica não para por aí, pois é uma minoria que faz um rígido controle das despesas, como metas de construção de patrimônio e orçamento mensal.
Então, se você não pretende fazer parte desse percentual de pessoas que não se preocupam em ter um bom planejamento financeiro, siga as nossas valiosas dicas para não errar no controle das suas finanças.
Acompanhe sempre os seus gastos e analise seus objetivos. Poupando, você vai conseguir realizar muitos sonhos e ainda ter dinheiro para investir!
Faça investimentos
Por mais que a poupança seja a forma mais conhecida de se guardar dinheiro, é preciso considerar outras formas de multiplicar o seu dinheiro.
Mas, antes de entrarmos nesse detalhe, você sabe por que a poupança é cada vez mais desestimulada pelos especialistas em finanças pessoais?
O motivo é bem simples: seu rendimento é bem menor que a inflação anual.
Quando se vê no noticiário que a inflação chegou, por exemplo, a 5%, significa que, comparado ao ano anterior, o dinheiro que se tem hoje vale 5% menos que no ano passado. Tudo isso por conta de uma correção que acontece em relação aos preços e serviços, que é medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Se um conjunto de preços aumenta de forma significativa ao longo do ano, é feita uma correção para o ano seguinte, para que o valor do real esteja em paridade com diversos fatores econômicos.
Em março de 2020, a poupança tem rendido em torno de 2% ao ano, um percentual inferior até mesmo à taxa básica de juros, a Selic, que está em 2,75% ao ano.
Por isso mesmo, deixar dinheiro na poupança pode até dar um rendimento positivo quando você olha os valores. Mas a correção é inferior à taxa de juros básica e à inflação, o que significa que o rendimento é insuficiente diante da desvalorização do seu dinheiro.
A melhor forma de conseguir diversificar seus investimentos é dedicar um bom tempo e energia para aprender mais sobre educação financeira.
O uso inteligente do dinheiro é extremamente importante para que as pessoas tomem melhores decisões de compra e sejam menos impactadas diante de fatores externos. Pela educação financeira, além de identificar como usar melhor os rendimentos, as pessoas também aprendem a como diversificar da melhor forma.
Antes de entender quais produtos adquirir, o primeiro passo é identificar o seu perfil de investidor. Quando você entra em uma corretora de investimentos, por exemplo, que facilita a compra de produtos financeiros para fazer o seu dinheiro render, a primeira etapa é responder uma série de perguntas para identificar o seu perfil. Veja os perfis existentes.
Perfil conservador
É o tipo de pessoa que preza mais pela segurança e busca uma forma de ter previsibilidade de retorno do seu investimento. Tem receio de perder dinheiro e opta pela estabilidade.
Quando as corretoras identificam esse tipo de perfil, sugerem a aplicação em renda fixa. Com menos de R$ 500, por exemplo, é possível comprar títulos do Tesouro Direto ou outras opções que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como CDB, LCI e LCA.
Isso garante ao investidor o retorno de até R$ 250 mil de seus investimentos, caso o banco venha à falência (por conta do Fundo Garantidor de Crédito).
Perfil moderado
Este é o perfil que opta por diversificar. Além de garantir parte de seu patrimônio em renda fixa, alguns investidores moderados começam a arriscar parte de seu dinheiro na renda variável, como mercado de ações, fundos de investimento, entre outros.
Os investidores de perfil moderado estão aptos a correr um pouco mais de risco, mas nada que possa comprometer os rendimentos mensais ou comprometer a segurança de toda a família.
Analistas financeiros recomendam que os moderados tenham de 10% a 40% de seu patrimônio em ativos da bolsa de valores, principalmente para ir aprendendo a investir.
Perfil agressivo
É o tipo de investidor que tem alta tolerância aos riscos. Sabe muito bem das oscilações do mercado e também utiliza parte de seu patrimônio para obter maior proporção de papéis, como ações, opções e câmbio.
Mesmo perfis mais arrojados sabem da importância da diversificação. Só que eles utilizam seu conhecimento de mercado para separar papéis em empresas com maior previsibilidade e outras mais arrojadas, para obterem fatia maior de lucro - incluindo operações arriscadas, como dólar futuro, compra de opções, bitcoins, entre outros.
Quais investimentos é possível fazer?
Identificar o seu perfil de investimento é extremamente importante, para que você considere os melhores produtos para fazer com que seu dinheiro renda mais.
Basicamente temos duas separações de tipos de investimento: renda fixa, que dá algum tipo de previsibilidade de retorno; e renda variável, que pode ser mais arriscada mas, também, oferece as melhores chances de se ganhar mais com as aplicações.
Confira os tipos de investimento, para que você possa se organizar e aplicar onde acredita que possa ser mais vantajoso para você.
Investimentos de renda fixa
Vamos apresentar as principais opções de investimento em renda fixa.
Tesouro Direto: uma das mais conhecidas formas de investir em renda fixa, o Tesouro Direto nada mais é que a compra de dívidas públicas. Você já pode começar com R$ 30. Só precisa ficar atento ao vencimento dos títulos. Por outro lado, conta com uma das formas mais seguras de alocar o seu dinheiro, com retorno previsível.
CDB: é uma forma de ‘emprestar’ dinheiro para os bancos. Os CDBs não oferecem grandes riscos e dão uma previsibilidade de retorno.
LCI e LCA: as chamadas letras de crédito estão atreladas a dois segmentos que têm proteção na economia brasileira: o setor imobiliário (LCI) e o setor de agricultura (LCA). São títulos isentos do imposto de renda, portanto, quem investe nesse tipo de investimento, recebe valor líquido dos rendimentos.
Fundo DI: uma boa opção para quem quer ter uma rentabilidade a partir da taxa de juros básica (Selic). A vantagem é que você pode resgatar a qualquer momento (o que torna uma boa opção para montar a sua reserva de emergência, por exemplo). Porém, a desvantagem é que não se trata de uma aplicação isenta do imposto de renda - cada resgate, por exemplo, precisa ser declarado à Receita Federal. Considere esta opção caso queira investir a médio e longo prazo.
Também existem outras opções, como debêntures (que são dívidas de empresas privadas, que devolvem seu valor com o acréscimo de juros), aplicação em ETFs de renda fixa, letras de câmbio e certificados de recebíveis do agronegócio e do setor imobiliário.
Investimentos em renda variável
Confira os principais tipos de investimento em renda variável.
Ações: a mais conhecida forma de aplicação em mercado variável. Você pode começar com pouco para entrar na negociação da bolsa de valores. Para isso, existem os lotes fracionários, que são os valores unitários de uma empresa. Para se ter uma ideia, existem empresas com valor fracionário menor que R$ 10, as chamadas small caps, que podem ser uma boa porta de entrada para investir.
Contratos futuros: é possível investir em garantia ao comprar bens a um preço pré-definido, como arrobas de milho, café, boi gordo e até moedas, como euro e dólar.
Opções: contratos de compra e venda que dão a possibilidade de adquirir aquelas ações no futuro com o mesmo preço de hoje.
Outros tipos de investimento em renda variável incluem ETFs, commodities e até mesmo o câmbio (compra do dólar hoje apostando em sua alta, por exemplo). Fundos imobiliários, diferentes tipos de fundo de investimento e até mesmo criptomoedas (como bitcoin) são ativos que muitos investidores experientes também consideram em seu portfólio.
Qual o valor ideal para investir?
Se por um lado temos muitos brasileiros em situação de endividamento, por outro temos um percentual cada vez mais interessado em procurar novas formas de investimento.
Para se ter uma ideia, o termo educação financeira tem apresentado um índice de crescimento nas pesquisas online, segundo levantamento do Google. Isso porque, com a taxa de juros básica, cada vez mais pessoas têm buscado diversificar sua carteira de investimentos.
Em 2020, por exemplo, a B3, a bolsa de valores do Brasil, atingiu 3,2 milhões de investidores - um número 92% maior que a entrada de investidores no ano anterior.
Por mais que seja um dado extremamente positivo, este número representa apenas 3% da população brasileira.
Claro que o mercado de ações não é a única forma de montar um portfólio de investimentos. É possível considerar opções que dão uma garantia mais segura de retorno, a chamada renda fixa, que inclui Tesouro Direto, CDBs, contas digitais com rendimento acima do CDI, entre outros (que iremos detalhar ainda neste artigo).
Mas, antes mesmo de definir a melhor aplicação para o seu dinheiro, é necessário criar o hábito de poupar. E isso começa aos poucos.
Se você conseguiu cortar os gastos de forma que tenha uma boa gordurinha no final do mês, vale a pena encarar o investimento como se fosse uma ‘dívida’ na sua planilha. Você pode programar uma transferência automática do seu banco, por exemplo, para a conta em que você investe. Ou, se preferir, comprar algum produto de investimento do próprio banco.
Digamos que você tenha um rendimento mensal de R$ 5.000 mas, no primeiro mês após terminar de pagar as dívidas, só conseguiu guardar R$ 50. Já é um ótimo avanço! Você pode manter este dinheiro até mesmo na sua poupança antes de decidir de que forma investir, para adquirir mais volume.
Se necessário, reduza ainda mais os seus gastos mensais, para que consiga guardar um volume superior.
Especialistas em finanças pessoais recomendam guardar pelo menos 10% dos seus rendimentos mensais com a finalidade de investir. Ainda utilizando o exemplo do salário de R$ 5.000, significaria guardar R$ 500 todos os meses.
Caso seus gastos mensais sejam reduzidos, o ideal é guardar um valor ainda maior, para que consiga atingir seus objetivos. Pegue o exemplo de um estudante que tem um alto salário, mas não tem despesas com moradia e alimentação, porque mora com os pais. Trata-se de um exemplo de profissional que possui as condições para juntar um percentual maior, caso consiga se organizar.
Para que consiga fazer o uso do dinheiro de maneira inteligente, é preciso identificar como diversificar seus investimentos. Antes disso, porém, é preciso se atentar a um detalhe extremamente importante: a reserva de emergência.
Invista em consórcio
Não se esqueça da possibilidade de fazer um consórcio, você começa a poupar e, a qualquer momento, pode ser sorteado, o que faz com que os seus grandes sonhos estejam cada vez mais perto.
Maneiras de se organizar financeiramente para fazer um consórcio
Muitas pessoas procuram o consórcio como forma de investir em algum bem por conta de sua flexibilidade. Afinal, não é preciso pagar entrada ao optar pela compra de um carro, casa, moto ou qualquer tipo de serviço. E, melhor ainda: as parcelas do consórcio não têm juros, como acontece no financiamento.
Dessa forma, é mais fácil se organizar para conseguir investir em um sonho.
Porém, sua experiência com o consórcio só tende a melhorar quando se tem um bom planejamento e a segurança financeira necessária, para que o pagamento das parcelas não pese no seu bolso.
A seguir, vamos apresentar algumas dicas para você guardar dinheiro sem desistir do consórcio.
Comece guardando aos poucos
Pequenos e grandes investidores compartilham uma técnica bastante eficaz quando o assunto é guardar dinheiro: muitos deles começam com pouco.
A melhor forma de criar o hábito de poupar é manter o dinheiro para essa finalidade fora da sua conta corrente. Você pode abrir uma conta que possua rendimento maior que o CDI, por exemplo (o que já é melhor do que manter o valor na poupança), ou procurar por um produto financeiro que ofereça bons rendimentos.
Com a planilha de gastos, você pode determinar o quanto deseja guardar mensalmente. Mantenha isso como prioridade ou, se achar melhor, até mesmo como se fosse uma dívida. Caso tenha muita dificuldade, você pode programar na sua conta corrente uma transferência automática sempre que o salário cair na conta.
Você pode começar guardando R$ 50 e, conforme for cortando gastos e adequando a sua planilha, ir aumentando aos poucos este valor. Caso ainda não tenha dinheiro guardado, vale a pena priorizar a sua segurança: este é o principal papel de uma reserva de emergência.
Crie a sua reserva de emergência
Uma boa reserva geralmente garante segurança por 6 meses diante de incertezas. Independente do tipo de investimento que deseja realizar, ter uma reserva de emergência é essencial para lidar com momentos de extrema dificuldade.
Montar a sua reserva, porém, pode ser algo complicado - principalmente se você tem dificuldade para guardar dinheiro, seja porque não ganha o suficiente ou ainda precisa amadurecer na construção desse novo hábito.
Como forma de garantir segurança, priorize ter o mínimo para a sua reserva. Se você gasta mensalmente em torno de R$ 3.000, o ideal é que sua reserva seja de R$18 mil, para fornecer uma boa segurança por 6 meses caso fique desempregado, tenha que lidar com uma situação de doença ou passe por alguma dificuldade financeira.
Comece o quanto antes a pagar pelo consórcio
Se você já tiver iniciado sua jornada de guardar a sua reserva financeira, já pode considerar o investimento em um bem por meio do consórcio.
Diferente do financiamento, em que a instituição financeira libera o valor para a compra de um bem e cobra um alto valor de juros para o pagamento, por meio do consórcio você define o valor que quer investir e a quantidade de parcelas.
Você já consegue ver os benefícios por meio do simulador. Ao inserir o valor da carta de crédito, que representa o total do bem que deseja adquirir, o próximo passo é definir a quantidade de parcelas. Veja qual o melhor valor para você, com base no seu planejamento financeiro. As parcelas do consórcio não podem ultrapassar 30% dos seus rendimentos mensais. Dessa forma, você consegue identificar um valor que cabe no seu orçamento para a realização do seu grande sonho.
Organize-se para um lance
Pelo consórcio, você tem duas formas de ser contemplado com o bem: por meio dos sorteios mensais ou com a oferta de um lance.
O lance é um valor a mais que você pode oferecer pelo bem que está investindo. Geralmente você identifica quantas parcelas gostaria de quitar com a oferta. Pela modalidade mais clássica, quanto maior o percentual de quitação, maiores são as suas chances de ser contemplado.
Para que você consiga se preparar para o lance, o ideal é, além de pagar pelas mensalidades, separar um dinheiro mensalmente para essa finalidade. Uma boa técnica é definir um valor mensal para guardar para o lance, preferencialmente em uma conta que possua rendimento atrelado ao CDI.
Se preferir, você pode comprar algum produto financeiro de renda fixa a curto e médio prazo e fazer o saque quando identificar o melhor momento para o lance.
Gostou das nossas dicas? Para ficar mais perto de realizar seus sonhos, conte com a Embracon!